O Ibovespa hoje (10) encerrou o pregão em alta de 1,55% aos 110.816,71 pontos, após oscilar entre 108.478,19 e 111.193,43 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 23,50 bilhões.
Mesmo com o desempenho tímido de Nova York na sessão, o Ibovespa estendeu nesta terça, 10, pela quinta sessão, a sequência de retomada ante as perdas vistas na abertura de 2023, acumulando pela primeira vez ganho neste começo de ano (+0,99%) e chegando a recuperar o nível dos 111 mil pontos, não visto no intradia desde a última sessão de 2022 (111.177,53), no dia 29, e em fechamento desde 2 de dezembro (111.923,93).
Antes da abertura do Ibovespa, a bolsa brasileira lidou com a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que apontou uma alta de 0,62% em dezembro de 2022.
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o Brasil encerrou o último ano com a inflação em 5,79%. Essa é a quarta vez consecutiva que a inflação fica acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional: em 2022, a meta era de 3,5%, e teto de 5%.
“Foi um dado que veio antes da abertura do mercado e que colaborou para a abertura negativa com juros para cima. Esse movimento também é uma continuidade do que tivemos ontem com a bolsa perdendo força no fim do dia após falas firmes de dirigentes do FED sobre o desenrolar da economia americana e dificuldade de diminuir juros em 2023″, pontua Apolo Duarte, CFP, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital.
Apesar disso, o Ibovespa hoje teve movimentações políticas menos agitadas. Pela manhã, Lula determinou que as primeiras medidas econômicas do seu governo sejam divulgadas ainda nesta semana.
Outro destaque na política nacional foi que o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou Aloízio Mercadante para presidência do BNDES.
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Volatilidade internacional
As bolsas internacionais operam em alta. O Dow Jones subiu 0,56%, S&P avançou 0,70% e Nasdaq ganha 1,01%. Por outro lado, em dia de declarações do presidente do FED, Jerome Powell, o dólar fechou em baixa de 1,06%, a R$ 5,2020, após oscilar entre R$ 5,1990 e R$ 5,2769.
Em evento organizado pelo BC da Suécia, Powell disse que o Fed deve continuar focado em reduzir a inflação nos EUA. “Restaurar a estabilidade de preços quando a inflação está alta pode exigir medidas que não são populares no curto prazo, enquanto aumentamos as taxas de juros para desacelerar a economia”, ressaltou.
Após os comentários, o dólar reduziu pontualmente os ganhos na comparação com rivais, mas a reação do mercado foi tímida. “O discurso do presidente do Fed no simpósio sobre a independência do banco central não forneceu uma atualização a respeita da economia ou política monetária“, ressalta o analista Edward Moya, da Oanda.
Também fecharam em queda quase todas as bolsas europeias nesta terça-feira, com exceção da alta de +0,20% em Madri (IBEX 35). Houve recuos nas bolsas de Frankfurt (DAX) em -0,12%, Londres (FTSE 100) em -0,40%, Milão (FTSE MIB) em -0,08%, MOEX (Moscou), em -0,18% e Paris (CAC 40) em -0,55%.
Em relação às commodities, o pregão do petróleo foi de alta volatilidade, visto as notícias sobre um possível aumento da demanda pela China e expectativas de desaceleração global no radar. Contudo, o petróleo Brent fechou em alta de 0,56%, a US$ 80,10 o barril, enquanto o WTI avançou 0,66%, a US$ 75,12 o barril.
Bancos, varejistas e Grupo Pão de Açúcar em alta
Sob esse cenário, Duarte pontua que os maiores favorecidos no Ibovespa desta terça-feira foram os bancos e o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Entre os bancos, destaque para o Bradesco (BBDC4), com alta de 3,71%. Além disso, o varejo também brilhou: Americanas (AMER3) Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) subiram, respectivamente, 7,49%, 7,77% e 6,58%.
“[Esses ativos] sobem se favorecendo do sentimento de menor aversão a risco e tendo correção frente a grandes quedas que tivemos nos últimos dias. Além disso, Pão de Açúcar conseguiu aprovar a cisão do Éxito, e com isso, as ações estão em grande alta”, explica o head da mesa de renda variável da AVG Capital.
“O mercado não gosta de ficar no escuro. O que gera mais desconfiança é a parte fiscal, mas não se tem como cobrar muito de um governo que começou não faz nem duas semanas. É preciso esperar a gestão fiscal para depois fazer uma avaliação. Há muita dificuldade de comunicação. Pode ser que venhamos a nos surpreender ainda com a execução, que pode ser boa, visto o desempenho de Haddad, na parte fiscal, na Prefeitura de São Paulo”, diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3.
Notícias que movimentaram a Bolsa de Valores hoje
- Lula: divulgações das primeiras medidas econômicas será ainda nesta semana
- Pão de Açúcar propõe redução de capital bilionária
- Eletrobras: ataques derrubam três torres de energia
Primeiras medidas econômicas de Lula serão divulgadas nesta semana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que as primeiras medidas econômicas do seu governo sejam divulgadas ainda nesta semana. Hoje, o governante repassou essa ordem à Casa Civil e ao Ministério da Fazenda.
Com as invasões em Brasília do último domingo (8), existia o receio de alguns agentes econômicos de que esses anúncios fossem adiados. Contudo, fontes do Valor Econômico ressaltaram que “tudo segue normal” nos ministérios e que “até quinta (12), todos os atos serão publicados e anunciados”.
TCU libera Aloízio Mercadante para BNDES
Hoje um despacho do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), liberou a nomeação do ex-ministro Aloízio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na visão do magistrado, o aliado de Lula não esbarra na Lei das Estatais.
Pão de Açúcar propõe redução de capital bilionária e ações disparam
O Grupo Pão de Açúcar apresentou uma proposta de redução do capital social em R$7,1 bilhões por causa da cisão dos negócios da companhia com a Almacenes Éxito, braço da varejista que atua na América Latina.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na segunda (9), a companhia explicou que a proposta foi aprovada pelo seu conselho de administração. A ideia é distribuir quatro BDRs do Éxito para cada ativo ON do Pão de Açúcar.
Com a repercussão da notícia, as ações do grupo figuraram entre as maiores altas do Ibovespa hoje. No final do pregão, os papéis avançaram +8,76%.
Ataques derrubam três torres de energia da Eletrobras
O Ibovespa hoje também foi marcado pelos ataques a três torres de energia da Eletrobras na madruga desta segunda-feira. Uma delas está localizada no interior do Paraná, operada por Furnas, e outras duas são da Eletronorte no estado de Rondônia. Apesar dos atos, não houve interrupção no fornecimento de energia em nenhuma localidade.
Devido aos ataques recentes à Brasília e ameaças à refinarias da Petrobras (PETR4) e agora com a derrubada da torre de energia da Eletrobras, o ministério de Ministério de Minas e Energia (MME) decidiu montar um gabinete de crise, coordenado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A informação foi confirmada ao Suno Notícias pela Aneel.
Com a repercussão da notícia, as ações da Eletrobras caíram mais de 2% nesta terça-feira. Os papéis da ELET3 fechou o pregão com recuo de 0,97% e a ELET6, em queda de -1,28%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): +8,76%
- Magazine Luiza (MGLU3): +7,77%
- Americanas (AMER3): +7,49%
- Via Varejo (VIIA3): +6,58%
- CSN Mineração (CMIN3): +6,57%
Maiores baixas do Ibovespa:
- Eletrobras (ELET6): -1,63%
- Braskem (BRKM5): -1,45%
- CPFL Energia (CPFE3): -1,28%
- Suzano (SUZB3): +1,25%
- Rede D’Or (RDOR3): -1,24%
Fechamento dos outros índices brasileiros
- Small Caps (SMLL): +3,06%
- BDRs (BDRX): -0,29%
- Fundos Imobiliários (IFIX): 0,00%
Cotação do Ibovespa nesta terça-feira (10)
O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (10) em alta de 1,55% aos 110.816,71 pontos.