Ibovespa afunda 2,81%, aos 105,3 mil pontos; Magazine Luiza (MGLU3) perde 10%

Ibovespa hoje fechou em queda de 2,81%, aos 105.304,19 pontos, após oscilar entre 103.923,27 e 108.336,81 pontos, menor patamar desde meados de janeiro.  Nesta quinta-feira (5), o volume financeiro foi de R$ 36,1 bilhões, acima da média diária, de R$ 30 bilhões.

O alívio visto no dia anterior nos mercados globais após a indicação de um ritmo de alta mais suave do que o esperado para a política monetária nos Estados Unidos deu lugar a uma fuga por risco acentuada que derrubou as bolsas.

No radar dos investidores, continua sendo analisado o cenário apontado tanto pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nos EUA, quanto pelo Banco Central brasileiro, de inflação alta por mais tempo, muitas incertezas no caminho e, por isso, juros altos por um período mais longo, o que implica num golpe para a atividade mundial.

“Mercado com muita volatilidade. Ontem teve alívio, hoje já caiu tudo de novo. Temos Ibovespa com queda muito forte, dólar para cima. O que está pesando são as decisões de política monetária, que a princípio foram interpretadas positivamente, mas hoje mudaram os ânimos. Todo mundo digerindo ainda as decisões de ontem. Mercados negativos no mundo inteiro”, aponta Wagner Varejão especialista da Valor Investimentos.

Aqui, os papéis tinham queda generalizada: apenas quatro ações do Ibovespa tinham alta no índice nesta quinta, endossadas por bons resultados corporativos, destacadamente Gerdau e Suzano. Com minério e petróleo esboçando um dia de fôlego baixo, o cenário se consolidou para levar o principal índice da Bolsa de volta aos 105 mil pontos.

Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap, complementa que o cenário macroeconômico é ruim e leva o investidor a fugir do risco. “No comunicado do Fed ainda existem diversas preocupações no radar. Ainda tem risco inflacionário muito alto, o mercado não tem segurança de que expectativas de longo prazo de inflação vão ficar ancoradas. Existe um risco muito grande inflacionário. Toda essa questão da desaceleração da China e da guerra na Ucrânia são coisas que agravam e criam completo desarranjo da cadeia de suprimentos”.

Ele lembra ainda que, num cenário de juros mais altos, o custo de oportunidade de ficar com um papel de maior risco nas mãos é pior. “Você tem taxa livre de risco hoje de 12,75% a Selic, não é trivial mudar para um ativo de mais risco”, completa.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em forte baixa nesta quinta-feira, com dois de seus principais índices tendo registrado a maior queda em dois anos. O alívio de quarta-feira após os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, se mostrou breve, com investidores reavaliando a movimentação do banco central americano, na véspera da divulgação do relatório sobre empregos (payroll) de abril.

  • Dow Jones caiu 3,11%, em 33.001,33 pontos;
  • S&P 500 recuou 3,55%, a 4.147,69 pontos;
  • Nasdaq perdeu 4,99%, a 12.317,69 pontos.

dólar à vista fecha em alta de 2,30%, a R$ 5,0165, depois de oscilar entre R$ 4,9335 e R$ 5,0584.

Os futuros contatos do petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 5, apesar da grande repulsa ao risco nos mercados em geral e mesmo com a alta do dólar acontecendo. O óleo foi impulsionado depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmou a sua escolha de aumentar a produção da commodity em 432 mil barris por dia (bpd) no mês de junho, de acordo com o que já havia sido estabelecido anteriormente pela organização.

O petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,42% (US$ 0,45), a US$ 108,26 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês seguinte avançou 0,69% (US$ 0,76), a US$ 110,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato futuro de ouro mais ativo fechou em alta nesta quinta-feira, beneficiado pelo aumento da busca por segurança, no dia seguinte ao anúncio do Fed de aumento de 50 pontos-base na taxa básica de juros.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro com entrega prevista para julho encerrou a sessão com ganho de 0,37%, a US$ 1.875,70 a onça-troy.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Luiza Trajano, do Magazine Luiza (MGLU3), conta que sofreu “muita pressão” para ser candidata
  • Oi (OIBR3) tem prejuízo de R$ 1,6 bilhão no 4º trimestre de 2021

Luiza Trajano, do Magazine Luiza, conta que sofreu “muita pressão” para ser candidata

A empresária e presidente do conselho de administração do Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Trajano, não será candidata nas eleições deste ano. Em entrevista ao site UOL, ela afirma ter recebido muitos convites mas se diz apartidária.

Criticada pelo presidente Jair Bolsonaro e elogiada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Luiza Trajano evita assumir um lado e se preocupa em promover políticas de igualdade social à frente do movimento Mulheres do Brasil.

“Recebi muita pressão, muita gente torceu, mas não sou candidata. Não me candidatei porque sou apartidária. Senti dificuldade de me filiar a um partido, e acredito muito na força do nosso grupo [o Mulheres do Brasil]”, disse a empresária do Magazine Luiza ao site durante evento em São Paulo sobre a participação feminina na política.

Luiza Trajano contou ainda no evento que dizer não à candidatura foi “muito difícil” mas acredita que o que muda o Brasil são as políticas públicas. E por esse motivo, ela não disse não ao Brasil, porque, embora não seja candidata, vai continuar lutando por políticas públicas

“A grande transformação de um país vem da sociedade civil organizada. A gente tem que ser protagonista do país. Não é porque o governo não faz [dar incentivo a mulheres na política], que não vamos fazer. O Brasil é nosso.”

O Mulheres do Brasil foi fundada pela Luiza Trajano em 2013 e hoje reúne mais de 105 mil mulheres que tem como objetivo estimular a participação feminina na construção de um País que seja melhor para todos os cidadãos.

“Atuamos em parceria com diferentes esferas de poder para fomentar a adoção de políticas afirmativas e eliminar as desigualdades de gênero, raça e condição social”, informa o site do grupo da Luiza Trajano.

Oi (OIBR3) tem prejuízo de R$ 1,6 bilhão no 4º trimestre de 2021

Oi (OIBR3) apresentou prejuízo líquido consolidado atribuído aos acionistas controladores de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2021, uma queda de 192,9% ante igual intervalo de 2020, quando havia registrado lucro de R$ 1,7 bilhão. No acumulado do ano de 2021, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 8,38 bilhões, um recuo de 20,04% sobre o ano encerrado em 2020.

Segundo o balanço da Oi, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina somou R$ 1,612 bilhão nos últimos três meses de 2021, montante 8,1% maior que o apurado no mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda de rotina ficou em 35,3%, um crescimento de 4,0 pontos porcentuais sobre o apurado no quarto trimestre de 2020.

receita líquida total consolidada da Oi foi de R$ 4,571 bilhões, valor 4,03% abaixo do apurado um ano antes, de R$ 4,777 bilhões. No exercício encerrado em dezembro de 2021, a receita líquida somou R$ 17,933 bilhões, valor 4,5% menor do que o registrado no ano de 2020. Já a dívida líquida consolidada da Oi no período somou R$ 32,573 bilhões, crescimento de 49,4% sobre o mesmo trimestre de 2020.

No resultado trimestral da Oi, a receita líquida das operações brasileiras totalizou R$ 4,525 bilhões, queda de 4,01% em relação ao quarto trimestre de 2020. A receita líquida das operações internacionais (África e Timor Leste) totalizou R$ R$ 46 milhões, recuo de 21,4% em relação ao apurado um ano antes. A receita líquida das operações continuadas no Brasil totalizou R$ 2,539 bilhões no trimestre, queda de 2,5% na comparação com um ano antes.

O analista da Nord Research, Fabiano Vaz, avalia que os resultados foram em linha com o esperado e os dados vem demonstrando o foco da operadora na fibra ótica.

“Foram bons resultados principalmente quando a gente vai olhar a parte operacional. E o foco que vem demonstrando desde o começo ali da reestruturação da empresa que é a fibra óptica, com a fibra eles estão crescendo, o que é bem interessante”, disse Vaz.

De acordo com o resultado da Oi do 4T21, os investimentos (Capex) consolidados, considerando as operações internacionais, totalizaram R$ 1,9 bilhão, apresentando crescimento de 12,0% em relação ao 4T20 e de 7,5% comparado ao 3T21.

No quarto trimestre, o fluxo de caixa operacional consolidado de rotina foi negativo em R$ 339 milhões. No acumulado do ano, o fluxo de caixa operacional consolidado de rotina da Oi foi negativo em R$ 2 bilhões. O resultado da Oi está em linha com o esperado pela empresa, em função da continuidade da expansão de fibra ótica para garantia da execução do plano de transformação.

dívida bruta consolidada da Oi totalizou R$ 35,8 bilhões ao final do 4T21, uma elevação de 5,4% ou R$ 1,8 bilhão em relação ao 3T21 e um aumento de 36,1% ou R$ 9,5 bilhões ano contra ano. A elevação no trimestre foi explicada, principalmente pelo accrual de juros, pela amortização do ajuste a valor presente (AVP), além da desvalorização do Real vs Dólar de 2,59% no trimestre, segundo o documento da Oi.

“O endividamento ficou praticamente estável quando a gente vai fazer a comparação. A operadora conseguiu fazer o pagamento de algumas dívidas e eles tem se programado a fazer o pagamento de algumas outras, então de maneira geral a notícia sobre o endividamento não é uma grande preocupação”, analisou Vaz.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -2,81%
  • IFIX hoje: -0,17%
  • IBRX hoje: -2,77%
  • SMLL hoje: -4,42%
  • IDIV hoje: -2,56%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (4)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (4) em alta de 1,70%, aos 108.343,74 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

Victória Anhesini

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