O Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (9) em alta de 2,17%, em 112.300,41 pontos, após oscilar entre 109.922,25 e 112.539,89 pontos. Na semana, subiu 1,30%.
As ações da Vale foram um dos principais destaques do dia, refletindo a puxada para cima no preço do minério de ferro, que atingiu o maior patamar em duas semanas. A alta da commodity vem dos novos estímulos do governo chinês, anunciados para apoiar a economia animaram os mercados.
“Hoje foi dia de divulgação do IPCA de agosto, em que pelo segundo mês consecutivo foi observado uma deflação, desta vez de -0,36%, levemente abaixo do que era a expectativa média do mercado. Essa deflação ainda é consequência das medidas do governo de redução da cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, energia, transporte e telecomunicações. Então, o que vemos é um alívio temporário da inflação”, diz Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital.
O economista afirma que para setembro, ainda se espera um cenário de deflação. Entretanto, o mercado estará muito atento com os últimos três meses do ano em que os efeitos dos cortes de tributos e movimento recente do preço dos combustíveis já deve ter passado. “Mesmo com cenário de deflação, o Banco Central deve manter a taxa de juros altas por mais tempo ainda, uma vez que os efeitos da política monetária ainda são lentos”, explicou.
Bolsas de Nova York em alta
As bolsas de NY encerraram a sexta-feira (9) em alta. Os índices renovaram máximas à tarde e confirmaram ganhos semanais, interrompendo uma série de três semanas negativas. Investidores foram às compras de algumas ações consideradas “baratas”, após recuos recentes. Entre os setores, serviços de comunicação e tecnologia estiveram entre os maiores ganhos, o que impulsionou o Nasdaq. Além disso, energia exibiu ganhos sólidos, apoiados pela alta do petróleo.
- Dow Jones: +1,19%, aos 32.151,71 pontos;
- S&P 500: +1,53%, aos 4.067,37 pontos;
- Nasdaq: +2,11%, aos 12.112,31 pontos.
Na semana, os ganhos foram de 2,66%, 3,65% e 4,14%, respectivamente.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,13%, a R$ 5,1476, após oscilar entre R$ 5,1422 e R$ 5,2031. Na semana, moeda recuou 0,72%.
Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta de cerca de 4% nesta sexta, apoiados em um dólar enfraquecido ante rivais. Na semana, porém, marcada pela decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortar a produção, a commodity acumulou leve queda.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro avançou 3,89% (US$ 3,25) na sessão, a US$ 86,79 o barril, mas teve leve queda de 0,09% na semana. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para novembro fechou em alta de 4,14% (US$ 3,69), a US$ 92,84, na sessão e acumulou perda semanal de 0,19%.
O ouro fechou em alta nesta sexta e fechou a semana com ganho modesto. Apesar de comentários de tom hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed), o dólar enfraqueceu ante rivais e s juros dos Treasuries caíram na maior parte da curva, dois fatores que tendem a favorecer a demanda do mercado pelo metal precioso.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,49% hoje e subiu 0,35% na semana, cotado a US$ 1.728,60 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, com a notícia de deflação do IPCA em agosto, as ações ligadas ao consumo, como varejistas e companhias aéreas foram impulsionadas.
Quem liderou as maiores altas do dia foi Americanas (AMER3), com +9,31%. Via (VIIA3) também figurou no ranking, subindo 6,9%.
Entre as aéreas, GOL (GOLL4) teve ganhos de 7,58% e Azul (AZUL4), de 7,35%. Já CVC (CVCB3) subiu 7,35%.
O segmento de empresas ligadas ao minério de ferro também se destacou no pregão, com alta da cotação: CSN (CSNA3) avançou 8,87%, e Vale (VALE3) teve elevação de 7,81%. Acionista da mineradora, Bradespar (BRAP4) também figurou na lista positiva, subindo 7,07%.
Outro setor que fechou no positivo foi o bancário, com Banco do Brasil (BBAS3) subindo 2,76% e Santander (SANB11), +2,17%, tendo os maiores ganhos. Bradesco (BBDC3, BBDC4) valorizou 0,95% e 1,36%, respectivamente e Itaú (ITUB4) avançou 0,79%.
Fechando em leve queda, apesar da alta do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) cedeu 0,17% e 0,03%, nesta ordem. Já entre as maiores baixas ficaram BRF (BRFS3), com -2,49%, Minerva (BEEF3), com -1,52% e Assaí (ASAI3), -1,31%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Americanas (AMER3): +9,31% // R$ 16,56
- CSN (CSNA3): +8,87% // R$ 14,11
- Vale (VALE3): +7,81% // R$ 69,55
- GOL (GOLL4): +7,58% // R$ 10,79
- CVC (CVCB3): +7,35% // R$ 17,52
Maiores baixas do Ibovespa:
- BRF (BRFS3): -2,49% // R$ 16,07
- Minerva (BEEF3): -1,52% // R$ 14,26
- Assaí (ASAI3): -1,31% // R$ 4,00
- Iguatemi (IGTI11): -1,14% // R$ 20,00
- CPFL (CPFE3): -0,99% // R$ 35,19
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- IPCA: Agosto tem deflação de 0,36% com queda de preço da gasolina
- Eike Batista e credores se desagradam com oferta do BTG Pactual (BPAC11) por dívida da MMX
IPCA: agosto tem deflação de 0,36% com queda de preço da gasolina
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, mostrou uma retração de 0,36% no acumulado do mês de agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9). O resultado é o menor para o mês desde 1998.
Com a divulgação do IPCA de agosto, o acumulado dos últimos fica em 8,73%. Trata-se do segundo mês consecutivo de deflação.
O analista CNPI e fundador da Eu Me Banco, Fabio Louzada, destaca que o dado veio em linha com as projeções de mercado.
“A expectativa do mercado girava em torno de deflação de -0,40%. Essa deflação ainda é decorrente da decisão do governo em relação à redução do ICMS sobre combustíveis e energia. Trata-se de um alívio temporário que se dá por conta dessas medidas que proíbem estados de cobrarem taxa superior à alíquota geral de ICMS, que varia de 17% a 18% dependendo do local”, analisa.
O especialista comenta que a expectativa é que o IPCA encerre o ano a 6,61%, acima tanto da meta de 3,5% como do teto de 5%.
Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, o a deflação de 1,27% em energia elétrica, por conta da redução das alíquotas de ICMS, explica, essa queda do IPCA.
Eike Batista e credores se desagradam com oferta do BTG Pactual (BPAC11) por dívida da MMX
Tanto Eike Batista quanto seus credores, agora, estão do mesmo lado. Ambos estão desagradados com a oferta feita pelo BTG Pactual (BPAC11) aos títulos de dívida da Anglo American e detidos pela MMX. Segundo apuração do Estadão/Broadcast, ambos devem ir à Justiça contra a solução proposta pelo banco para comprar as debêntures.
A mineradora de Eike Batista está realizando o leilão das debêntures a fim de reduzir a dívida, integrando o processo de recuperação judicial da empresa.
O entendimento de Eike e dos credores é de que o BTG está sendo favorecido, pois o banco apresentou proposta no dia seguinte à divulgação das novas condições para a venda das debêntures pela Juíza Claudia Helena Batista, da 1.ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
A decisão elimina a hipótese de novo leilão, que chegou a ser marcado para segunda (12), conforme reportado pelo Suno Notícias.
Além disso, o prazo para apresentação de propostas seria de três dias úteis, contados a partir das 18h de segunda (12). A ideia era garantir a venda por pelo menos R$ 360 milhões.
Conforme documentos obtidos pela reportagem, o BTG apresentou proposta na terça (6), que foi prontamente aceita pelo administrador judicial da MMX. A XP Asset e o Banco Modal manifestaram interesse em entrar no processo ontem.
No entanto, como a proposta do BTG já foi aceita pelo administrador, os demais proponentes teriam de apresentar oferta 1% superior aos R$ 360 milhões e mais 3% sobre a oferta para custeio da due dilligence (investigação prévia) feita pelo BTG para aquisição do ativo.
Segundo o colunista Lauro Jardim, contudo, a oferta feita pelo BTG Pactual foi na condição de ‘stalking horse‘ – quando uma proposta é feita, mas deixa em aberto a possibilidade para que outras propostas também possam ser feitas.
Fontes a par do assunto também citam que o Credit Suisse participará do leilão, assim como as gestoras OakTree e Royalty, e a também corretora Argenta Securities.
No caso da Argenta, foi feita uma proposta de cerca de R$ 612 milhões no último leilão, ficando abaixo do preço mínimo estabelecido, de R$ 1,25 bilhão. Com isso, o leilão foi postergado.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +2,17%
- IFIX hoje: +0,19%
- IBRX hoje: +2,10%
- SMLL hoje: +2,02%
- IDIV hoje: +1,72%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (8)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (8) em alta de 0,14%, em 109.915,64 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)