O Ibovespa hoje (11) encerrou o pregão em alta de 1,53% aos 112.517,08 pontos, após oscilar entre 110.752,00 e 112.552,12 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 30,2 bilhões.
Na véspera de divulgação de nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, os índices de Nova York mantiveram curso positivo na sessão – destaque para o Nasdaq, mais sensível aos juros, em alta de 1,76% no fechamento -, o índice da B3 acompanhou o exterior favorável e emendou o sexto ganho diário, acentuando as máximas do dia em direção ao fechamento, em alta de 1,53%, aos 112.517,08 pontos, agora no maior nível de encerramento desde 14 de novembro (113.161,28).
Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 3,26%, colocando o do ano, nestas oito primeiras sessões, em 2,54%. Assim, recuperou nas últimas seis sessões, positivas, o correspondente a 8.351,34 pontos ante o fechamento do dia 3, então aos 104.165,74 pontos.
Em pontos e extensão, a série atual supera agora a de cinco ganhos entre os últimos dias 19 e 23, antes do Natal, quando o Ibovespa avançou 6.841,87 pontos. Em extensão, a sequência deste começo de janeiro é a mais longa desde os sete avanços entre os dias 2 e 10 de agosto passado.
Hoje, o índice retomou os 112 mil às 17h38, então a 112.058,35, e chegou, no melhor momento, aos 112.552,12 pontos, às 17h41, a superar pontualmente o desempenho do Nasdaq na sessão, com ganhos fortes do setor financeiro – destaque para Santander (SANB11), com ganhos de 2,81% no fechamento) e recuperação no segmento de energia após as perdas do dia anterior. A Eletrobras (ELET3) avançou 4,52%, ELET6, +4,08% e Copel +4,70%, máxima do dia no encerramento).
Alta das empresas de petróleo
O Ibovespa hoje operou em ligeira alta. Isso porque os ativos de grande peso avançaram e acabaram por influenciar todo o índice. Junto aos bancos, os destaques positivos foram as petroleiras.
A Petrobras (PETR4) teve alta de 0,75%, enquanto a 3R Petroleum (RRRP3) foi a maior alta da bolsa hoje, avançando mais de 13% após a divulgação de seus resultados. Por outro lado, a Vale (VALE3) foi o destaque negativo do dia, em queda de mais de 1% neste momento.
“A alta das petroleiras é influenciada pela alta do petróleo negociado no mercado internacional. Além disso, foram emitidos relatórios de que a capacidade produtiva da 3R Petroleum aumentou bastante no mês de dezembro e no comparativo com os anos anteriores, o que indica potencial de valorização do ativo”, explica Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.
Os contratos futuros mais líquidos fecharam em alta com a expectativa da reabertura econômica da China. O petróleo WTI avançou 3,05%, a US$ 77,41 o barril, enquanto o Brent fechou em alta de 3,21% (US$ 2,57), a US$ 82,67 o barril.
“O mercado seguiu a tendência positiva das bolsas internacionais, ainda na esteira da reabertura da China e da melhora de indicadores macroeconômicos, nos Estados Unidos e na Europa, com grande expectativa para a inflação americana, na leitura que será divulgada amanhã”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Aqui, “os juros futuros vêm fechando, o que mostra expectativa mais favorável para a nossa economia”, acrescenta Moliterno, citando a espera do mercado local para o anúncio de medidas pelo Ministério da Fazenda, possivelmente até sexta-feira, para recomposição orçamentária do caixa do governo.
No plano doméstico, “há expectativa um pouco mais favorável para as contas públicas, com os sinais de que a desoneração dos combustíveis deve acabar, o que ajuda pelo lado da arrecadação. Por enquanto, ainda não se espera corte de gastos, mas sim um compromisso claro com a redução do déficit em relação à indicação inicial para o ano, especialmente pelo lado de reonerações e receitas extraordinárias”, diz Felipe Cima, operador de renda variável da Manchester Investimentos, acrescentando que, conforme se espera, uma recuperação da economia da China em 2023, e da demanda por commodities, tende a contribuir aqui, via agro e outras matérias-primas, não só para as exportações mas também para a arrecadação.
Em Brasília, ao anunciar o secretariado do Planejamento nesta quarta-feira, a ministra Simone Tebet afirmou que tanto ela como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, serão “rigorosos sobre como gastar”, o que contribuiu para firmar o viés positivo do Ibovespa à tarde, ainda que em passo um pouco afastado do de Nova York, após o bom avanço do índice da B3 na sessão anterior
Altas nas bolsas internacionais
As bolsas internacionais também operaram em alta nesta quarta-feira. O Dow Jones subiu 0,80%, S&P avançou 1,28% e Nasdaq ganhou 1,76%. Por outro lado, o dólar fechou em baixa de 0,40%, a R$ 5,1810, após oscilar entre R$ 5,1632 e R$ 5,2340.
Isso porque os investidores aguardam a divulgação do relatório da inflação ao consumidor (CPI) de dezembro. Os índices de ações nos Estados Unidos apresentam uma boa performance neste início de ano, aponta Elcio Cardozo, e ele acredita que a maior expectativa dos investidores em todo o mundo é pelo fim do ciclo de alta de juros.
“Nos últimos dados divulgados, a inflação nos EUA arrefeceu, mas ainda não é possível afirmar que a inflação fez pico. Afinal, os dados da economia estadunidense estão muito fortes, em comparativo com a expectativa de mercado, assim como os dados de emprego. Pelos preceitos econômicos, a inflação desacelera com o enfraquecimento da economia e isso não está acontecendo nos EUA”, diz.
Europa também registou ganhos
Também fecharam em alta todas as bolsas europeias nesta quarta-feira. Os avanços ficaram da seguinte maneira: Frankfurt (DAX) em +1,17%, Lisboa, (PSI 20) em +0,28%, Londres (FTSE 100) em +0,41%, Madri (IBEX 35) em +0,17%, Milão (FTSE MIB) em +0,70%, MOEX (Moscou), em +1,27% e Paris (CAC 40) em +0,80%.
O clima ameno de janeiro parece estar ajudando no sentimento de otimismo, destaca análise da CMC Markets. “Embora os consumidores estejam se tornando mais exigentes sobre onde gastar seu dinheiro, eles ainda o estão gastando”, dizem os analistas.
Já na visão do Danske Bank, os mercados europeus também aguardam a publicação do relatório da inflação ao consumidor dos EUA, que deverá ser um guia para o ritmo de aumento de juros do Federal Reserve (Fed). O CPI será publicado amanhã (11) às 10h30 (de Brasília).
Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje
- Aumento do salário mínimo pode sair apenas em maio
- 3R Petroleum tem produção recorde em dezembro
- Investidores estrangeiros aportam R$ 400 milhões na B3 um dia após as invasões em Brasília
Aumento do salário mínimo defendido por Lula pode sair apenas em maio
O governo Lula da Silva pode ter de esperar até o dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalho, para anunciar o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 — atualmente, o valor é de R$ 1.302. O adiamento dessa medida está em discussão dentro do governo e é defendido pela área econômica.
A postergação do anúncio do aumento do salário mínimo daria tempo para o governo monitorar a evolução do comportamento da folha do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que teve a base de beneficiários elevada rapidamente na reta final da campanha eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Técnicos do governo Lula disseram que reajustar agora seria muito difícil, porque não há todo o orçamento necessário.
Os números, porém, foram revistos em função do crescimento da estimativa de gastos atrelados ao salário mínimo, como benefícios previdenciários.
3R Petroleum tem produção recorde em dezembro
A 3R Petroleum (RRRP3) revelou ontem ao mercado resultados surpreendentes sobre a produção de dezembro, ficando acima da Petroreconcavo.
A empresa apresentou uma alta de 92,3% no mês, comparado com novembro, ao produzir 25,3 mil boe (barris de óleo equivalente) por dia.
Com a repercussão do relatório, as ações da companhia subira mais de 13% e lideravam as altas do Ibovespa nesta quarta-feira (11).
Itaú BBA vê upside de 150% nas ações
Em relatório, analistas do Itaú BBA fizeram a recomendação de compra para as ações da 3R Petroleum com preço-alvo de R$ 105,18. O valor representa uma potencial valorização de 150% na cotação atual de R$ 43,16 dos papéis da RRRP3.
Estrangeiros aportam R$ 400 milhões na B3 um dia após as invasões em Brasília
Mesmo após o caos provocado pelas invasões em Brasília do último domingo (8), os investidores estrangeiros abriram suas carteiras e aportaram mais de R$ 400,4 milhões no pregão realizado na segunda (9) pela B3.
Na segunda, o Ibovespa abriu em queda e, horas depois, virou e fechou o dia com alta de 0,15%. Assim, o déficit anual e mensal da categoria dos investidores estrangeiros recuou para R$ 95,3 milhões.
Por outro lado…
Enquanto os estrangeiros colocavam dinheiro na Bolsa, os investidores institucionais e individuais preferiram realizar o movimento oposto.
Nesse pregão, os investidores institucionais sacaram R$ 307,2 milhões, o que fez com que o saldo anual e do mês do grupo ficasse positivo em R$ 152,5 milhões.
O investidor individual seguiu esse movimento de saque e retirou R$ 151,9 milhões naquele mesmo dia. Essa movimentação acarretou em um superávit em 2022 e no mês de R$ 22,1 milhões.
Maiores altas do Ibovespa:
- 3R Petroleum (RRRP3): +13,64%
- Minerva (BEEF3): +7,76%
- PetroRio (PRIO3): +7,73%
- Raizen (RAIZ4): +6,87%
- Hapvida (HAPV3): +6,73%
Maiores baixas do Ibovespa:
- BRF (BRFS3): -6,62%
- Locaweb (LWSA3): -3,92%
- Banco Pan (BPAN4): -3,28%
- Ambev (ABEV3): -1,72%
- Petz (PETZ3): -1,69%
Fechamento dos outros índices brasileiros
- Small Caps (SMLL): +1,25%
- BDRs (BDRX): +0,77%
- Fundos Imobiliários (IFIX): -0,22%
Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (11)
O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (11) em alta de 1,53% aos 112.517,08 pontos.
Com informações do Estão Conteúdo
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