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Ibovespa hoje avança 1,7%, com decisão do Fed; Magazine Luiza (MGLU3) dispara 7%

Ibovespa hoje. Foto: Pexels.

Ibovespa hoje. Foto: Pexels.

Ibovespa hoje fechou em alta de 1,70%, aos 108.343,74 pontos, após oscilar entre 104.932,97 e 108.381,76 pontos. O volume financeiro foi de R$ 36,9 bilhões, acima da média de R$ 30 bi. O patamar, conquistado praticamente na última hora do pregão, colocou o índice bem longe da mínima do dia e reverteu a perda semanal. Na semana, a referência da bolsa sobe 0,43%.

O receio de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) fosse muito duro na reunião de política monetária desta quarta-feira (4), que encheu de cautela e derrubou os mercados nos últimos dias, foi afastado pelo presidente da autoridade monetária, Jerome Powell. Se havia alguma dúvida após o comunicado da decisão de juros, a coletiva de imprensa veiculada por Powell afastou a possibilidade de uma alta de 75 pontos nos juros, o que retirou pressão das bolsas globais e abriu espaço para o Ibovespa voltar aos 108 mil pontos.

O índice foi suportado, ainda, por um avanço sustentado das ações das petroleiras. No minério, por sua vez, uma leve queda da commodity em Qingdao, na China, levou mineradoras e metalúrgicas a pesarem negativamente no índice.

Falas de Jerome Powell, do Fed

O alívio na bolsa, que passou a manhã e boa parte da tarde em queda, começou logo após o comunicado, quando o índice diminuiu significativamente a baixa.

A virada para o positivo, no entanto, só veio após Powell dizer que subir o juro em 75 pontos-base não é algo que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está “ativamente considerando” por enquanto. Ele afirmou, contudo, que novos aumentos de 50 pontos estão na mesa.

Com o tom bem mais suave do que o esperado, as bolsas tiveram alívio globalmente, renovando máximas aqui e em Nova York. Tanto que Dow Jones e S&P500 fecharam o dia em altas superiores a 2,8%.

“Powell foi na direção de sinalizar mais duas altas de 50 ponto e também dizer ao mercado que não é um dado ou outro que vai fazê-lo mudar de opinião, é um conjunto de informações. Isso retira incerteza. Fica um pouco mais claro que não teremos surpresas mais duras nos próximos meses”, aponta Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG, completando: “Com essa sinalização, tirando a chance de 75 pontos e dando previsibilidade, o mercado reagiu bem”.

Aguardando Copom

O mercado ainda espera a decisão de política monetária brasileira, marcada para às 18h30. Os investidores monitoram sobretudo as sinalizações do Comitê de Política Monetária (Copom) para a próxima reunião e apostam que o BC irá deixar espaço para ao menos mais uma alta em junho.

“Provavelmente, se o mercado entender que o BC faz uma alta adicional em junho e para, isso será bom para os ativos”, aponta Luciano Costa, economista e sócio da Monte Bravo Investimentos, completando: “A decisão do Fed só potencializa esse efeito, porque é a favor de ativos de risco”.

Além da incerteza, a reação nas bolsas globais ocorre porque um cenário de política monetária mais agressiva retiraria recursos de ativos de risco, à medida que os títulos atrelados a juros ficam mais interessantes. Além disso, o Fed aumentando juros de maneira ainda mais forte nos EUA é especialmente ruim para emergentes como o Brasil, à medida que, com mais retorno, uma fuga de capital começa a entrar no radar.

“No início, a alta de juros não foi prejudicial para as bolsas aqui. Quando deixa de ser bom pra bolsa? Quando sobe num nível que causa uma piora muito grandes nos dados correntes das empresas. E esse ponto está se aproximando. Mas não achamos mais que será agora no curtíssimo prazo”, disse o gestor de portfólio da Kilima Asset, Luiz Adriano Martinez. A decisão mais suave do Fed trouxe alívio aos mercados justamente porque alonga esse impacto negativo sobre a economia.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam em alta nesta quarta-feira, depois de operarem voláteis durante a tarde. Os índices foram impulsionadas pela decisão do Fed, em linha com o esperado pelo mercado, e por sinalizações do presidente da instituição, Jerome Powell, de que uma alta de 75 pontos-base é improvável no momento.

dólar à vista fecha em baixa de 1,21%, a R$ 4,9036, depois de oscilar entre R$ 4,8935 e R$ 5,0355.

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta robusta nesta sessão, impulsionados pela proposta da União Europeia (UE) de embargar as importações do petróleo russo e por dados do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos. Além disso, o óleo foi apoiado pela queda do dólar.

O petróleo WTI para junho fechou em alta de 5,27% (US$ 5,40), a US$ 107,81 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês seguinte avançou 4,92% (US$ 5,17), a US$ 110,14 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato futuro de ouro mais ativo fechou em queda nesta quarta, em meio à expectativa por aumento de 50 pontos-base na taxa básica de juros do Federal Reserve ainda no período da tarde (horário de Brasília) desta quarta.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho encerrou a sessão em baixa de 0,10%, a US$ 1.868,80 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, o destaque foi para o setor das varejistas e techs do índice, devido ao tom mais “dovish” do Federal Reserve.

Quem liderou o ranking das maiores altas do dia foi Magazine Luiza (MGLU3), com ganhos de 7,61%, seguida por Americanas (AMER3) com +7,54% e Pão de Açúcar (PCAR3), que subiu 7,52%. Além disso, figurou na lista também Méliuz (CASH3), que avançou 7,34%.

Também na lista dos maiores ganhos, Banco Pan (BPAN4), que, assim como o Pão de Açúcar, divulga hoje os resultados do 1T22, registrou +5,77%.

Com a disparada do petróleo após a UE propor o fim das importações de óleo russo em seis meses beneficiou os papéis atrelados à commodity. Petrobras (PETR3, PETR4) valorizou 6,02% e 4,72%, respectivamente e PetroRio (PRIO3) ganhou 5,81%.

Por outro lado, a sessão foi desfavorável para commodities metálicas e Vale (VALE3) caiu 0,84%.

O setor bancário fechou majoritariamente no positivo, com a exceção de Itaú (ITUB4), que perdeu 0,13%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) aumentou 1,15% e 1,44%, respectivamente, Santander (SANB11) teve elevação de 2,39% e Banco do Brasil (BBAS3) subiu 2,91%.

Já no campo das maiores quedas, quem liderou foi Marfrig (MRFG3), registrando -7,76%, devido à possibilidade de mudanças no pagamento de dividendos da empresa. Em seguida, JBS (JBSS3) cedeu 3,04%. Já Natura (NTCO3) recuou 1,71%, com a expectativa de resultados negativos no 1T22, que serão divulgados na próxima sexta-feira (6).

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores

Anatel deve definir venda da unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3) amanhã

A reunião do conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para decidir sobre a anuência prévia à venda do braço de fibra ótica da Oi (OIBR3) à GloboNet e aos fundos geridos pelo BTG Pactual (BPAC11) acontecerá nesta quinta (5).

A definição, que deveria ter acontecido no dia 14 de abril, foi adiada após o pedido de vista do conselheiro Emmanoel Campelo, que alegou falta de tempo para analisar o processo de venda dos negócios de fibra ótica da Oi, porque a convocação do encontro aconteceu só um dia antes. Campelo prometeu agir com senso de urgência e levar o assunto de volta para a pauta.

Antes disso, o relator do processo, Vicente Aquino, apresentou um parecer favorável à concessão da anuência prévia à transação, sem impor exigências relevantes. Na sequência, o conselheiro Moisés Queiroz antecipou que seu voto será em linha com o do relator.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, não manifestou seu voto, mas a tendência é de que também acompanhe o relator, seu aliado no colegiado. Já o conselheiro Artur Coimbra não revelou sua posição.

Há, portanto, pelo menos três dos cinco membros favoráveis à transação, o que indica que a chancela é apenas questão de tempo.

A venda do braço de fibra ótica da Oi – batizado de V.tal – para o fundo de investimento do BTG Pactual (BPAC11) em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos foi acertado no começo do segundo semestre do ano passado, por R$ 12,9 bilhões. A Oi ficou com 42,1% da subsidiária, enquanto os novos acionistas, com 57,9%.

Considerada peça-chave do plano estratégico da Oi, a venda do controle da subsidiária de fibra ótica servirá para desafogar parte das dívidas, além de alimentar investimentos nas operações das redes de banda larga após a venda das redes móveis.

Getnet (GETT11) pagará R$ 96 milhões em JCP; confira valor por ação

Getnet (GETT11) anunciou nesta quarta-feira (4) que vai pagar R$ 96 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas, proposta aprovada em Assembleia Geral Ordinária (AGO).

O valor bruto dos proventos por ação será dividido da seguinte forma:

Os rendimentos serão pagos a partir do dia 27 de junho de 2022.

Apenas os investidores com ações da Getnet no dia 14 de junho terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 15 de junho, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.

Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.

O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%. O montante total líquido é de R$ 81,7 milhões.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta terça (3)

Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (3) em queda de 0,10%, aos 106.528 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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