O Ibovespa hoje fechou a segunda-feira (12) em alta de 0,98%, em 113.406,55 pontos, após oscilar entre 112.304,57 e 114.159,53 pontos. O giro financeiro foi de R$ 26,4 bilhões na sessão. Em setembro, avança 3,55%, estendendo o ganho do ano a 8,19%.
Acompanhando o apetite por risco no exterior, na véspera da divulgação da inflação ao consumidor em agosto nos Estados Unidos, da qual se espera nova leitura em moderação, o índice Bovespa teve seu terceiro ganho consecutivo, colocando o índice no melhor nível de fechamento desde 25 de agosto (113.531,72).
“Projeções melhores para inflação e PIB em 2022, que têm vindo no boletim Focus, ajudaram hoje o setor de varejo e também bancos, com exposição à economia doméstica. Lá fora, a expectativa favorável para o CPI (índice de preços ao consumidor) nos Estados Unidos, amanhã, traz de volta a estimativa de um aumento menor, de 50 e não de 75 pontos-base, para a taxa de juros americana na decisão do Federal Reserve do próximo dia 21”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.
Ele acrescenta que fatores de risco ainda pendentes sobre o cenário, como a crise energética na Europa, a possibilidade de uma recessão global em 2023 e a indefinição sobre a política econômica doméstica no pós-eleição, especialmente pelo lado fiscal, recomendam cautela aos investidores. “Há margem para correção”, observa.
“O Ibovespa acompanhou hoje o movimento dos mercados internacionais, que têm encontrado espaço para recuperação depois de um período de depreciação com a expectativa de uma forte elevação de juros principalmente nos Estados Unidos. Na ausência de novidades que estressem o cenário, e na véspera do CPI, os investidores estão na expectativa por desaceleração na leitura sobre o ritmo de alta dos preços ao consumidor, de 8,5% para 8%, em agosto”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, referindo-se à expectativa de deflação mensal, ao redor de 0,1%, que resultaria em desaceleração da inflação em 12 meses.
“Há recuperação das commodities, que contribui para a devolução da Bolsa a patamar não visto desde (meados de) agosto, retomada favorecida também por enfraquecimento global do dólar e avanço das moedas de emergentes”, acrescenta a economista.
Ela destaca também o corte de preço no gás de cozinha, que favorece o movimento do mercado de correção, para baixo, nas expectativas de inflação para 2022, “já visto no Focus de hoje e que deve se intensificar”. “Espera-se também novo corte de preço da gasolina”, observa Camila, ressaltando o efeito de inflação mais comportada para ações de setores como os de consumo e construção.
Para Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, a queda nas projeções do IPCA e o aumento nas estimativas para o PIB, visíveis no Boletim Focus desta segunda-feira, foram essenciais para que o Ibovespa encontrasse fôlego e desse sequência, nesta segunda, ao rali do fim da semana passada, beneficiando em especial os segmentos de varejo e construção.
“As bolsas de Nova York interromperam, na sexta-feira, uma sequência de três semanas negativas, com crescimento da demanda por ações que ficaram descontadas nessas quedas recentes”, diz Letícia, destacando também a expectativa do mercado para a leitura de terça-feira sobre o CPI e o efeito positivo, visto nesta segunda nos mercados da Europa, da queda de preço do gás natural – em dia de fraca leitura sobre a produção industrial no velho continente, em retração acima do esperado.
“Com mais um dia de euro para cima e dólar para baixo, tivemos na Europa as maiores altas do dia, à frente de nosso índice Bovespa”, diz Álvaro Feris, especialista da Rico Investimentos. “A expectativa é de que a inflação tenha arrefecido (nos Estados Unidos), mas se esse dado não vier conforme o esperado, os ânimos podem reverter esse apetite a risco que vemos no mercado”, acrescenta.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, 12, na véspera do resultado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A expectativa de analistas é que tenha sido registrada desaceleração da inflação norte-americana. Entre os setores, houve destaque para o setor de energia, que liderou alta no S&P 500, na esteira do avanço do petróleo no mercado futuro.
- Dow Jones: +0,71%, aos 32.381,34 pontos;
- S&P 500: +1,06%, aos 4.110,41 pontos;
- Nasdaq: +1,27%, aos 12.266,41 pontos.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,98%, a R$ 5,0974, depois de oscilar entre R$ 5,0842 e R$ 5,139061.
O petróleo fechou em alta nesta segunda, apoiado pelo recuo do dólar ante suas principais moedas rivais no exterior. A fraqueza da divisa americana tende a beneficiar commodities cotadas em dólar, como o petróleo. Além disso, cresceram os riscos à oferta global após nações europeias criticarem o Irã por falta de compromisso nas negociações para a retomada do acordo nuclear, o que sugere que o pacto não deve sair tão cedo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega para outubro fechou em alta de 1,14% (US$ 0,99), a US$ 87,78, e o do Brent para novembro avançou 1,25% (US$ 1,16) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 94,00.
O ouro fechou em alta nesta segunda-feira, impulsionado pelo arrefecimento do dólar. Em um dia de agenda econômica esvaziada, investidores estão na expectativa para os últimos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que serão divulgados na terça-feira, 13, e são determinantes para a trajetória que será seguida pelo Federal Reserve (Fed).
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,69%, cotado a US$ 1.740,6 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, a sessão foi marcada por maior apetite a risco, o que levou ações atreladas ao setor de varejo a se destacar entre as maiores altas. Na liderança, Magazine Luiza (MGLU3) ganhou 9,13%, acompanhada de Natura (NTCO3), com +4,95%, Via (VIIA3), +4,91%, e Americanas (AMER3), que subiu 4,35%.
Também figuraram na lista das maiores altas Ecorodovias (ECOR3), com alta de 7,03%, e Positivo (POSI3), que valorizou 4,95%.
Grandes bancos também avançaram: Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve elevação de 1,31% e 1,29%, respectivamente, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,26%, Itaú (ITUB4) ganhou 1,20% e Santander (SANB11), +0,96%
Sem referência do mercado chinês, fechado devido a um feriado, e na contramão da queda do minério de ferro em Singapura, Vale (VALE3) ganhou 0,86%. A Petrobras (PETR3, PETR4), igualmente na oposição de sua commodity de referência, baixou 0,59% e 0,66%, nesta ordem, em dia em que a estatal anunciou o corte no preço do GLP nas distribuidoras.
Diferentemente de seus pares, Assaí (ASAI3) teve a maior queda do dia, recuando 1,86%. Também estiveram entre as maiores perdas Iguatemi (IGTI11), com -1,8o%, e PetroRio (PRIO3), que caiu 1,68%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Magazine Luiza (MGLU3): +9,13% // R$ 4,78
- Ecorodovias (ECOR3): +7,03% // R$ 6,55
- Positivo (POSI3): +4,95% // R$ 12,29
- Natura (NTCO3): +4,95% // R$ 16,96
- Via (VIIA3): +4,91% // R$ 3,42
Maiores baixas do Ibovespa:
- Assaí (ASAI3): -1,86% // R$ 18,50
- Iguatemi (IGTI11): -1,80% // R$ 19,64
- PRIO (PRIO3): -1,68% // R$ 27,58
- BB Seguridade (BBSE3): -1,33% // R$ 28,18
- Sabesp (SBSP3): -1,30% // R$ 52,35
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Bradesco (BBDC4) usará 5G para atendimento mais rápido e seguro
- Petrobras (PETR4) reduz o preço do gás de cozinha em 4,7%
Bradesco (BBDC4) usará 5G para atendimento mais rápido e seguro
O Bradesco (BBDC4) fechou uma parceria com as operadoras Claro e Embratel para explorar o uso da tecnologia 5G no atendimento bancário.
De acordo com Bradesco, o foco é na melhoria da jornada do cliente.
A intenção é avaliar como as aplicações 5G auxiliarão em serviços em que alta velocidade, baixa latência e grande capacidade de processamento de dados são diferenciais.
A parceria envolve ainda a NTT DATA e a IBM. A primeira prova de conceito que as empresas desenvolveram para o banco é na busca de imóveis para financiamento.
O produto busca tornar mais rápida a procura e a aquisição de imóveis, com pesquisa por filtros de interesse dos clientes, navegação por um modelo 3D da propriedade e interação com os ambientes em realidade aumentada.
Um projeto-piloto de 5G no Bradesco já está em andamento junto com uma incorporadora.
“Trabalhamos com as tecnologias para o Metaverso há mais de dois anos no nosso laboratório de inovação”, afirma Silvana Pioli Vallim, sócia da NTT DATA na área de banking.”
Em breve, outro modelo deve ser testado para avaliar como a tecnologia pode aumentar a eficiência e a segurança das agências do banco.
Uma das unidades, na capital paulista, recebeu a instalação de uma rede 5G da Claro, com a conexão de câmeras digitais à rede, que por sua vez, é integrada ao IBM Máximo Visual Inspection.
Petrobras (PETR4) reduz o preço do gás de cozinha em 4,7%
A Petrobras (PETR4) informou na tarde desta segunda-feira (12) que reduzirá os preços médios de venda do gás liquefeito de petróleo, também conhecido como o gás de cozinha, para distribuidoras a partir de amanhã.
A redução do preço do gás de cozinha anunciada pela Petrobras equivale a um corte de 4,7%, fazendo com que o preço médio de venda do GLP passe de R$ 4,23 por quilo para R$ 4,03 por quilo.
A petroleira afirmou ainda que a diminuição levará a uma redução média de R$ 2,6 pelo botijão de 13 quilos, o mais utilizado nas residências brasileiras, que deve sair por volta de R$ 52,34 com a redução.
Em nota divulgada ao mercado, a companhia disse que o corte acompanha a evolução de preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras. Além disso, a empresa afirmou buscar o equilíbrio de preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +2,17%
- IFIX hoje: +0,19%
- IBRX hoje: +2,10%
- SMLL hoje: +2,02%
- IDIV hoje: +1,72%
Cotação do Ibovespa nesta sexta (9)
O Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (9) em alta de 2,17%, em 112.300,41 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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