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Ibovespa perde 0,47%, aos 109,6 mil pontos; Magazine Luiza (MGLU3) cai 7,6%

Ibovespa

Ibovespa hoje. Foto: Pixabay.

Ibovespa hoje fechou a quinta-feira (11) em queda de 0,47% aos 109.717,94, após oscilar entre 109.603,66 e 111.309,64 pontos. Na semana, o índice avança 3,05%; no mês, 6,35% e, no ano, 4,67%. O giro financeiro foi a R$ 35,5 bilhões nesta quinta-feira.

Puxada por bom desempenho das ações do setor minero-siderúrgico o índice parecia até o meio da tarde que teria fôlego para o oitavo ganho seguido, igualando série de março passado. Mas acompanhou a piora em Nova York e mudou de sinal.

“O dólar e os juros futuros voltaram a subir hoje, em um movimento de realização, após fortes quedas nos últimos dias”, diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. “Uma realização em Brasil, com olhar para outros emergentes onde há também oportunidades.”

Em Nova York, a pausa na recuperação dos índices de ações ocorreu apesar da deflação observada em julho no índice de preços ao produtor (PPI), que corrobora visão mais benigna sobre a inflação nos Estados Unidos desde a leitura da última quarta-feira sobre os preços ao consumidor no país.

Aqui, os dados sobre a atividade de serviços, pela manhã, também favoreciam em alguma medida apetite por risco. Mas o que prevaleceu ao fim foi a cautela, com os investidores inclinados a colocar dinheiro no bolso após a extensa sequência positiva do Ibovespa.

“É natural uma realização de lucros após uma sequência tão longa de ganhos. O Ibovespa estava muito descontado, com várias empresas com P/L em nível de 2008, algumas até abaixo disso. Os mercados estavam temendo, trabalhando com a possibilidade de uma recessão maior nos Estados Unidos, mas dados como os recentes sobre o mercado de trabalho não mostram isso”, diz José Simão, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos, destacando também o quadro econômico e corporativo no Brasil, em que “a fotografia de hoje parece melhor do que a percebida no início do ano”.

Apesar de os dados de emprego refutarem a hipótese de recessão e a estabilidade vista na inflação ao consumidor em julho, divulgada nesta semana, contribuir para “pintar um quadro mais favorável para a economia americana”, observa em nota a Guide Investimentos, “diversos dirigentes do Fed voltaram a reforçar que a batalha com a inflação está longe de ganha, e que existem grandes chances de o Fomc o comitê de política monetária do BC americano seguir subindo o juro 2023 adentro”.

A segunda queda de preço do diesel em uma semana contribuiu para as ações da Petrobras descolarem dos ganhos vistos nas empresas de maior liquidez na B3, realizando lucros após o entusiasmo em torno da recente safra de resultados e de anúncio de dividendos históricos, que fizeram os preços do papel da petroleira avançar.

No dia de mobilização de diversas entidades empresariais e da sociedade civil em defesa da democracia, o presidente Jair Bolsonaro comemorou a nova redução do diesel anunciada pela Petrobras. “Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu o presidente da República, em uma rede social.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único nesta quinta-feira, enquanto operadores avaliam os impactos do alívio na inflação nos Estados Unidos sobre a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O índice de preços ao produtor (PPI) mostrou deflação em julho, na esteira de desaceleração do indicador para o consumidor (CPI). Avanço na ação da Walt Disney esteve em destaque, após balanço positivo no trimestre mais recente.

dólar à vista fechou em alta de 1,44%, a R$ 5,1582, depois de oscilar entre R$ 5,0640 e R$ 5,1713.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira. Além de ser beneficiado pela continuidade do arrefecimento do dólar após o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA vir abaixo do esperado, o óleo foi impulsionado pela divulgação dos relatórios da Agência Internacional de Energia (AIE) e Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O petróleo WTI para setembro fechou com ganho de 2,62% (US$ 2,41), em US$ 94,34 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para outubro avançou 2,26% (US$ 2,20), a US$ 99,60 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato futuro do ouro fechou em queda nesta quinta-feira, mesmo diante do arrefecimento do dólar, que continuou se desvalorizando ante rivais após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) de julho dos Estados Unidos. Os números surpreenderam para baixo, aumentando o sentimento de risco nos mercados acionários, o que prejudica o metal precioso, que é considerado um porto seguro.

O ouro para dezembro fechou em queda de 0,36%, em US$ 1.807,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No Ibovespa hoje, os balanços trimestrais das empresas foram os principais para a movimentação. Positivo (POSI3) liderou as maiores altas do dia, com +10,26%, refletindo os bons resultados do 2T22.

Na sequência, Minerva (BEEF3) teve valorização de 7,33%, também apoiada no balanço, puxando também Marfrig (MRFG3), que subiu 5,41%.

Por outro lado, não foi todo o setor que aproveitou o momento: com números considerados “decepcionantes” pelo mercado, BRF (BRFS3) liderou entre as maiores perdas do índice, despencando 12,65%.

Outra empresa que foi pressionada por seus resultados do 2T22 foi MRV (MRVE3), que caiu 11%.7

Ações atreladas ao varejo também fecharam no negativo, como Americanas (AMER3), que caiu 9,41%, Petz (PETZ3), com -9,03%, Magazine Luiza (MGLU3), que perdeu 7,60% e Via (VIIA3), que perdeu 5,41%.

Voltando ao ranking positivo, Banco do Brasil (BBAS3) teve elevação de 4,43%, também sob influência do balanço. Outros bancos também subiram. Bradesco (BBDC3, BBDC4) subiu 0,50% e 0,84%, respectivamente, Itaú (ITUB4) ganhou 0,15% e Santander (SANB11), +0,10%.

Vale (VALE3) também figurou na lista, com ganho de 3,48%. Já Petrobras (PETR3, PETR4) cedeu 1,89% e 2,32%, nesta ordem, apesar de alta do petróleo.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Queda no comércio é mau sinal para Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3)

O comércio parece estar dando sinais de piora, com o segundo mês seguido de queda nas vendas do setor, sinalizando complicações para o Magazine Luiza (MGLU3)Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), que divulgam seus resultados hoje (11), após o fechamento do mercado.

As vendas do comércio caíram 1,4% em junho, contra o mês de maio, o pior resultado em 6 meses para o setor, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a junho de 2021, a retração foi de 0,3%.

“O resultado de junho traz a maior variação negativa para o comércio desde dezembro do ano passado, quando a queda foi de 2,9%”, disse o IBGE. Um dos maiores impactos no setor veio do segmento de tecidos, vestuário e calçados, que acumulou queda de vendas de 5,4% no período.

Segundo informações da Veja, o consenso da XP Investimentos e do BTG Pactual é de que as varejistas reportem um prejuízo superior a 100 milhões de reais.

“Observamos a sólida performance da categoria de vestuário e calçados (com volume de vendas em +8% A/A), mas ainda ~7% abaixo vs. os níveis de 2019”, disse a XP em relatório.

O indicador negativo para o setor é decorrente do atual cenário inflacionário no Brasil, com juros mais altos e encarecimento do crédito. A XP destaca no lado negativo o momento desafiador para as categorias de móveis e eletrodomésticos, apresentando queda de 15% na comparação anual, pelo terceiro mês seguido, que tanto a Via quanto o Magazine Luiza operam.

O segmento de eletrônicos também teve performance negativa, caindo 4% no segundo trimestre, segundo dados da empresa MCC/Neotrust.

O Goldman Sachs avalia que a participação do varejo no comércio online ainda deve ser menor que nos últimos anos, com apenas 14% das vendas do varejo neste ano.

O Magazine Luiza foi para as redes recentemente, com um vídeo da empresária Tânia Trajano fazendo um apelo para a população ir às lojas do Magalu.

Taesa (TAEE11): após resultados, analistas explicam ‘recomendação neutra’ em ações

Os resultados da Taesa (TAEE11) publicados nesta última quarta-feira (10) não surpreenderam os analistas. Com lucro líquido R$ 564 milhões no segundo trimestre, a XP Investimentos destaca que os resultados da empresa foram sólidos, mesmo com lucro 19,2% menor no 2T2021. Por isso, a recomendação da XP segue neutra, com preço alvo de R$ 35 por ação.

Na avaliação dos analistas, o resultado da Taesa no 2T22 ficou dentro de suas expectativas. Mesmo assim, os analistas acreditam que não há “gatilho de crescimento no curto prazo”. Explicando o balanço apresentado pela empresa, os analistas ressaltaram que a empresa anotou um Ebitida ajustado de R$ 465 milhões, dentro da estimativa da XP, mas 40% superior ao ano anterior.

Já a margem Ebitda regulatória atingiu 84,7% neste trimestre, uma alta levemente superior (1,4%) a mais quando comparado ao segundo trimestre do ano passado.

Porém, a XP Investimentos destacou que os custos gerenciáveis ​​atingiram R$95,2 milhões, 7% acima da estimativa dos seus analistas e um aumento de 33,5% no comparativo anual.

Os impactos na despesas aumentaram com maiores custos com pessoal, aumento nos gastos com serviços serviços, “devido principalmente por manutenção e despesas com assessoria em leilões”, ressalta a XP.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta quarta (10)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (10) em alta de 1,46% aos 110.235,76 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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