O Ibovespa hoje fechou a segunda-feira (10) em queda de 0,37%, aos 115.940,64 pontos, após oscilar entre 115.261,12 e 116.840,61. Neste fechamento do primeiro terço do mês, o índice acumula ganho de 5,37% em outubro, colocando o do ano a 10,61%.
O índice prosseguiu em realização moderada de lucros neste começo de semana, em ajuste iniciado na última sexta-feira após sequência de cinco ganhos diários. Não muito moderado pelo feriado parcial nesta segunda-feira em Nova York, onde não houve negócios no mercado de Treasuries no Dia de Colombo, o giro financeiro ficou em R$ 25,6 bilhões na B3.
A cautela externa continua a prevalecer, agravada agora por nova escalada de ataques russos à Ucrânia, que atingiu nesta segunda-feira a capital, Kiev, em retaliação à destruição, no sábado, de ponte que ligava o território russo à Crimeia, uma ligação que era considerada símbolo da anexação da península em 2014.
Na agenda econômica, a semana reserva nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos e a ata do Federal Reserve, além do início de nova temporada de balanços trimestrais, o que ajuda a entender o compasso de espera visto nesta segunda-feira.
Embora as perdas do dia tenham se mostrado relativamente moderadas da Ásia à Europa e aos Estados Unidos, o Ibovespa volta a manter correlação com o desempenho externo após o entusiasmo com o resultado do primeiro turno da eleição, há uma semana, ter feito o índice saltar 5,54% na última segunda-feira, o que garantiu ganhos bem superiores a pares externos ao longo da semana passada, com apenas um recuo, de 1,01%, registrado na última sessão do intervalo.
“Dia de feriado nos Estados Unidos, as bolsas operaram mas com menor liquidez. Os mercados lá fora aguardam nesta semana a divulgação de novas leituras sobre a inflação nos Estados Unidos, e com novas falas de dirigentes do Federal Reserve em tom ‘hawkish’, que deve aparecer também na ata do Fed, na quarta-feira, mesmo dia em que começa temporada de resultados corporativos, do terceiro trimestre, no país”, diz Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos.
“Os dados da última sexta-feira mostram que o mercado de trabalho continua muito forte nos Estados Unidos, com taxa de desemprego em mínima de quase 50 anos, que coloca pressão nos salários”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. “Aumentou muito a probabilidade de novo aumento de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros americana na próxima reunião do Fed, no dia 2 de novembro, o que faz o S&P 500 voltar para aquela região difícil, dos 3.600 pontos, com cara de ‘bear market‘”, acrescenta o economista.
Ele aponta que métricas de juros vis-à-vis inflação americana embutem taxas reais de curto prazo – de um ano adiante descontada a inflação esperada para os 12 meses à frente – em torno de 1,63%, “na máxima de muitos anos”.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York recuaram esta segunda, em uma sessão na qual as perspectivas para o aperto monetário pelo Federal Reserve segue pesando para os ativos de risco. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de setembro será publicado na quinta-feira, gerando grande expectativa sobre os próximos passos no combate à inflação. A semana conta ainda com o começo da divulgação dos balanços das principais empresas dos Estados Unidos, partindo dos grandes bancos.
- Dow Jones: -0,32%, aos 29.202,88 pontos;
- S&P 500: -0,75%, aos 3.612,39 pontos;
- Nasdaq: -1,04%, aos 10.542,10 pontos.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, a R$ 5,1906, após oscilar entre R$ 5,1635 e R$ 5,2170.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira (10), com algumas realização de lucros após os fortes ganhos da última semana, quando subiram acima de 15%. As preocupações com a demanda também seguem no radar, especialmente com a desaceleração da China. No entanto, a decisão da Opep+ de reduzir suas cotas de produção em 2 milhões de barris por dia ainda repercute, e analistas esperam que o movimento siga levando volatilidade aos mercados.
O contrato do petróleo WTI para novembro fechou em baixa de 1,63% (US$ 1,51), a US$ 91,13 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro caiu 1,77% (US$ 1,73), a US$ 96,19 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em queda nesta segunda-feira (10), em uma sessão na qual os preços do metal são pressionados pela valorização do dólar, moeda na qual a commodity é cotada. Um dos motivos que impulsiona o ativo americana é a projeção de maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed) para tentar conter a inflação, algo que também tende a pressionar o ouro. A semana começa com altas expectativas pela publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em setembro, que será feita na quinta-feira, e tende a dar indicações sobre os próximos passos no combate à inflação.
O ouro para dezembro fechou baixa de 1,99%, em US$ 1.675,2 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
No Ibovespa hoje, o setor de frigoríficos avançou com gripe aviária na Europa e nos EUA. A BRF (BRFS3) ganhou 5,13%, JBS (JBSS3) subiu 4,82% e Minerva (BEEF3) +4,18%.
A ação mais valorizada na sessão foi SLC Agrícola (SLCE3), com +6,05%, seguida por São Martinho (SMTO3), que teve elevação de 5,53%.
Já no campo oposto, a maior queda do dia foi de Cosan (CSAN3), que caiu 7,51%, ainda refletindo a compra de fatia da Vale (VALE3) que desvalorizou 2,01% no dia. A compra da fatia despertou dúvidas do mercado. A operação também influenciou o desempenho da controlada Rumo (RAIL3), que teve a segunda maior baixa do dia, caindo 4,60%.
Acionista da Vale, a Bradespar (BRAP4) perdeu 2,42%.
Acompanhando a queda do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) registrou -0,91% e -1,13%, respectivamente.
Grandes bancos fecharam no vermelho: Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 0,95% e 1,51%, nesta ordem, Banco do Brasil (BBAS3) perdeu 1,45%, Itaú (ITUB4) baixou 1,06% e Santander (SANB11), -0,95%.
Maiores altas do Ibovespa:
- SLC Agrícola (SLCE3): +6,05% // R$ 44,73
- São Martinho (SMTO3): +5,53% // R$ 27,67
- BRF (BRFS3): +5,13% // R$ 14,55
- JBS (JBSS3): +4,82% // R$ 25,68
- Minerva (BEEF3): +4,18% // R$ 13,20
Maiores baixas do Ibovespa:
- Cosan (CSAN3): -7,51% // R$ 15,40
- Rumo (RAIL3): -4,61% // R$ 18,23
- Natura (NTCO3): -4,29% // R$ 13,16
- Petz (PETZ3): -3,95% // R$ 9,66
- Méliuz (CASH3): -3,05% // R$ 1,27
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Após Itaú (ITUB4) zerar corretagem, competição entre grandes bancos será mais acirrada, dizem analistas
- Petrobras (PETR4): preço do gás natural terá queda de 5%
Após Itaú (ITUB4) zerar corretagem, competição entre grandes bancos será mais acirrada, dizem analistas
A decisão recente do Itaú (ITUB4) de zerar as suas taxas de corretagem em ordens de ações e de fundos de índice somente nos canais digitais ocorre após um acirramento da competitividade com as fintechs e bancos digitais.
Contudo, o Itaú ainda é um dos poucos bancos ‘tradicionais’ que decidiu por zerar a corretagem. Analistas apontam que, nesse cenário, a expectativas é de que outros grandes players tomem decisões análogas.
Além disso, citam que essa já é a tendência da indústria há tempos.
A decisão do maior banco do País elevou a pressão para os rivais seguirem o movimento, aponta o professor de Finanças da escola de negócios Ibmec, Cristiano Corrêa.
“Para todos que quiserem concorrer neste mercado é questão de sobrevivência isentar estas taxas“, diz.
O professor destaca que o potencial de crescimento do mercado de investimentos no Brasil ainda é alto, e por isso que a corrida é acirrada. “Este passo do Itaú deve forçar os outros grandes a ‘descer para o playground’.”
Os bancos e plataformas estão em uma disputa para atrair clientes.
“Esse movimento do Itaú o leva de volta ao mercado de investimentos depois de várias empresas terem feito isso para ganhar território”, diz Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
Petrobras (PETR4): preço do gás natural terá queda de 5%
A Petrobras (PETR4) divulgou nesta segunda-feira (10) que vai reduzir o preço do gás natural em 5% para seus clientes a partir de 1º de novembro, referente ao trimestre de agosto a outubro.
Os novos preços do gás natural seguirão vigentes até 31 de janeiro de 2023, conforme estabelecido nos contratos firmados, informou a estatal.
Os contratos de gás natural da Petrobras preveem atualizações trimestrais e vinculam a variação do preço do gás às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Durante o período (agosto, setembro e outubro), o petróleo teve queda de 11,5%; e o câmbio teve depreciação de 6,5% (isto é, a quantia em reais para se converter em um dólar aumentou 6,5%).
“A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelas margens das distribuidoras (e, no caso do GNV, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais”, explicou a companhia.
As tarifas ao consumidor dependem de aprovação pelas agências reguladoras estaduais. Tanto a Naturgy, que atende o Estado do Rio de Janeiro, como a Cegás, do Ceará, já anunciaram que vão reduzir o preço do insumo para os consumidores a partir de 1º de novembro.
No Rio, a queda girou entre 2,9% e 6,8%, enquanto no Ceará o preço teve redução de 14%.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -0,37%
- IFIX hoje: -0,15%
- IBRX hoje: -0,36%
- SMLL hoje: +0,06%
- IDIV hoje: -0,06%
Cotação do Ibovespa nesta sexta (7)
O Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (7) em queda de 1,01%, aos 116.375,25 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)