Ibovespa avança com alta das commodities; Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) sobem forte

Ibovespa hoje encerrou o pregão desta quarta (11) em alta de 1,25%, aos 104.396,90 pontos, após oscilar entre 103.007,59 e 105.374,25 pontos. Com isso, reduziu a queda na semana a 0,70% e, no ano, a 0,41%. Os 11 primeiros dias do mês de maio, contudo, ainda acumulam um recuo grande, de 3,23%. O volume financeiro foi de R$ 33,3 bilhões, acima da média de R$ 28,8 bi.

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Com uma das grandes pressões que têm assombrado a bolsa brasileira suavizada hoje, o ‘risco China’, o Ibovespa encontrou espaço para recuperar parte das perdas dos últimos dias. Ancorado sobretudo num avanço forte das commodities, que respondem a um alívio do investidor com dados melhores dos casos de covid no país asiático, o índice brasileiro escalou de volta aos 104 mil pontos e teve alta sólida nesta quarta-feira, a primeira desde a última quarta-feira.

Com petróleo e minério em dia forte, a Bolsa brasileira foi favorecida nesta quarta por avanços robustos sobretudo de duas das principais empresas listadas, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).

“O que vemos é um desempenho positivo de papéis intensivos em commodities, notadamente Vale e Petrobras. Esses dois papéis por si só já acabam ajudando bastante no movimento da Bolsa”, aponta o economista-chefe do banco Modal, Felipe Sichel.

Uma recuperação sólida das siderúrgicas, após a queda de terça-feira, e do setor financeiro também ajudaram a sustentar o índice no positivo. Depois de terem visto os papéis derreterem com a notícia de que o governo estudava redução do Imposto de Importação (II) sobre o aço, o setor respondeu bem ao anúncio de fato da medida, nesta quarta à tarde. A redução, na verdade, se aplica apenas a vergalhões para a construção civil, uma redução de 10,8% para 4%.

A medida também abrange uma série de alimentos, incluindo carne de boi, de frango e trigo, numa tentativa do governo de diminuir a pressão sobre a inflação. Nesta quarta, o IBGE divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, uma alta de 1,06%, levando os preços em 12 meses ao nível mais alto desde outubro de 2003.

Ainda que tenha sido colocado de lado pelos investidores de ações nesta quarta, o dado de inflação acima de 1% e surpresa no índice de preços nos Estados Unidos, com o CPI subindo 0,3%, indicam que o segundo fator de pressão que tem derrubado a Bolsa nos últimos dias – o aperto global da política monetária – deve voltar a assombrar nos próximos dias.

Os ativos de risco têm tido performance negativa globalmente nos últimos dias diante da perspectiva de que a inflação persistente deixe os juros mais altos no mundo todo – mais destacadamente nos Estados Unidos. Além de prejudicarem o crescimento global, os juros mais altos tiram atratividade de ativos com mais risco e, ainda mais intensamente, de bolsas emergentes.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta, pressionadas pelo avanço da inflação ao consumidor nos EUA acima do esperado em abril. Diante da persistente pressão inflacionária, investidores ficam de olho na postura agressiva do Federal Reserve, em quadro que penaliza principalmente ações do setor de tecnologia. Com isso, o Nasdaq terminou o dia no seu menor nível de fechamento desde outubro de 2020.

  • Dow Jones queda de 1,02%, aos 31.834,11 pontos;
  • S&P 500 cedeu 1,65%, aos 3.935,18 pontos;
  • Nasdaq recuou 3,18%, aos 11,364,24 pontos.

dólar à vista fecha em alta de 0,21%, a R$ 5,1446, depois de oscilar entre R$ 5,0935 e R$ 5,1714.

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte alta nesta quarta-feira, em uma sessão marcada pela volatilidade. A divulgação dos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos chegou a pesar sobre o óleo, porém a queda do dólar e fatores do lado da demanda e oferta se sobrepuseram.

Do lado da procura, a commodity foi beneficiada por sinais de que a pandemia está diminuindo em algumas regiões da China. Já do lado da oferta, os riscos permanecem, em meio às sanções da Rússia contra países que dependem de seu gás. Investidores também acompanharam a alta dos estoques de petróleo e a queda nos de gasolina e destilados.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho subiu 5,96% (US$ 5,95), a US$ 105,71 o barril, enquanto o do Brent avançou 4,93% (US$ 5,05), A US$ 107,51, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira, em sessão na qual a publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em abril e as perspectivas para a postura do Federal Reserve diante da inflação dominaram as atenções dos investidores. Como resultado, o metal operou com volatilidade, recuando após a divulgação e passando a subir ao final do dia.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em alta de 0,95%, a US$ 1.841,00 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, o destaque foi para empresas com ações atreladas às commodities. Com alta do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) liderou o ranking das maiores altas, com 5,04% e 3,48%, respectivamente, também sem se abalar com a mudança de comando no MME.

PetroRio (PRIO3) vem em seguida, com +5,03%. Vale (VALE3) valorizou 4,17% com alta do minério de ferro, e a acionista Bradespar (BRAP4) também ganhou 4,11%. Braskem (BRKM5) figurou na lista com +4,11%, assim como Gerdau Metalúrgica (GOAU4), que subiu 3,90%.

Outro destaque do ranking foi Itaú (ITUB4), que teve elevação de 3,34%. O restante do bloco de bancos do índice também ficou no campo positivo, com Banco do Brasil (BBAS3) subindo 2,21%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) registando alta de 1,65% e 1,73%, respectivamente, e Santander (SANB11) com ganhos de 0,86%.

No campo oposto, quem liderou foi Qualicorp (QUAL3), com perdas de 12,80%, refletindo um balanço fraco no 1T22. Foi seguido por Hapvida (HAPV3) com queda de 5,97%, Rede D’Or (RDOR3) com -5,38% e SulAmérica (SULA11) que caiu 4,36%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Gol (GOLL4) e Avianca formarão holding chamada de Grupo Abra; confira mudanças
  • Oi (OIBR3), Claro e Vivo (VIVT3) recebem multa de R$ 782 milhões por licitação dos Correios

Gol (GOLL4) e Avianca formarão holding chamada de Grupo Abra; confira mudanças

Gol (GOLL4) e a Avianca fecharam um acordo para criar a holding Grupo Abra, mirando ser “um grupo líder em transporte aéreo na América Latina”, segundo comunicado oficial. Além das duas companhias, o novo grupo também terá participação nas empresas Viva, da Colômbia, e Sky Airline, do Chile.

Tanto a Gol quando a Avianca manterão suas operações independentes, ou seja, a mudança não irá alterar a operacionalização das empresas na ‘ponta’, só tornará ambas controladas por um mesmo grupo e membros de um mesmo quadro societário.

“O Abra fornecerá uma plataforma para que as companhias aéreas reduzam ainda mais os custos, obtenham maiores economias de escala, continuem a operar uma frota de aeronaves de última geração e expandam suas rotas, serviços, ofertas de produtos e programas de fidelidade”, diz o comunicado.

Ainda de acordo com o documento, “o Grupo Abra será co-controlado pelos principais acionistas da Avianca e pelo acionista controlador da Gol, além de ser liderado por executivos com larga experiência em transporte aéreo, em atuação regional, longa trajetória de empreendedorismo e construção de marcas e um histórico comprovado de crescimento e transformações bem-sucedidas de companhias aéreas”.

O  acordo foi assinado entre os principais acionistas da Avianca e o acionista controlador da Gol, que veem no Grupo Abra uma oportunidade de aumentar sinergias e manter uma participação de mercado (market share) maior.

“Avianca e Gol serão a base de uma malha pan-latinoamericana de companhias aéreas com o objetivo de ter o menor custo unitário em seus respectivos mercados, os programas de fidelidade líderes em suas regiões e outros negócios sinérgicos”, diz o fato relevante da Gol.

Ambas as empresas preveem benefícios com “maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”, segundo comunicado.

Avianca Group possui uma frota de mais de 110 aeronaves e é a companhia aérea líder na Colômbia, América Central e Equador, com operação de 130 rotas na América Latina.

Já a Gol Linhas Aéreas opera uma frota de 142 aeronaves e possui 33,6% de participação no mercado doméstico brasileiro, ainda atrás da Latam (35,1%). Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

“O fechamento da transação é esperado para ocorrer no segundo semestre de 2022, sujeito às condições habituais de fechamento e regulatórias”, destacou a Gol, em fato relevante divulgado ao mercado. Você pode ler o documento completo aqui.

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Oi (OIBR3), Claro e Vivo (VIVT3) recebem multa de R$ 782 milhões por licitação dos Correios

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) multou em R$ 782 milhões as empresas Claro, Oi (OIBR3) e Vivo (VIVT3) por infração à ordem econômica. Os conselheiros entenderam que as empresas fizeram conluio ao formar um consórcio para participar de uma licitação promovida pelos Correios, em 2015, para contratação de serviços de telefonia.

A maior condenação foi para a Claro, de R$ 395 milhões. A Oi terá de pagar R$ 266 milhões e a Vivo, R$ 121 milhões. Essa decisão pode ter desdobramentos em outros processos do Cade relacionados a consórcios, inclusive na compra da Oi pela Vivo, Claro e TIM (TIMS3), em que também foi formado um consórcio para participar da disputa.

Em sua fala, o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, ressaltou que a formação de consórcio não é ilegal e é até incentivada em determinados mercados, mas é necessário justificativa quando reúne os principais concorrentes.

Cordeiro indicou que é importante que o mercado saiba que, ao fazer consórcio com três concorrentes com mais de 90% de market share (participação de mercado), deve-se tomar cuidado para que não ocorra fechamento de mercado.

“A pergunta que se faz nesse caso é: poderiam ter as partes participado individualmente ou deveria ter que ser feito consórcio?”, indagou Cordeiro.

presidente do Cade defendeu multas menores para as empresas, que seriam de R$ 30,9 milhões para a Claro, R$ 53,6 milhões para Oi e R$ 28,3 milhões para a Telefônica. A maioria, no entanto, seguiu a sugestão de cálculo apresentada em voto anterior pela ex-conselheira Paula Azevedo, e as multas mais altas permaneceram.

O processo teve início em 2015, depois de denúncia da BT Brasil Serviços de Telecomunicações de que as três operadoras agiram de forma associada para reduzir a competição e impedir a atuação de outros concorrentes em licitações públicas, especificamente na dos Correios.

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Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +1,25%
  • IFIX hoje: -0,15%
  • IBRX hoje: +1,36%
  • SMLL hoje: -0,53%
  • IDIV hoje: +0,39%

Cotação do Ibovespa nesta terça (10)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (10) em queda de 0,14%, aos 103.109,94 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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