Ibovespa sobe 2,19% e passa dos 107 mil pontos; Americanas (AMER3) e aéreas lideram altas

O Ibovespa hoje encerrou o pregão desta quinta-feira (05) em alta de 2,19%, aos 107.641,32 pontos, após oscilar entre 105.333,08 e 107.743,23 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 27,70 bilhões.

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Após dias de muitos ruídos políticos no radar dos investidores, com falas desencontradas de ministros e outros nomes relevantes do atual governo, o Ibovespa começou se recuperar ontem e manteve sinais de melhoria hoje.

Na semana, o índice da B3 ainda acumula perda de 1,91%, após a correção vista na segunda e terça-feira.

“Nesta transição entre governos, essa volatilidade tem sido frequente e deve ser encarada com certa normalidade. Embora possa trazer certo desconforto para alguns investidores, surgem boas oportunidades para montar posições em boas empresas”, explica Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital.

Junto a isso, as bolsas da Europa registram um dia misto e encerraram a quinta-feira com mais quedas do que altas. Os únicos avanços foram em Londres (FTSE 100), Lisboa (PSI 20) e Madri (IBEX 35), com altas de +0,63%, +0,24% e +0,54%, respectivamente.

As quedas nas bolsas europeias aconteceram em Frankfurt (DAX), com -0,36%, Milão (FTSE MIB), em -0,14%, Paris (CAC 40), em -0,22%, e Moscou (MOEX), de -0,54%. Em Nova York, também houve quedas. O Dow Jones, S&P e Nasdaq recuaram -1,02%, -1,17% e -1,47%, respectivamente.

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Já o dólar despencou e fechou com queda de 1,84%, a R$ 5,351, após oscilar entre R$ 5,351 e R$ 5,429 durante o dia. A avaliação nos mercados é de que os indicadores servem de sinal verde para que o Fed siga subindo juros.

“Por enquanto, o Fed precisa seguir o roteiro e dizer que as taxas permanecerão mais altas por mais tempo”, avalia o analista Edward Moya, da corretora Oanda.

Por outro lado, nesta quinta-feira o petróleo fechou alta. O barril de petróleo Brent terminou o dia em US$ 78,69, com alta de +1,09%, e o WTI ficou em US$ 73,67, com alta de +1,14%%. Com preço em valorização, a Petrobras (PETR4) fechou em alta de +3,60%, com papéis a R$ 23,88, porém o cenário internacional não foi o único determinante.

“A Petrobrás se recuperou bem ontem e hoje em decorrência de declarações do possível futuro Presidente da companhia, Jean Paul Prates, que sinalizou que a política de dividendos da empresa será mantida e também que a empresa seguirá respeitando a política de preços internacionais do petróleo”, frisa Cardozo.

Volume de negócios ainda moderado

Como na quarta-feira, a melhora da percepção do mercado sobre o começo do novo governo trouxe algum alívio para os ativos brasileiros. “Depois de dois dias muito pesados, veio respiro (desde ontem), com noticiário mais ameno. Mercado segue a tônica de aguardar para ver medidas mais práticas, do ponto de vista fiscal também, e então fazer as contas”, diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

“Claramente, a atual equipe econômica é mais política do que a comandada por Guedes (Paulo Guedes, ex-ministro da Economia)”, observa em nota Thomas Haugaard, gerente de portfólio para dívida de emergentes na Janus Henderson. “De forma mais ampla, o retorno a um modelo de desenvolvimento econômico liderado pelo Estado também é uma das nossas principais preocupações no longo prazo, pois isso pode levar o Brasil de volta a um crescimento abaixo da média, o que tornará a situação fiscal ainda mais difícil de administrar.”

Nesta quinta, contudo, prevaleceu o viés de esperar um pouco mais para conferir, o que sustentou o apetite por ativos do País, apesar do volume de negócios ainda um pouco moderado na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quinta-feira para Americanas (AMER3), alta de 11%, Azul (AZUL4), +9,38%, e Locaweb (LWSA3), +9,18%), No lado oposto, o das quedas, estão Raízen (RAIZ4), -2,71%, São Martinho (SMTO3), -2,14%, e Qualicorp (QUAL3), -1,82%.

“Apesar de um início de ano conturbado para a bolsa brasileira, marcado por ruídos políticos, o Ibovespa voltou a operar acima dos 107 mil pontos, depois de o ministro da Casa Civil (Rui Costa) negar que o novo governo deve rever a reforma da Previdência de 2019”, diz Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos. “Declarações menos intervencionistas do indicado à presidência da Petrobras, Jean Paul Prates, e a notícia de convocação de reunião ministerial na sexta-feira para afinar o discurso do governo também ajudaram a aliviar os ânimos do mercado.”

Assim, “o ‘valuation’ atrativo, o petróleo em alta e algum alívio na curva de juros favoreceram a tomada de risco, com o Ibovespa em forte alta desde o início do pregão, puxado principalmente pelos papéis da Petrobras, dos bancos e Vale”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. Ele destaca dois catalisadores de peso nesta sexta-feira (6): a divulgação de índices de inflação na Europa e de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que devem “trazer volatilidade e dar a direção dos mercados para o fechamento da semana”.

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Notícias que movimentam a Bolsa de Valores hoje

  • Tebet assume Planejamento e promete ficar de olho na responsabilidade fiscal
  • Oi (OIBR3) planeja cisão após fim da recuperação judicial
  • Pedidos de seguro-desemprego nos EUA caem para 204 mil

Tebet reconhece divergência com Haddad e promete responsabilidade fiscal

Simone Tebet (MDB) tomou posse do Ministério do Planejamento e Orçamento durante cerimônia realizada nesta quinta (5). A ministra reconheceu que tem divergências com a equipe econômica liderada por Fernando Haddad (PT), mas avisou que atuará junto com o time petista e prometeu monitorar a dívida pública durante sua gestão.

“A minha surpresa foi dupla: primeiro porque fui escolhida para ser ministra, em um convite especial do presidente Lula. Segundo, porque fui parar justamente em uma pauta na qual tenho alguma divergência”, detalhou Simone.

Um dos desafios que a ministra enfrentará na pasta é a revisão do orçamento público federal, com a avaliação das políticas públicas e a definição da alocação dos recursos federais.

O que pensam os investidores?

Segundo Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital, o mercado financeiro sabe que o presidente não tem autonomia para revogar o teto de gastos. Portanto, trata-se de questão de competência do legislativo, mas esse assunto irá continuar causando estresse entre os investidores.

Após uma mudança de postura e declarações mais preocupadas com o mercado, tanto dólar quanto juros passaram a cair.

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Oi planeja cisão para separar “filé” do “osso”

Com o fim do processo de recuperação judicial, a Oi estuda separar as operações da Oi Fibra em uma nova empresa independente, batizada temporariamente como ClientCo.

Segundo informações divulgadas nesta quinta (5), o projeto prevê que o “filé” do grupo seja desmembrado, enquanto o “osso” segue dentro da companhia.

A iniciativa abrigará os ativos da Oi Fibra, que são a base de clientes, canais de comunicação, venda e atendimento e os sistemas para a prestação do serviço de banda larga.

As ações da Oi subiram 6,25% a R$ 0,17 no pregão desta quinta-feira (5).

Pedidos de seguro-desemprego nos EUA caem para 204 mil

Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos tiveram queda de 19 mil na semana encerrada em 31 de dezembro, a 204 mil.

Os dados de desemprego nos EUA foram divulgados nesta quinta (5) pela pesquisa do Departamento do Trabalho. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que estimavam 223 mil solicitações.

O total de pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior foi levemente revisado para baixo, de 225 mil a 223 mil. Já o número de pedidos continuados mostrou redução de 24 mil na semana encerrada em 24 de dezembro, a 1,694 milhão.

O que pensam os investidores?

Investidores entendem que os dados do Departamento do Trabalho corroboram a ideia de que o Fed dispõe de espaço para continuar subindo juros, o que induziu um clima de cautela em Wall Street.

“A guinada do Fed vai ocorrer quando os dados estiverem ruins, não quando o mercado sentir que o Fed já apertou o suficiente”, avalia Robert Stimpson, diretor de investimentos da Oak Associates.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

  • Raizen (RAIZ4): -2,41%
  • Qualicorp (QUAL3): -2,32%
  • São Martinho (SMTO3): -2,18%
  • Lojas Renner (LREN3): -1,79%
  • Tim (TIMS3): -1,18%

Fechamento dos outros índices brasileiros

  • Small Caps (SMLL): +2,34%
  • BDRs (BDRX): -2,18%
  • Fundos Imobiliários (IFIX): +0,31%

Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (04)

Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (05) em alta de 2,19%, aos 107.641,32 pontos.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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