O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (4) com alta de 0,37%, aos 102.174,34 pontos, após oscilar entre 101.063,49 e 103.320,81. O volume financeiro do dia somou R$ 26,2 bilhões.
A bolsa de valores hoje operou entre perdas e ganhos, digerindo as decisões da Super Quarta. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu as previsões de especialistas e manteve a Selic em 13,75%. Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) subiu a taxa de juros em 25 pontos-base (pb) pela 10º vez seguida.
“Temos uma taxa de juros alta que impede o desenvolvimento da economia. Isso gera o que chamamos de estagflação. E esse é o principal risco hoje nos EUA”, explica Elcio Cardozo, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital.
Em movimento semelhante ao de ontem, as bolsas de NY fecharam em baixa. Confira abaixo:
- Dow Jones: -0,86% (33.127,94 pontos);
- S&P500: -0,72% (4.061,37 pontos);
- Nasdaq: -0,49% (11.966,40 pontos).
De volta ao mercado nacional, embora o Copom não tenha alterado a Selic, o mercado já está enxergando uma queda de juros.
“Isso explica o movimento dos Depósitos Interfinanceiros (DI) hoje, que estão em queda. Estamos precificando há um tempo uma queda de taxas de juros para os próximos meses. Não foi ontem ainda, mas pode ser na próxima reunião ou daqui duas reuniões”, alerta Cardozo.
Diante disso, os juros futuros cederam e o dólar hoje, após perdas e ganhos, teve uma leve alta (+0,02%), mas segue abaixo dos R$ 5, cotado a R$ 4,9928. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 4,9700 e R$ 5,0341.
As blue chips do Ibovespa, os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras (PETR4;PETR3) iniciaram o dia em queda, mas ao fim do pregão somaram 1,59% e 1,46%, respectivamente. Na véspera, a estatal divulgou o seu relatório de produção e vendas do primeiro trimestre (1T23) e, mesmo com algumas quedas, conseguiu agradar o mercado.
Do outro lado, a Vale (VALE3) novamente viu seus ativos amargarem no Ibovespa com a nova queda do minério de ferro. No fechamento desta quinta, a mineradora desvalorizou 3,10%, cotada a R$ 66,86.
E não somente ela: seus pares de setor, como CSN (CSNA3), CMIN (CMIN3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), foram negativamente afetadas com a queda da commodity, que teve a menor cotação em cinco meses, em meio às incertezas da reabertura econômica da China — maior consumidora do minério de ferro.
Entre os ativos bancários, após uma véspera de fechamento foi misto, o pregão hoje foi de ganhos. O Itaú (ITUB4) avançou 0,81%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 1,13%. Já o Bradesco (BBDC4) ganhou 2,33%, e o Santander (SANB11) subiu 1,73%.
Ainda na ponta positiva do índice, destaque para os papéis da Lojas Renner (LRNE3), que reportou o seu balanço financeiro do 1T23 e animou os investidores. “A ação já tinha caído bastante nas últimas semanas, então é um movimento de correção e esse é o motivo principal pelo qual a empresa está performou bem hoje”, diz o sócio da Matriz Capital.
Segundo Cardozo, outro ponto que pode ter beneficiado não apenas as ações da Renner, como também da MRV (MRVE3) hoje, é justamente a manutenção da Selic. “Varejistas e construtoras se beneficiam de uma possível queda de juros a vir nos próximos meses.”
Já na ponta negativa do índice, destaque para a maior queda do Ibovespa hoje: a Embraer (EMBR3), cujo balanço do 1T23 não agradou os investidores. Apesar disso, os analistas do BTG Pactual (BPAC11), Goldman Sachs e Santander seguem recomendando a compra das ações da companhia.
Outra empresa que caiu foi a Prio (PRIO3), que, mesmo reportando uma alta no lucro do 1T23, cedeu no Ibovespa hoje. Os analistas explicaram por que isso aconteceu.
Veja as maiores altas e baixas
Cotação do Ibovespa nesta quinta-feira (4)
O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (4) com alta de 0,37%, aos 102.174,34 pontos.
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