O Ibovespa hoje fechou a quarta-feira (5) em alta de 0,83%, aos 117.197,82 pontos, maior nível desde 8 de abril, após oscilar entre 115.906,33 e 117.514,25 pontos. O giro foi a R$ 32,8 bilhões. Na semana e no mês, sobe 6,51%, com ganhos no ano a 11,81%.
No exterior, a aversão a risco pautou os mercados desde cedo, amplificada pela redução da oferta de petróleo anunciada pela Opep+, o que contribui, por um lado, para impulso adicional à recuperação dos preços do petróleo e, por outro, reforça os temores quanto à inflação global em meio ao ajuste das taxas de juros nas maiores economias, ainda em curso.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmou, hoje, corte da produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro – o maior corte desde abril de 2020, quando a pandemia começou.
Após o anúncio, a Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Joe Biden, ficou “desapontado” com a decisão. Segundo o comunicado americano, o corte terá impacto principalmente em países de baixa e média renda, que já estão lidando com o aumento dos preços de energia, causado principalmente pela guerra na Ucrânia.
Em resposta, o Departamento de Energia dos Estados Unidos pretende liberar mais 10 milhões de barris da reserva estratégica em novembro, segundo o comunicado oficial da Casa Branca. De acordo com o governo americano, o objetivo da medida é proteger os consumidores e promover a segurança energética.
Com a inflação global ainda em foco, no exterior, os ativos de risco já haviam iniciado o dia em “tom predominantemente negativo, com baixas nas bolsas, dólar mais forte e juros em alta”, aponta em nota a Guide Investimentos. “Após dois dias de recuperação, o ambiente macro desafiador parece voltar a pesar sobre o sentimento, com investidores exercendo maior cautela frente à manutenção de postura dura nos principais bancos centrais”, acrescenta a casa.
“Nos mercados desenvolvidos, a volatilidade permanecerá enquanto não percebermos uma queda ou ancoragem das expectativas de inflação tanto nos Estados Unidos quanto na Europa”, observa Pedro Tiezzi, analista da SVN Investimentos. “O Brasil consegue se descolar do resto do mundo por pouco tempo. Caso seja algo mais persistente, acaba impactando aqui também. Esse é o principal risco, nem tanto eleição, mas especialmente o cenário econômico de fora do País”, resume Rodrigo Knudsen, gestor da Empiricus Investimentos.
No cenário doméstico, destaque pela manhã para a divulgação da produção industrial de agosto, em retração de 0,6%, na margem, praticamente em linha com o consenso de mercado – ante o mesmo mês do ano passado, houve alta de 2,8%. “A abertura da produção industrial de agosto dá espaço para mais otimismo que o headline. Numerosos setores se recuperaram do mau desempenho de julho e a dispersão do crescimento melhorou bastante”, observa em nota a Terra Investimentos.
Bolsas de Nova York
O mercado acionário de Nova York registrou quadro negativo em boa parte do dia, após ganhos recentes e com temores de recessão global no radar, enquanto indicadores dos Estados Unidos pioraram o quadro. Chegou a haver espaço para melhora perto do fim do dia, com os índices passando ao território positivo, mas na reta final o sinal negativo se confirmou.
- Dow Jones: -0,14%, aos 30.273,87 pontos;
- S&P 500: -0,20%, aos 3.783,28 pontos;
- Nasdaq: -0,25%, aos 11.148,64 pontos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,31%, a R$ 5,1840, após oscilar entre R$ 5,1620 e R$ 5,2440.
Os contratos futuros de petróleo registraram ganhos, apoiados pelo anúncio desta quarta, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de que cortará sua produção em 2 milhões de barris por dia (bpd). Os Estados Unidos reagiram ao fato com liberação de reservas estratégicas, mas isso não reverteu o movimento do mercado nesta quarta.
O contrato do WTI para novembro fechou em alta de 1,43% (US$ 1,24), em US$ 87,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro subiu 1,71% (US$ 1,57), a US$ 93,37 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta quarta, em sessão na qual os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir e o dólar, moeda na qual o ouro é cotado, se fortaleceu. A publicação do relatório ADP sobre o mercado de trabalho privado nos Estados Unidos mostrando um forte avanço no número de contratações deu perspectivas para que o Federal Reserve (Fed) continue com um aperto monetário forte, especialmente levando em conta a publicação do payroll de setembro, na próxima sexta-feira.
O ouro para dezembro fechou em baixa de 0,56%, em US$ 1.720,8 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
No Ibovespa hoje, com a alta do petróleo, os papéis das empresas atreladas à commodity se beneficiaram e ganharam espaço no ranking das maiores altas do dia. No topo, Petrobras (PETR3, PETR4), que liderou, com +3,54% e +3,76%, respectivamente, 3R Petroleum (RRRP3) também se destacou, com alta de 3,49% e PetroRio (PRIO3), com ganhos de 3,20%.
Ainda figurou na lista Locaweb (LWSA3), também com elevação de 3,76%.
A confirmação da contratação de assessores para a venda de uma fatia minoritária em seus negócios de metais influenciou o desempenho da Vale (VALE3), que subiu 1,54%.
O setor bancário do índice fechou no azul. Após perdas no dia anterior, Banco do Brasil (BBAS3) voltou a subir, com +1,61%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) valorizou 1,56% e 1,09%, e Santander (SANB11) teve leve alta de 0,09%. Já Itaú (ITUB4) ficou estável.
No campo negativo, as primeiras posições ficaram com Dexco (DXCO3), com baixa de 3,83%, Telefônica (VIVT3), que perdeu 2,55% e JBS (JBSS3), com queda de 2,46%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Petrobras (PETR4): +3,76% // R$ 32,55
- Locaweb (LWSA3): +3,76% // R$ 10,77
- Petrobras (PETR3): +3,54% // R$ 36,55
- 3R Petroleum (RRRP3): +3,49% // R$ 43,05
- Méliuz (CASH3): +3,25% // R$ 1,27
Maiores baixas do Ibovespa:
- Dexco (DXCO3): -3,83% // R$ 9,55
- Telefônica (VIVT3): -2,55% // R$ 40,09
- JBS (JBSS3): -2,46% // R$ 24,60
- CPFL (CPFE3): -2,39% // R$ 34,25
- Cogna (COGN3): -2,34% // R$ 2,92
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Petrobras (PETR4) dispara 3,5% após Opep+ anunciar corte no petróleo
- Oi (OIBR3) não tem mais potencial de valorização; BTG rebaixa ações
Petrobras (PETR4) dispara 3,5% após Opep+ anunciar corte no petróleo
As ações da Petrobras (PETR4) subiam 3,57% às 16h40 (de Brasília) nesta quarta-feira após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciar que cortaria a produção de petróleo em 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro.
No mesmo horário, junto com a Petrobras, a 3R Petroleum (RRRP3) ganhava 3,83% e a Petrorio (PRIO3) subia 3,13%.
Os preços dos contratos para dezembro do petróleo Brent, a referência global, operavam em alta de 1,53%, a US$ 93,33 o barril, na ICE, em Londres.
O corte da Opep+ é o maior desde abril de 2020, quando a pandemia de Covid começou. A organização informou ainda que o acordo de cooperação atual foi estendido até 31 de dezembro de 2023.
Em comunicado após reunião ministerial, a Opep+ justificou a decisão “à luz da incerteza que envolve as perspectivas econômicas globais e do mercado de petróleo, e da necessidade de aprimorar a orientação de longo prazo para o mercado de petróleo”.
O grupo de países ainda decidiu realizar as reuniões ministeriais a cada seis meses para deliberar sobre o tema — a próxima será em 4 de dezembro de 2022.
O comitê conjunto de monitoramento ministerial (JMCC, no inglês) deve se encontrar a cada dois meses, mas pode realizar encontros adicionais, aponta o texto.
A Opep+ reforçou ainda a importância de que os membros do acordo cumpram totalmente o que foi imposto. Ela estendeu o período de compensação para falhas nesse cumprimento até o fim de março de 2023.
A decisão pode minar um plano do Grupo dos Sete países ricos (G7) para limitar o preço do petróleo russo no mercado global, uma parte fundamental da batalha econômica do Ocidente com Moscou.
As ações da Petrobras ainda se estabilizavam da disparada antes do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil. Nos últimos cinco pregões, os papéis da petroleira acumulam alta de 12,7%.
Oi (OIBR3) não tem mais potencial de valorização; BTG rebaixa ações
O BTG Pactual (BPAC11) rebaixou a recomendação de compra para as ações da Oi (OIBR3), indo de “compra” para “neutro”, após concluir que o ativo não possui mais potencial de alta.
“Com a venda de grandes ativos encerrada, estamos revisitando o caso de investimento, atualizando nosso modelo e rebaixando a ação para neutro”, diz relatório divulgado nesta quarta-feira (5).
O preço alvo para as ações da Oi foi revisado para baixo, devido ao fluxo de caixa descontado indo para R$ 0,40. De acordo com os analistas do banco de investimentos, o corte reflete a conclusão atrasada da venda de ativos (prejudicando sua posição de caixa), além de custo mais alto de capital, estimativas de crescimento mais baixas, resultados piores do que o esperado sobre as negociações da Anatel e da venda da empresa de infraestrutura e ativos móveis.
Segundo o relatório, a Oi pagou R$ 15,0 bilhões de dívida bruta, cortando o valor bruto da dívida ajustado de R$ 36 bilhões em 2021 para R$ 21 bilhões, que inclui R$ 8,5 bilhões títulos de dívida em dólares para 2025 e R$ 11 bilhões em dívida reestruturada com bancos e ECAs.
Quando ajustado por uma posição de caixa estimada em R$ 4,5 bilhões para a expectativa de 2022, a dívida líquida é ainda considerável. No total, são R$ 16,5 bilhões, caindo para — ainda alto — R$ 15 bilhões, se adicionado o pagamento móvel de R$ 1,4 bilhão sob discussão com a Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro.
Ainda, o BTG afirma que a situação do fluxo de caixa está “longe de ser confortável”. “O Capex deve cair após a venda das divisões de telefonia móvel e infraestrutura, mas o consumo de caixa deve permanecer relativamente alto por vários anos”, destacam.
Isso ocorre devido aos investimentos para modernizar sistemas e ajustar sua estrutura societária, além de despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão. Portanto, as despesas financeiras volumosas continuam sendo um empecilho para o fluxo de caixa.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,83%
- IFIX hoje: +0,05%
- IBRX hoje: +0,84%
- SMLL hoje: +0,27%
- IDIV hoje: +0,38%
Cotação do Ibovespa nesta terça (4)
O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (4) em alta de 0,08%, aos 116.230,12 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)