O Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (6) em queda de 0,16%, aos 105.134,73 pontos, após oscilar entre 106.267,57 e 103.984,11 pontos. Na semana, o índice brasileiro teve queda de 2,54%.
Em dia volátil, o índice Bovespa até tentou se ancorar em bons resultados corporativos domésticos para esboçar uma alta consistente, mas foi prejudicada pelo cenário de aversão a risco global.
O sentimento que atrapalha os mercados acionários no mundo é alimentado por uma aposta do mercado de que, a despeito da sinalização dessa semana, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá de ser mais agressivo no aumento dos juros, levando as bolsas aqui e lá fora a um dia no vermelho.
O índice brasileiro só não foi pior pelo desempenho sólido do setor financeiro e Petrobras, refletindo os balanços positivos da estatal e do Bradesco, o que chegou a levar a Bolsa momentaneamente aos 106 mil pontos em seu melhor momento.
A Petrobras encerrou o dia em alta acima de 3%, desprezando, ao menos por esta sexta-feira, as provocações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e o apelo para que não suba os combustíveis. O chefe de Estado chegou a chamar de “estupro” aos brasileiros o lucro da empresa e o consequente repasse da variação do petróleo aos preços nas bombas. O bom desempenho também foi ajudado pelo petróleo, que terminou o dia em alta.
Na seara das commodities, a queda de 4,20% no minério em Qingdao, na China, não permitiu o mesmo ânimo entre as metalúrgicas e mineradoras, com Vale recuando 0,71%.
Lá fora, pesaram os dados de emprego mais aquecidos do que o esperado nos Estados Unidos, com criação de 428 mil postos, acima dos 400 mil do consenso. “A preocupação voltou aos players e probabilidades implícitas na curva de juros americana precificaram alta de 75 pontos nos juros na próxima reunião”, apontou Luiz Adriano Martinez, gestor de portfólio da Kilima Asset.
Com os juros mais altos, o mercado vê um crescimento global ainda mais machucado. A percepção de atividade do mundo se deteriorou muito nas últimas semanas, após dados fracos na Europa e, sobretudo, na China. Com os lockdowns chineses, a percepção é de que há pouco espaço para melhora, mesmo com os anúncios chineses de medidas para estimular a economia.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York fecharam em queda, nesta sexta-feira. Os índices chegaram a apresentar quadro misto, mas o sinal negativo prevaleceu, com as bolsas estendendo as perdas da quinta-feira ante investidores ainda avaliando o quadro no aperto monetário nos Estados Unidos.
- Dow Jones caiu 0,30%, em 32.899,37 pontos;
- S&P 500 recuou 0,57%, a 4.123,34 pontos;
- Nasdaq perdeu 1,40%, a 12.144,66 pontos.
Na comparação semanal, o Dow Jones caiu 0,24%, o S&P 500 teve baixa de 0,21% e o Nasdaq, de 1,54%.
O dólar à vista fecha em alta de 1,17%, a R$ 5,0754, depois de oscilar entre R$ 5,0084 e R$ 5,1147. Na semana, moeda acumula valorização de 2,68%.
Após discussões entre a União Europeia para conseguir um embargo a importações de petróleo da Rússia, um dólar enfraquecido depois de decisão do Federal Reserve (Fed) e o relatório de empregos de abril nos EUA , o petróleo fechou em alta nesta sexta-feira.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho subiu 1,39% (US$ 1,51) hoje e 4,85% na semana, a US$ 109,77, enquanto o do Brent avançou 1,34% (US$ 1,49) nesta sexta-feira e 4,90% nos últimos sete dias, a US$ 112,39, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta sexta, em sessão na qual investidores buscaram o metal como um seguro contra a inflação. As perspectivas para novos aumentos de juros pelo Fed, o que impulsiona os rendimentos dos Treasuries, seguem pesando sobre a commodity. Isso levou o ouro a fechar em queda pela terceira semana consecutiva. No entanto, há avaliação entre especialistas de que a alta nos preços ainda supera o aperto buscado pelo banco central.
O ouro para junho encerrou a sessão com alta de 0,38%, a US$ 1.882,80 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, houve recuo de 1,51%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Alpargatas (ALPA4): +7,44% // R$ 23,21
- Lojas Renner (LREN3): +5,99% // R$ 24,24
- Petrobras (PETR3): +3,78% // R$ 35,69
- Petrobras (PETR4): +3,28% // R$ 33,06
- Santander (SANB11): +3,10% // R$ 32,97
Maiores baixas do Ibovespa:
- Petz (PETZ3): -12,72% // R$ 13,24
- Locaweb (LWSA3): -7,62% // R$ 6,30
- Banco Inter (BIDI11): -7,99% // R$ 13,01
- Carrefour (CRFB3): -7,04% // R$ 18,87
- Ecorodovias (ECOR3): -6,07% // R$ 5,88
Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores
- Mercado Livre (MELI34) reverte prejuízo e lucra US$ 65 mi; ações sobem 5% em NY
- Vale (VALE3) confirma acordo com a Tesla (TSLA34) para fornecimento de níquel
Mercado Livre (MELI34) reverte prejuízo e lucra US$ 65 mi; ações sobem 5% em NY
O Mercado Livre (MELI34) reportou um lucro líquido de US$ 65 milhões no primeiro trimestre de 2022, revertendo um prejuízo de US$ 34 milhões no mesmo período do ano passado. Em termos de lucro por ação, o papel saiu de um prejuízo de US$ 0,68 para um lucro de US$ 1,30 entre janeiro e março deste ano.
O resultado do 1T22 do Mercado Livre agradou os investidores. As ações da plataforma de e-commerce argentina subiram 5,48% no after market de Nova York, após uma forte sessão de queda no horário regular.
Hoje (6), a alta continua no pre-market, com subida de 4,57%, para US$ 954,99, por volta das 7h50 (horário local).
O Mercado Livre também surpreendeu com a receita líquida, que atingiu um novo recorde no primeiro trimestre de 2022, superando a performance do quarto trimestre do ano passado. A receita líquida somou US$ 2,2 bilhões, crescimento de 63,1% na comparação com o mesmo período de 2021.
Representando 55% da receita líquida total do Mercado Livre, o Brasil alcançou US$ 1,25 bilhão, com crescimento de 62,8% na comparação anual. Outros países com destaque são Argentina, com receita de US$ 518 milhões, e México, com receita de US$ 364 milhões.
Segundo a empresa, o recorde foi sustentado pela alta de 26,5% no volume bruto de mercadorias (GMV), para US$ 7,66 bilhões, além de uma expansão de 72% no volume total de pagamentos (TPV), a US$ 25,3 bilhões.
Outras unidades de negócio como o Mercado Envios e o serviço de anúncios também tiveram bom desempenho. O Mercado Envios embarcou 254 milhões de itens durante o trimestre, representando um aumento de 22,1% em base anual. A penetração da rede gerenciada pelo Mercado Livre atingiu 90,5%, sendo 40% dos envios via fulfillment.
Sobre o Mercado Ads, a plataforma destaca que “a receita do negócio de publicidade digital quase dobrou no primeiro trimestre, ano contra ano, tendo investido consistentemente em tecnologia para ampliar a presença de anúncios no ecossistema”.
A base geral de usuários únicos ativos do ecossistema do Mercado Livre atingiu 80,7 milhões ao final do trimestre, alta de 15,7% em comparação com o mesmo período de 2021 — sendo 6,7 milhões de novos usuários incorporados somente no período de janeiro a março deste ano.
Os custos do Mercado Livre cresceram 49,3% em um ano, a US$ 1,17 bilhão. A companhia diz que o aumento foi impulsionado pelo crescimento nas provisões para cobrir inadimplência no seu segmento financeiro, em meio a expansão nos níveis de originação de crédito e nos cartões de crédito da empresa.
A carteira de crédito do Mercado Livre atingiu US$ 2,4 bilhões até o fim de março de 2022, enquanto era US$ 1,7 bilhão ao final de 2021. No período, o Mercado Crédito concedeu mais de US$ 1,7 bilhão em créditos, quase o triplo do valor registrado no primeiro trimestre de 2021.
Vale (VALE3) confirma acordo com a Tesla (TSLA34) para fornecimento de níquel
A Vale (VALE3) assinou um contrato de longo prazo com a Tesla (TSLA34) para fornecimento de níquel classe 1 nos Estados Unidos, a partir de suas operações no Canadá, informa comunicado desta sexta-feira (6).
Com isso, a mineradora brasileira confirma ser a nova fornecedora de níquel da empresa de Elon Musk. No final de março, a agência de notícias Bloomberg já tinha antecipado a informação ao divulgar que a Vale foi a solução que a Tesla encontrou para contornar a escassez mundial de níquel, que perdura desde a pandemia e se agravou com a guerra na Ucrânia.
De acordo com a Vale, o acordo está em linha com a estratégia da empresa de ampliar sua exposição à indústria de veículos elétricos, alavancando sua baixa pegada de carbono e posição de liderança no mercado como maior produtor de níquel acabado da América do Norte.
“Temos o prazer de ter a Tesla, líder em produção de veículos elétricos, entre nossos clientes. Esse acordo reflete um compromisso compartilhado com sustentabilidade e mostra muito claramente que somos o fornecedor preferencial para produtos de níquel de baixa emissão de carbono e alta pureza, essenciais para baterias de longo alcance”, disse Deshnee Naidoo, vice-presidente executiva de metais básicos.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -0,16%
- IFIX hoje: -0,11%
- IBRX hoje: -0,15%
- SMLL hoje: -2,02%
- IDIV hoje: -0,03%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (5)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (5) em queda de 2,81%, aos 105.304,19 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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