Mercado

Ibovespa cai, mas tem alta acumulada na semana; Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) lideram ganhos

Janize Colaço

13/01/2023 18:29

Atualizado em: 13/01/2023 20:44

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Méliuz (CASH) pode deixar o Ibovespa em setembro. Foto: Divulgação/B3

O Ibovespa hoje (13) encerrou o pregão em queda de 0,84%, aos 110.916,08 pontos, após oscilar entre 110.427,64 e 111.846,71 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 20,50 bilhões. No acumulado da semana, contudo, a alta foi de 1,79% .

Nesta sexta-feira, a bolsa brasileira operou um pregão de recuperação das varejistas, após uma véspera histórica de negociações, protagonizada pela repercussão do rombo de R$ 20 bilhões na Americanas (AMER3).

As ações da Americanas encerram o dia com alta de 18,38%, com papéis cotados a R$ 3,22. No entanto, outros player do varejo caíram no Ibovespa hoje. A Magazine Luiza (MGLU3) seguiu a tendência do pregão de ontem e terminou o dia com alta de 7,52%, junto com o Carrefour (CRFB3), que avançou 2,5%. Por outro lado, Via (VIIA3) e Lojas Renner (LREN3) recuaram 3,66% e 5,18%, respectivamente.

Houve quedas também entre os ativos das instituições financeiras, como o Bradesco (BBDC4), em queda de -0,33%, Itaú Unibanco (ITUB4), com -0,50%, BTG Pactual (BPAC11), em -2,93%, e Santander (SANB11) com recuo de 1,94%. Apesar disso, o Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 0,22%.

“O Ibovespa vinha de seis altas nesse começo de ano, em bom rali, mas houve uma contaminação, ontem, do caso Americanas, inclusive em bancos. Nos Estados Unidos, a inflação tem dado sinais auspiciosos, em nível mais brando, o que favorece emergentes como o Brasil, com a reabertura da China sendo outro fator favorável”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

“O plano do Haddad, focado em aumento de arrecadação, mas também com corte de gastos, foi bem recebido pelo mercado, embora sem euforia, mesmo com a indicação, muito otimista, de que se pretende zerar o déficit (primário)”, acrescenta.

Outras ações em queda no Ibovespa de hoje foram as de empresas do setor imobiliário, com Direcional (DIRR3), Iguatemi (IGTI11) e EzTec (EZTC3) perdendo -2,05%, -2,69% -4,21%, respectivamente. Já a BRF (BRFS3), da área alimentícia, liderou as quedas, com -6,54%.

E apesar do petróleo ter avançado 1,88% com os resultados da balança comercial chinesa, com o Brent tendo alta de 0,38%, a US$ 84,35 o barril, e o WTI com mais 0,42%, a US$ 78,72 o barril, o dia foi moderadamente negativo para Petrobras (PETR3;PETR4), que recuou em -0,22% e -0,24%, respectivamente.

Alta nas bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta moderada nesta sexta-feira (13). O dia foi marcado por dados que ampliaram expectativas por um aperto monetário mais brando pelo Federal Reserve (Fed). Investidores digeriram também os primeiros balanços de grandes bancos americanos do quarto trimestre.

O Dow Jones subiu 0,33%, S&P avançou 0,40% e Nasdaq ganhou 0,71%. Junto a isso, o dólar alta de 0,12%, a R$ 5,1064, após oscilar entre R$ 5,0804 e R$ 5,1542. Porém, no acumulado da semana, moeda estadunidense caiu 2,48%.

Entre as empresas que divulgaram resultados nesta sexta, as ações de JPMorgan (+2,52%), Wells Fargo (+3,25%), Citigroup (+1,69%) e Bank of America (+2,20%) ficaram no azul. Em comum, os números vieram melhores que o esperado, embora tenham trazido alguns sinais mistos.

Os papéis do setor financeiro, no geral, têm apresentado desempenho positivo. “Tem sido um forte início de ano para as ações dos bancos, apoiados por uma combinação de taxas de juros mais altas e a contração econômica não sendo tão severa quanto o esperado”, explica o estrategista Kiran Ganesh, do UBS .

Vale lembrar que na próxima segunda-feira (16) os mercados em Wall Street não abrem, em decorrência do feriado de Martin Luther King Jr. nos EUA.

Bolsas europeias no positivo

Já os mercados acionários da Europa fecharam em alta nesta sexta-feira. O dia foi marcado por dados da indústria, pelo Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha e por novos direcionamentos para os aumentos de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE).

Os avanços ficaram da seguinte maneira: Frankfurt (DAX) em +0,19%, Londres (FTSE 100) em +0,68%, Madri (IBEX 35) em +0,61%, Milão (FTSE MIB) em +0,19%, Moscou (MOEX), em +0,64% e Paris (CAC 40) em +0,69%. A única queda foi em Lisboa (PSI 20) em – 0,17%.

“No geral, está claro que os riscos estão direcionados para o desempenho da economia um pouco melhor do que esperávamos no final do ano passado. Tínhamos previsto um declínio de 0,5% trimestral no PIB para o quarto trimestre, mas agora é provável que tenha encolhido menos do que isso”, destaca a análise da Capital Economics.

Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje

Procon notifica Americanas
Prévia do PIB recua pela 4ª vez seguida
Governo formaliza indicação de Prates à Petrobras

Rombo bilionário na Americanas prejudicará os clientes?

Em um novo capítulo do rombo bilionário da Americanas, o Procon do Estado de São Paulo notificou a varejista para apurar se os consumidores serão afetados pelas “inconsistências contábeis” reveladas pela empresa.

De acordo com o órgão, a companhia tem até o dia 17 de janeiro para explicar se as compras efetuadas pelo público podem ficar comprometidas e quantas pessoas serão afetadas pelo caso.

Além disso, a Americanas deverá esclarecer se as reclamações registradas no Procon nos últimos 90 dias estão relacionadas com as “inconsistências contábeis”. Se estiverem, o órgão quer saber qual será o plano de ação da varejista para solucionar o caso.

PIB tem 4ª queda seguida e economia recua 0,55% em novembro

A economia brasileira recuou pelo quarto mês seguido, segundo os dados do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC). A “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) apontou uma queda de 0,55% em novembro de 2022.

Segundo as informações do Banco Central, novembro foi o quarto mês seguido com um recuo na atividade econômica nacional.

Confira o resultado dos últimos seis meses:

Novembro/2022: -0,55%;
Outubro/2022: – 0,28%
Setembro/2022: – 0,11%;
Agosto/2022: – 1,21%;
Julho/2022: + 1,87%;
Junho/2022: + 0,99%.

Governo formaliza indicação de Prates à presidência e conselho de administração da Petrobras

A Petrobras confirmou hoje (13) a indicação de Jean Paul Prates para a presidência e membro do conselho de administração da estatal. Segundo nota divulgada ao mercado, o ofício do Ministério de Minas e Energia foi recebido ontem.

Prates teve a sua indicação aprovada pelo Ministério da Casa Civil e, agora, ainda deve passar pelo Conselho de Administração da empresa. Além disso, o nome do senador será referendado pela Assembleia Geral dos Acionistas.

Vale lembrar que, segundo as regras da estatal, o presidente da Petrobras necessariamente deve ser integrante do conselho de administração. O governo petista tem articulado a aprovação do político junto ao atual conselho.