O Ibovespa hoje terminou a sessão de segunda-feira (7) em queda de 2,38%, aos 115.342,40 pontos. A máxima do dia foi de 118.239,86 pontos, enquanto a mínima foi de 115.220,95. O volume financeiro somou R$ 36,8 bilhões.
Segundo Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed, o grande driver do Ibovespa hoje foram as notícias em relação à equipe econômica do próximo governo de Lula.
A bolsa de valores hoje abriu para cima e logo pesou, após a repercussão de notícias de ontem (6), que colocam Haddad como possível ministro da Fazenda. O mercado não vê com bons olhos um político no cargo.
O ideal esperado pelo mercado é que o nome para o ministério da Fazenda fosse alguém de perfil mais técnico. Além disso, muitos não veem Haddad como um bom interlocutor com o congresso.
A cotação do Ibovespa e do dólar hoje aceleraram o ambiente ruim depois da notícia de que Meirelles não seria um dos candidatos a ser ministro da Fazenda. Com isso, estatais como Vale e Petrobras também tiveram quedas.
O mercado teme que as influências políticas possam impactar as estatais, “que é um setor pouco beneficiado em governo que não é favorável a privatizações”, destaca Oliveira.
O mercado acompanha de perto as discussões em torno da equipe de transição e da formação do futuro governo, bem como da PEC e de medidas de passagem para a próxima administração, com foco nos efeitos fiscais. Com Henrique Meirelles em baixa nas apostas para a Fazenda, e Fernando Haddad em alta, os investidores em ações optaram por colocar dinheiro no bolso nesta segunda-feira, positiva no exterior, realizando por aqui parte dos lucros acumulados na semana que sucedeu a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Embora se reconheça que o próximo ocupante do ministério-chave do governo precise ter boa capacidade de articulação política junto a Congresso no qual não se terá – pelo menos a princípio – maioria, as credenciais fiscalistas têm sido uma exigência crescente do mercado em meio a dúvidas quanto ao custo do pagamento de promessas de campanha. Em outras palavras, qual será o volume de gastos além do teto para 2023, ano em que se concederá uma regra de exceção para despesas adicionais, aceitas inclusive pelo mercado desde que se ancorem expectativas para 2024.
Haddad já teria feito chegar a Lula a falta de interesse em retomar a Educação e que seu desejo, caso venha a ser aproveitado no governo, é por atuar na área econômica, seja na Fazenda ou no Planejamento, ministério que o futuro presidente, ao que consta, pretende recriar.
“Com relação a nomes para o futuro governo, o mercado tem reagido com intensidade, para cima como para baixo, em relação às especulações. Na semana passada, tinha ficado um pouco mais animado com o Alckmin tomando a frente (da equipe de transição) e chamando alguns nomes mais pró-mercado. Hoje, já se cogitou uma negativa do Meirelles e uma ala do PT pedindo o nome do Haddad. E isso está precificando o mercado um pouco pra baixo”, diz José Simão, sócio e head de renda variável da Legend Investimentos.
Na primeira reunião oficial desde que retornou do período de descanso na Bahia, Lula dedicou-se nesta segunda-feira à montagem do governo de transição. Para a economia, o desafio é abrigar, seja na lista oficial dos 50 nomes da transição ou entre os voluntários, vertentes que compuseram a frente ampla da campanha. No rascunho, os nomes vão de Pérsio Arida e André Lara Resende, idealizadores do Plano Real e considerados liberais, a Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT) e visto como heterodoxo por setores do mercado, assim como Aloizio Mercadante, já envolvido diretamente na transição.
O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou nesta tarde que estão sendo discutidos, nas reuniões da equipe, três mecanismos para contornar o teto de gastos e garantir os investimentos em áreas específicas, de forma a cumprir promessas como a extensão do valor do Auxílio Brasil e o reajuste do salário mínimo. Os instrumentos são: PEC, remanejamento de emendas de relator e crédito a ser feito por medida provisória (MP). A expectativa por este último caso é a de menor aposta porque dependeria da atual gestão. Amanhã, às 10h, o senador deve se reunir com o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), em Brasília.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, 7, na véspera da eleição de meio de mandato nos Estados Unidos. Na ocasião, é esperado que os democratas percam o controle do Congresso, o que pode limitar as ações do presidente Joe Biden até o final de seu mandato.
O cenário é visto com algum otimismo por investidores, já que pode frear gastos fiscais, um dos grandes temores quanto ao atual governo, inclusive pelos impactos inflacionários. Neste ponto, a semana conta ainda com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano de outubro na próxima quinta-feira.
- Dow Jones: +1,31%, aos 32.829,18 pontos
- S&P 500: +1,31%, aos 32.829,18 pontos
- Nasdaq: +0,85%, aos 10.564,52 pontos
A cotação do dólar à vista fechou em alta de 2,19%, a R$ 5,1729, depois de oscilar entre R$ 5,0474 e R$ 5,1749.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira, 7, pressionados pelas preocupações com a demanda chinesa, após decepção com a balança comercial do país asiático. O enfraquecimento do dólar, por sua vez, limitou as perdas.
O petróleo WTI para dezembro fechou em queda de 0,88% (US$ 0,82), a US$ 91,79 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 caiu 0,66% (US$ 0,65), a US$ 97,92 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta segunda-feira, 7, em sessão marcada pela desvalorização do dólar ante rivais e com a agenda americana no radar, incluindo as eleições de meio de mandato dos Estados Unidos amanhã e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 0,23%, a US$ 1.680,5 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, o principal destaque de alta foi Santander (SANB11), que subiu 5,88%. Já BB Seguridade (BBSE3) também figurou na lista das maiores valorizações, com +1,08%, e a Suzano (SUZB3) subiu 0,92%. As ações da Méliuz (CASH3) tiveram ganhos de 0,79%, enquanto a Klabin (KLBN11) valorizou 0,63%.
As maiores quedas do dia foram Yduqs (YDUQ3), que despencou 10,64%, Americanas (AMER3), com perdas de 9,00% e Cogna (COGN3), que teve queda de 8,72%. Via (VIIA3) desvalorizou 7,55%, enquanto Alpargatas (ALPA4) variou 7,46%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Santander (SANB11): +5,88%
- BB Seguridade (BBSE3): +1,04%
- Suzano (SUZB3): +0,92%
- Méliuz (CASH3): +0,79%
- Klabin (KLBN11): +0,63%
Maiores baixas do Ibovespa:
- Yduqs (YDUQ3): -10,64%
- Americanas (AMER3): -9,00%
- Cogna (COGN3): -8,72%
- Via (VIIA3): -7,55%
- Alpargatas (ALPA4): -7,46%
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- BB Seguridade teve 3T22 ‘indiscutivelmente forte’, dizem analistas
- Raízen fecha contrato de 3,3 bilhões de euros com a Shell
- B3 amplia tempo de funcionamento da bolsa de valores brasileira
BB Seguridade teve 3T22 ‘indiscutivelmente forte’, dizem analistas
Depois de observar o balanço da BB Seguridade no terceiro trimestre de 2022 (3T22), os analistas do Itaú BBA destacaram suas projeções de otimismo com as ações da empresa, mantendo a recomendação ‘outperform’ e com preço-alvo de R$ 35, frente a uma cotação atual na casa dos R$ 30.
Segundo os analistas do Itaú BBA, “a empresa reportou resultados do 3T22 bons e mais fortes do que o esperado, com lucro líquido de R$ 1,7 bilhão representando crescimento de 69% na base anual. Os resultados do segmento de seguros compensam o déficit na previdência e apesar da recuperação ainda fraca na linha de investimentos financeiros”.
Os analistas também destacaram que o lucro veio com a melhoria contínua do índice de sinistralidade, assim como uma melhor receita. Aproximadamente 85% do resultado veio de receitas não decorrentes de juros, com alta de 48%.
Além disso, os analistas apontaram que a entrega geral, assim como o ritmo elevado da gestão, fez com que a emissão aumentasse mais uma vez sua orientação para 2022.
A estimativa é de que os resultados da BB Seguridade sem juros aumentem de 24% a 27% no comparativo anual. Em 2021, o crescimento nessa base ficou entre 15% e 20%.
Raízen fecha contrato de 3,3 bilhões de euros com a Shell
A Raízen fechou um novo contrato para comercialização de etanol celulósico de segunda geração (ou E2G) com a Shell até 2037.
O contrato da Raízen pode gerar 3,3 bilhões de euros em receita, “garantindo um previsível e satisfatório nível de retorno”, diz a companhia. A decisão da joint venture foi anunciada nesta segunda-feira (7).
O etanol celulósico a ser comercializado pela Raízen é produzido através da biomassa da cana-de-açúcar e se encontra em linha com investimentos da ordem de R$ 6 bilhões buscados pela empresa. O recurso será para 5 novas plantas, com custo médio de R$ 1,2 bilhão cada.
A previsão é de que o início da produção esteja em pleno funcionamento até 2025, dada a previsão de entrega das plantas. Isso porque há uma planta em operação e 3 plantas em construção, com projeção de início a partir de 2023.
B3 amplia tempo de funcionamento da bolsa de valores brasileira
A partir desta segunda-feira (7), a B3 ampliou o tempo de funcionamento, acompanhando o final do horário de verão em Nova York. Assim, o horário de negociação da bolsa de valores no mercado à vista e fracionário se encerrou às 17h55, em vez de 17h.
No mercado a termo, as negociações ocorreram das 10h às 18h25, enquanto no mercado de opções aconteceu das 10h05 até 17h55.
Segundo a B3, essas alterações de horário acontecem “para que o investidor possa acompanhar o funcionamento do mercado sem que haja qualquer lacuna envolvendo as negociações”.
Cotação do Ibovespa nesta sexta (4)
O Ibovespa terminou a sessão da última sexta-feira (4) em alta de 1,08%, aos 118.155,46 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)