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Ibovespa cai 1,01%, mas sobe 5,7% na semana; Cosan (CSAN3) perde 8,7%

Ibovespa

Ibovespa hoje. Foto: Pixabay.

Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (7) em queda de 1,01%, aos 116.375,25 pontos, após oscilar entre 115.924,33 e 117.960,40. Na semana, índice acumulou alta de 5,76%. No ano, acumula agora alta de 11,02%. O giro financeiro foi a R$ 35,9 bilhões.

Na contramão do desempenho do petróleo na sessão, a virada de Petrobras para o negativo no meio da tarde, embora mitigada no encerramento, o índice Bovespa acentuou perdas, acompanhando à distância a queda em Nova York.

Por lá, prevaleceu a leitura sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em setembro, divulgada pela manhã, que reforça a perspectiva de alta para os juros na maior economia do mundo.

“Há de novo a questão dos preços domésticos da Petrobras ante essa recuperação dos internacionais, que pode resultar em defasagem para os combustíveis, algo que o mercado acompanha de perto. Mas a semana foi amplamente positiva não só para Petrobras como também para o Ibovespa, quando se olha o desempenho de fora. Aqui, desde a definição no domingo de um Congresso mais conservador para 2023, positivo para a pauta econômica de interesse do mercado, o índice andou bem”, diz Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos.

“Semana foi muito positiva, na carona de um resultado mais equilibrado do que mercado aguardava para o primeiro turno das eleições, enxergando que ambos os candidatos (à Presidência) precisam dar aceno mais ao centro (do espectro político). Nenhum dos dois terá carta branca no caso de vitória”, diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

Apesar do sentimento ainda muito favorável em relação ao desfecho do primeiro turno eleitoral, no fim da tarde acabou prevalecendo a piora do humor em Nova York.

O mercado financeiro ajustou seu otimismo sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, mas a expectativa de alta para o Ibovespa segue majoritária no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 54,55% disseram esperar avanço do índice na próxima semana, ante 75,00% no Termômetro da semana passada. A fatia dos que preveem queda caiu de 25,00% para 18,18%, enquanto os que acreditam em variação neutra representam 27,27% do total – na pesquisa anterior não houve respostas apontando estabilidade.

Nesta semana, nos ombros do alívio proporcionado pela interpretação do mercado aos resultados do primeiro turno eleitoral, o Ibovespa mostrou descolamento, perseverando em alta de segunda à quinta-feira, vindo de ganho superior a 2% na sexta anterior – cinco ganhos consecutivos, portanto. Mesmo com alguma realização de lucros na sessão desta sexta, o desempenho semanal excedeu ao visto em referências do exterior, da Ásia (Nikkei +4,55%) à Europa (FTSE 100 +1,41%) e aos Estados Unidos (S&P 500 +1,51%).

Lá fora, ainda prevalecem dúvidas sobre inflação, grau de elevação dos juros de referência e o efeito que terá sobre o ritmo de atividade, já em desaceleração. Nesta sexta, a leitura do relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em setembro contribuiu para reforçar a aposta em custos de crédito mais altos para conter as pressões inflacionárias, derivadas também de um mercado que roda agora com taxa de desemprego a 3,5%, no menor nível em cinco décadas – o que tem elevado a renda salarial nos Estados Unidos.

“O payroll americano superou o esperado, reforçando as expectativas por tom ainda mais hawkish do Federal Reserve na condução da política monetária e no combate ao aumento de preços, o que se refletiu no dólar”, diz Ariane Benedito, economista especializada em mercado de capitais.

Aqui, a leve retração de 0,1% em agosto ante julho, na pesquisa mensal sobre o varejo divulgada de manhã pelo IBGE, contribuiu para ajuste nas ações do segmento, que estiveram entre as beneficiadas pelo apetite por renda variável desde a segunda-feira. Assim, o índice de consumo (ICON) fechou a sessão desta sexta-feira em queda de 2,35%, bem superior à observada no IMAT, de materiais básicos (-0,37%), que reúne as de commodities.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York registraram perdas consideráveis, nesta sexta-feira. O sinal foi negativo desde o início do dia, após o relatório mensal de empregos (payroll) de setembro reafirmar as expectativas por trajetória mais dura na política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O movimento nesta sexta reduziu os ganhos semanais dos índices, mas não impediu que eles ocorressem.

Na comparação semanal, o Dow Jones subiu 1,99%, o S&P 500 avançou 1,51% e o Nasdaq teve ganho de 0,73%.

dólar à vista fechou em alta de 0,50%, a R$ 5,2099, após oscilar entre R$ 5,1765 e R$ 5,2189

Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte alta nesta sexta, em mais uma sessão na qual a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de fazer um importante corte na produção da commodity impulsionou os preços do barril. Como resultado, na semana o ganho acumulado ficou acima de 10% para o petróleo. O movimento chamou a atenção de importantes consumidores, como os Estados Unidos, que se mobilizaram para tentar compensar a forte alta nos preços.

O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 4,74% (US$ 4,19), a US$ 92,64 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), com alta semanal de 16,64%. Já o Brent para dezembro avançou 3,71% (US$ 3,50), a US$ 97,92 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE) e ganhou 15,01% na semana.

O ouro fechou em queda nesta sexta-feira, pressionado pelo avanço dos juros dos Treasuries e do dólar sobre moedas rivais – movimentos que ocorreram diante do payroll (dado de emprego) de setembro nos EUA, que reforçou a visão de mercado de trabalho forte e perspectiva de aumento de juros no país. Na semana, contudo, o metal precioso se valorizou em mais de 2% e se firmou novamente acima do patamar de US$ 1,7 mil.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 0,67% hoje e avançou 2,23% na semana, a US$ 1.709,30 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, em uma sessão de ganhos modestos, Cielo (CIEL3) teve a maior valorização do dia, com +2,75%, com movimento refletindo a expectativa de bons resultados da empresa no 3T22, que devem ser divulgados no próximo dia 30.

Em seguida, TIM (TIMS3) avançou 1,66%, um dia após a companhia, a Vivo e a Claro conseguirem postergar por 10 dias o depósito de R$ 1,5 bilhão referente à discussão sobre os valores finais da compra da rede móvel da Oi.

Também na lista positiva, a Telefônica (VIVT3), dona da vivo, subiu 1,11%. Negociadas fora do Ibovespa, Oi (OIBR3, OIBR4) teve estável e -1,16%, respectivamente.

Já no restante da lista das positivas, BB Seguridade (BBSE3) ganhou 1,37%.

Na ponta oposta, Cosan (CSAN3) teve a maior perda do pregão, registrando -8,72%, após anunciar a compra de cerca de 4,90% do total de ações ON da Vale (VALE3), que, por sua vez, fechou em leve baixa de 0,05%.

Também se destacaram entre as maiores baixas Petz (PETZ3), com -8,33% e Raízen (RAIZ4), com -6,05%.

Em realização, Petrobras (PETR3, PETR4) caiu 0,50% e 0,09%, respectivamente.

Grandes bancos fecharam mistos. No terreno negativo, Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve queda de 2,42% e 2,38%, nesta ordem, e Santander (SANB11), -0,97%. Banco do Brasil (BBAS3) subiu apenas 0,22% e Itaú (ITUB4), +0,21%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Cosan (CSAN3) compra fatia de 4,9% da Vale (VALE3)

A Cosan (CSAN3) divulgou nesta sexta-feira (7) que adquiriu 4,9% do total das ações ordinárias da Vale (VALE3). O valor aproximado da operação seria de R$ 17 bilhões, com base no fechamento do dia anterior.

A companhia informou ainda que pretende aumentar o percentual de participação na Vale, e que “buscará imediatamente a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para tanto”.

Segundo a Cosan, a operação foi financiada por uma combinação o de linhas de crédito que incluem a emissão privada de notas comerciais e um financiamento atrelado à instrumentos derivativos.

“Esse movimento é mais um passo na jornada de diversificação de portfólio da Companhia, investindo em ativos irreplicáveis nos setores em que o Brasil tem clara vantagem competitiva“, afirmou a Cosan.

A companhia informou ainda que realizará uma teleconferência pública com o mercado no dia de hoje, às 19h, para apresentar a operação. Interessados devem se inscrever no site de relações com investidores da Cosan.

Em entrevista concedida ao portal Pipeline, o CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães, disse que o investimento na Vale complementa a estratégia e o portfólio da holding para atuar em todos os mercados em que o Brasil detém diferenciais competitivos.

A Cosan já estava exposta, antes da Vale, a commodities agrícolas, com a Rumo (RAIL3), óleo e gás, com Raízen (RAIZ4) e Comgás (CGAS5), energias renováveis e créditos de carbono.

A mineradora vem para complementar o portfólio.

O CEO afirmou que a abordagem será amigável, com intuito de se aproximar do conselho e validar teses que justificam o investimento. “Não é hostil. Queremos ser bem-vindos”, disse.

Bradesco (BBDC4) cai 4% com ‘pessimismo’ dos analistas do JPMorgan

As ações do Bradesco (BBDC4) caem 4% no intradia desta sexta-feira (7) no Ibovespa, figurando na ponta negativa do índice com uma das maiores quedas do dia. O movimento vem logo após uma revisão de cenário para o banco por parte dos analistas do JPMorgan.

queda das ações do Bradesco reverte assim a tendência de valorização vista nos últimos 30 dias, já que os papéis tiveram altas influenciadas pelas eleições.

Segundo a tese do JPMorgan, nesse movimento dos últimos dias os papéis BBDC4 descolaram do preço justo com o otimismo do mercado.

Nessa revisão, os analistas rebaixaram a recomendação para neutro, mas mantiveram o preço-alvo de R$ 22 para o fim de 2023, ante uma cotação atual de R$ 20,18.

Segundo a casa, os dados de inadimplência reportados pelo Banco Central (BC) mostram que o cenário à frente é mais desafiador para o Bradesco do que os seus pares.

“No cenário de ações do Brasil, seguimos vendo um momento mais propício a ganhos para concorrentes como o Itaú (ITUB4), ao passo que o Bradesco está exposto às classes de renda mais baixas, carregando um risco de qualidade aos seus ativos”, diz o JPMorgan.

No mesmo sentido, o Bradesco tem uma exposição maior às pequenas e médias empresas (PMEs) por meio das concessões de crédito, o que também é visto pelos analistas como um ponto negativo.

“Tendemos a ver pequenas e médias empresas como mais sensíveis aos ciclos de qualidade dos ativos”, aponta o JPMorgan, citando que o cenário desafiador do varejo deve impactar o banco.

Além disso, a interação dessa dinâmica de crédito com a receita do Bradesco é negativa, segundo os analistas.

No segundo trimestre deste ano o banco mostrou alta de 4% na receita em um comparativo com igual período do ano anterior. Enquanto isso, o JPMorgan destaca que o Itaú teve alta de 20% no indicador, ficando mais confortável em um cenário de risco de crédito.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta quinta (6)

Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (6) em alta de 0,31%, aos 117.560,83 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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