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Ibovespa sobe 0,42%, mas acumula queda de 1,28% na semana; IRB Brasil (IRBR3) perde 12%

Ibovespa hoje

Ibovespa hoje. Foto: Pexels

Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (2) em alta de 0,42%, em 110.864,24 pontos, após máxima de 112.264,17 pontos e mínima de 110.408,92 pontos. Na semana, índice cai 1,28%. No ano, sobe 5,76% e, em setembro, avança 1,22%. O giro foi reforçado, a R$ 37,8 bilhões na sessão.

No exterior, o dado mais aguardado do dia, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em agosto – com a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução da renda salarial – manteve a porta aberta para que o Federal Reserve possa ajustar o ritmo e imprimir um grau talvez menos agressivo de elevação dos juros em setembro, na avaliação de mercado.

Na ponta do índice, empresas do segmento imobiliário – setor que já vinha em destaque na quinta com a queda dos DIs e a extensão dos prazos de financiamento dos contratos do Casa Verde e Amarela, observa Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos – tiveram desempenho à frente nesta sexta-feira.

“Houve espera pelo payroll, dados que contribuem para uma ‘clareada’ sobre o Fed e que podem ser chave para a decisão, para a magnitude do aumento de juros na próxima reunião”, diz Harada, da Blackbird, acrescentando que o mercado de trabalho nos Estados Unidos tem se mantido aquecido mesmo com as elevações de juros efetivadas nos últimos meses, o que vinha contribuindo para consenso em torno de aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros do Federal Reserve em setembro.

Ele chama atenção também para a inflação ao produtor (PPI) na zona do euro (+4%), acima do esperado (+3%) em julho ante junho, o que reforça a visão de que o Banco Central Europeu (BCE) precisará ser mais agressivo na próxima reunião, no dia 8 de setembro, com uma elevação de 0,75 ponto porcentual nos juros de referência. Na comparação de julho com o mesmo mês do ano passado, o PPI na zona do euro acumula variação de 37,9%, em aceleração frente ao ritmo de 35,8% observado em junho.

Nos Estados Unidos, “o payroll veio misto porque, ao mesmo tempo que criou mais vagas do que o previsto, houve aumento da taxa de desemprego, de 3,5% para 3,7%, e, principalmente se olharmos dentro dos grupos, houve aumento entre os que sofrem mais, os menos escolarizados, onde a taxa subiu de 5,9% para 6,2%”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, observando também que entre os mais escolarizados, com ao menos uma graduação, a taxa de desemprego caiu de 2% para 1,9% em agosto.

Ele acrescenta que o ganho salarial médio teve leve alteração no mês, embora ainda em patamar elevado especialmente na comparação anual, em alta de 5,2%. “A estimativa do mercado é de que, na comparação anual, esta alta deveria estar em 3,5% para que não estivesse pressionando tanto a inflação”, observa Cruz.

“Há um caminho a ser percorrido pelo Fed. Ainda não é o suficiente para uma (alta menor), de meio ponto porcentual, na taxa de juros dos Estados Unidos, mas caso a inflação desacelere muito, talvez ganhe força essa expectativa no mercado”, conclui o estrategista, antecipando divisão nas projeções, embora com o call de 0,75 p.p. ainda predominando para setembro. De acordo com dados da CME, a probabilidade de aumento de 75 pontos-base (pb) nos juros básicos dos Estados Unidos este mês, na decisão do Federal Reserve, recuou de 75% na quinta para 56% no fim desta tarde. Já para 50 pb subiu de 25% para 44%.

Apesar da sensação de que não se terá como passar incólume ao processo de ajuste nas políticas monetárias nas maiores economias, e no momento em que outra ponta do tripé, a China, também mostra menos vigor econômico, o Ibovespa tem sustentado algum descolamento, mesmo nos dias desfavoráveis em Nova York, como esta sexta.

Com os temores fiscais adiados para 2023, a boa recuperação do PIB, a moderação de ritmo da inflação nas últimas leituras mensais sob efeito dos ajustes já promovidos pelo BC na Selic – e muito antecipado ao ora promovido nos juros das economias centrais -, redespertou-se o interesse por ativos brasileiros, o que se reflete também no câmbio, apesar da volatilidade vista nesta semana. O dólar chegou a ser negociado no início da semana a R$ 5,01 e nesta sexta fechou em baixa de 1,02%, mas a R$ 5,1848.

Apesar das incertezas externas e da volatilidade que pode vir à frente, neste mês que falta para o primeiro turno da eleição, as expectativas do mercado financeiro para o desempenho das ações no curtíssimo prazo ficaram ligeiramente mais otimistas no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a fatia dos que esperam ganhos para o Ibovespa na próxima semana subiu de 50,00% na pesquisa passada para 60,00%, enquanto a previsão de queda recuou de 30,00% para 20,00%. A parcela dos que acreditam em variação neutra manteve-se em 20,00%.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em queda de 1% na sessão desta sexta-feira, depois de o payroll de agosto mostrar um mercado de trabalho ainda aquecido nos Estados Unidos. Houve algum ajuste nas expectativas sobre alta de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, mas amplitude de 75 pontos-base (pb) segue como uma possibilidade, segundo casas de análises.

Na semana, as perdas acumuladas foram de 2,99%, 3,29% e 4,21%, respectivamente.

dólar à vista fechou em baixa de 1,02%, a R$ 5,1848, após oscilar entre R$ 5,1585 e R$ 5,2351.

Os contratos do petróleo tiveram leve alta no mercado futuro nesta sessão, mas acumularam perdas de 6% na semana. As negociações de hoje se deram na esteira da proposta do G7 de impor um teto ao preço do petróleo russo e à espera da reunião ministerial da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na próxima segunda-feira, 05.

O petróleo WTI para outubro terminou com ganho de 0,30% (US$ 0,26), a US$ 86,87 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro avançou 0,71% (US$ 0,66), a US$ 93,02 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Na semana, o WTI registrou queda de 6,65% e o Brent caiu 6,04%.

O ouro fechou em alta nesta sexta-feira, apoiado por um dólar mais fraco no exterior e juros dos Treasuries em baixa. O movimento ocorreu após o payroll de agosto moderar o temor do mercado pelo aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), embora boa parte dos analistas ainda acredite na possibilidade do BC americano subir os juros em 75 pontos-base pela terceira reunião seguida. De qualquer forma, a alta de hoje não foi suficiente para recuperar as perdas semanais do metal precioso.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,78%, a US$ 1.722,60 por onça-troy. Na semana, o metal perdeu 1,55%.

No Ibovespa hoje, os dados divulgados ontem pela Caixa sobre contratação e extensão de prazos para financiamento de 30 para 35 anos no programa federal Casa Verde Amarela impulsionaram os papéis de empresas do setor de construção.

Quem liderou foi Eztec (EZTC3), com alta de 8,42%, seguida por MRV (MRVE3), com +8,14% e Cyrela (CYRE3), que subiu 7,86%. JHSF (JHSF3) também figurou na lista, subindo 8,28%.

Ainda se destacou entre os maiores ganhos Braskem (BRKM5), com elevação de 6,84%, devido aos rumores de que a J&F estaria interessada na compra de 100% da petroquímica.

Já no campo oposto, quem se destacou foi IRB Brasil (IRBR3), com -12,86%, um dia após a ação sair a R$ 1,00 na oferta pública, levantando R$ 1,2 bilhão.

Os setores varejista e aéreo também se destacaram entre as maiores perdas: Americanas (AMER3) registrou -4,14%, Petz (PETZ3) perdeu 3,88%, Via (VIIA3) desvalorizou 3,13% e Magazine Luiza (MGLU3), -2,52%. Já Azul (AZUL4) caiu 2,90% e Gol (GOLL4) baixou 2,63%.

Entre as blue chips, Vale (VALE3) cedeu 1,52%, Petrobras (PETR3, PETR4) recuou 1,45% e 1,27%, respectivamente.

Em uma semana majoritariamente negativa para o segmento, grandes bancos fecharam no azul pelo segundo dia seguido: Itaú (ITUB4) subiu 1,37%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) ganhou 0,63% e 1,10% nesta ordem, Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 0,47% e Santander (SANB11) teve alta de 0,27%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

IRB (IRBR3) precifica ação a R$ 1 em capitalização de R$ 1,2 bi; ações caem

IRB (IRBR3) precificou sua oferta de ações com esforços restritos para a captação de R$ 1,2 bilhão na quinta-feira (1). Os números foram relevados no fim da noite da véspera.

Cada nova ação do IRB foi precificada a R$ 1, valor 50,25% menor em comparação ao fechamento do pregão anterior ao anúncio, de R$ 2,01, e 28,6% menor em relação ao fechamento da véspera.

O capital social da companhia passará a ser de R$ 5,543 bilhões, dividido em cerca de 2,468 bilhões de ações e uma golden share (ação preferencial de classe especial) de titularidade da União.

Para captar o R$ 1,2 bilhão, a companhia deveria aumentar em até 200% o número de ações emitidas, o que levaria suas ações ao preço de R$ 0,67.

No comunicado emitido ao mercado, o IRB informou que a oferta foi equivalente de 597.014.925 papéis do lote principal e mais 602.985.075 dos lotes extras, o que equivale a um acréscimo de 101%.

Segundo a companhia, os recursos líquidos levantados pela oferta seriam usados para a regularização de indicadores regulatórios estabelecidos pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Até junho deste ano, o IRB precisava de cerca de R$ 729 milhões para cobrir as exigências estabelecidas pela reguladora do setor.

Os novos papéis do IRB passarão a ser negociados na B3 a partir da próxima segunda-feira (5).

O prazo para a regularização de capital termina em 31 de outubro. Se a regularização não acontecer, o IRB pode ser submetido a um regime especial de direção fiscal pela Susep, que indicaria um diretor fiscal para a supervisão da companhia.

“Após a referida regularização, caso haja recursos excedentes, a companhia pretende alocá-los para fins corporativos gerais, notadamente, crescimento orgânico da companhia frente a oportunidades de negócios existentes e para pagamento de passivos contingentes, incluindo aqueles que podem surgir de acordo com autoridades norte-americanas”, afirmou o IRB em comunicado ao mercado.

Agora vai? J&F avalia nova proposta pela Braskem (BRKM5), diz jornal

A J&F, holding de investimento da família Batista e dona da JBS (JBSS3), avalia fazer uma proposta de compra de 100% da Braskem (BRKM5). As informações são do Valor Econômico.

Durante a semana, representantes do sindicato de bancos credores da Novonor, ex-Odebrecht, que detêm ações da Braskem como garantia, se reuniram com executivos da gestora americana Apollo, BTG Pactual (BPAC11) e J&F para dar um retorno sobre a recusa pelas propostas apresentadas por eles.

Segundo divulgou o Valor, o BTG e a J&F estavam dispostos a comprar a dívida dos bancos credores, que hoje soma cerca de R$ 15 bilhões, com descontos.

A Apollo fez uma oferta de R$ 45 por ação e sua proposta era de comprar a totalidade da companhia, colocando como condicionante da saída da Petrobras (PETR4) para concretizar a operação.

Os bancos credores — Banco do Brasil (BBAS3), BNDES, Bradesco (BBDC4)Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) — por sua vez, não estão dispostos a conceder descontos no valor total das dívidas. No caso da Apollo, entendem que o valor de R$ 45 por ação e as condições impostas pela gestora apresentam riscos.

O Valor divulgou ainda que a Unipar (UNIP6) e o grupo Ultra, em parceria com a gestora Lumina, correm for fora e fizeram uma proposta para a Novonor em um outro formato.

Enquanto a Unipar chegou a oferecer R$ 10 bilhões pelos ativos da Braskem em São Paulo, o consórcio entre Ultra e Lumina propôs um aporte de R$ 1,3 bilhão na empresa, entrando no bloco de controle junto com Novonor e Petrobras. Na proposta, o consórcio chegaria a 51% de participação em aproximadamente três anos.

Fontes ligadas à J&F disseram ao Valor que a holding deverá rever a proposta e está disposta a comprar 100% da companhia. O Banco do Brasil e o BNDES, entretanto, teriam ressalvas em negociar com a holding, por conta dos escândalos do Joesley Day.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

Cotação do Ibovespa nesta quinta (1º)

Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (1º) com alta de 0,81%, aos 110.405,30 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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