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Ibovespa sobe 1,12%, acima dos 105 mil pontos; Petrobras (PETR4) dispara após Prates negar intervenção

Ibovespa. Foto: Divulgação

Ibovespa. Foto: Divulgação

Ibovespa hoje encerrou o pregão desta quarta-feira (04) em alta de 1,12%, aos 105.334,46 pontos, após oscilar entre 103.915,11 e 105.627,28 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 25,50 bilhões bilhões.

Em Nova York, houve altas nas bolsas apesar da ata da reunião de dezembro do Fed. Os dirigentes do banco central americano descartam cortes nos juros. Mais: preveem altas nas taxas em 2023. O Dow Jones, S&P e Nasdaq fecharam com altas de +0,40%, +0,75% e +0,69%, respectivamente. As bolsas da Europa também encerraram o dia com altas.

Frankfurt (DAX) avançou 2,16%, Londres (FTSE 100) ganhou 0,43%, Milão (FTSE MIB) subiu 1,71%, Lisboa (PSI 20) fechou com +0,64%, Paris (CAC 40) +2,30%, e Madri (IBEX 35) +1,88%. A única queda foi na bolsa de Moscou (MOEX) de -0,20%.

dólar fechou estável com leve alta de +0,01%, a R$ 5,4524, após oscilar entre R$ 5,4265 e R$ 5,4793 durante o dia. Enquanto isso, o petróleo fechou com forte queda, acima de 5%. Desta forma, o barril de petróleo Brent terminou o dia em US$ 77,84, com queda de 5,19%. Já o WTI ficou em US$ 72,84, com queda de 5,30%.

Nesta quarta-feira o Ibovespa repercutiu as decisões políticas do novo governo no radar. A bolsa brasileira ganhou fôlego com as declarações de Jean Paul Prates, indicado pelo governo Lula (PT) para ser o novo presidente da Petrobras (PETR4). Prates disse que não haverá intervenção direta no preço dos combustíveis.

O mercado também se animou com a declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que Lula não deu aval a nenhum estudo de revisão da reforma da Previdência

“O mercado se recuperou depois dos ruídos que vieram da equipe do governo nos últimos dias. A fala do futuro CEO da Petrobras foi positiva. Os papéis da empresa estavam bem para trás, mas passaram a subir mesmo com o petróleo caindo”, afirma o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, ressaltando a recuperação também dos setores de proteínas e de varejo e consumo.

Segundo analistas, o governo Lula parece ter adotado o tradicional freio de arrumação para redução de danos. Primeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que não há planos para revisar a reforma da previdência promovida na gestão de Michel Temer, desautorizando assim o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que ontem falou em uma “antirreforma”.

Em seguida, o futuro presidente da Petrobras tratou de afastar temores de mudanças radicas na política de preços da petroleira ao dizer que todo preço vai ter referência internacional e que não haverá intervenção. Ficou em aberto a questão, contudo, da permanência do PPI (Preço de Paridade de Importação). “O governo pode simplesmente dizer é livre, é liberado, é PPI, não é PPI. Mas é o governo quem cria o contexto, e o mercado também. Principalmente o mercado, se falta o produto, se sobra produto”, afirmou Prates.

Por último, Lula convocou para sexta-feira, 6, reunião com a equipe ministerial para afinar o discurso do governo e, segundo Costa, reafirmar que qualquer proposta só tem validade após o aval presidencial. “Lula é quem decide, ele teve mais de 60 milhões de votos”, disse o ministro, acrescentando que todas as propostas também vão passar pelo crivo da Casa Civil.

“A nova equipe de governo não conseguiu encontrar ainda um tom correto de comunicação com o mercado. Se boa parte das medidas que estão sendo propostas pelo ministros avançassem, teríamos uma severa conta fiscal para os próximos anos”, afirma o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura.”A entrevista de Prates deu uma acalmada nos mercados hoje. Ele acenou que será aderente às atuais práticas. Mas é tudo ainda muito especulativo”, afirma.

Notícias que movimentam a Bolsa de Valores hoje

Ações da Petrobras disparam após Prates negar intervenção no preço dos combustíveis

Após abrirem o pregão em queda em meio a troca no comando e a queda do petróleo, as ações da Petrobras (PETR4) viraram para alta e subiram 3,18% no pregão desta quarta-feira (4).

O motivo foi a declaração do futuro presidente da Petrobras, de que não haverá intervenção direta no preço dos combustíveis. Além disso, Prates disse que não haverá desvinculação dos preços internacionais – em alusão à paridade internacional, adotada em 2016 pelo governo Temer.

O que pensam os investidores?

No Brasil, o mercado segue atento a Brasília nas posses dos ministros e dos secretários, bem como reagindo às falas do presidente e equipe, destaca Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

“A Petrobras subiu bem hoje e não só porque o petróleo caiu 4% lá fora. O discurso de Prates foi forte e de acordo com o que o mercado gosta de ouvir. Disse que não vai ter intervenção nos preços da gasolina, o que os investidores viram de forma muito positiva”, pontua Cohen.

Fed enxerga juros mais altos por “algum tempo” pela frente

Ainda nesta quarta, a autoridade monetária divulgou a ata da reunião de dezembro. O Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, espera que os juros permaneçam altos por “algum tempo” até que um maior progresso no combate à inflação seja conquistado.

Na ata do encontro do mês passado, os integrantes do Fed ressaltaram a importância de manter a política restritiva enquanto a inflação seguir “inaceitavelmente alta”.

No mês passado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed aumentou em 0,50 ponto percentual a sua taxa de juros, para a faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. Na ocasião, a decisão foi unânime e estava em linha com as expectativas do mercado financeiro.

O que pensam os investidores?

Conforme destaca Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, a ata do Fed mostrou incertezas sobre a inflação resiliente nos Estados Unidos — que poderá prejudicar a bolsa brasileira, pois o ‘porto seguro’ americano deverão ser os investimentos em renda fixa.

O mercado acreditava que era possível acontecer um corte de juros em 2023, mas isso foi praticamente negado com a ata de hoje.

Já Beto Saadia, economista e sócio da BRA-BS, frisa que o Fed reforçou que está preocupado com a possibilidade de a inflação forte persistir ao longo de todo ano completo. “Mesmo reduzindo o ritmo de juros no futuro, a taxa ainda pode terminar mais alta que o mercado espera e por mais tempo”, afirma.

Enquanto isso, Rafael Marques, CEO da Philos Invest, aponta a contraditoriedade do impacto positivo observado no mercado após a ata do Fed. “As mensagens [do documento] reforçam o tom pesado adotado por Powell no discurso pós reunião de dezembro”, explica.

Segundo ele, analisando os gráficos apresentados na ata do Fed, a maioria dos membros acreditam que o percentual da taxa de juros poderá passar dos 5% e chegar até para 5,7%. “Apesar de por enquanto o impacto ter sido positivo, é difícil acreditar que irá se manter”.

Rui Costa desmente Lupi e nega revisão de reforma da Previdência

“Não há nenhuma proposta de revisão da reforma da Previdência em curso”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quarta-feira (4). Segundo ele, Lula não deu aval a nenhum estudo de revisão da reforma da Previdência

A fala de Rui Costa tenta conter as reações negativas à declaração do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, de que será instituída uma comissão para estudar a revisão da reforma.

Lupi havia dito na terça-feira (3) que a reforma da Previdência foi uma “antirreforma” feita apenas para retirar direitos dos trabalhadores. O ministro declarou que pretendia rediscutir as mudanças no sistema previdenciário.

As declarações derrubaram o Ibovespa e provocaram a alta do dólar na terça-feira, que chegou ao maior valor em seis meses, negociado a R$ 5,45.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Fechamento dos outros índices brasileiros

Cotação do Ibovespa nesta quarta-feira (04)

Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (04) em alta de 1,12%, aos 105.334,46 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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