O Ibovespa hoje fechou a quinta-feira (2) com alta de 0,93% aos 112.392,91 pontos, após oscilar entre 111.218,20 e 112.708,96 pontos, em dia de alta nas bolsas de Nova York e nas europeias. O dia foi de alta na commodities. O volume financeiro foi de R$ 24,3 bilhões, abaixo da média. Na semana, o Ibovespa ganha 0,40%, e 0,94% nestas duas primeiras sessões de junho – no ano, sobe 7,22%.
A leitura sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre no Brasil melhorou, ainda que marginalmente, as expectativas de crescimento para o ano, contribuindo para o avanço visto no Ibovespa desde a manhã. Este, que se acentuou à tarde em paralelo às referências de Nova York, também em sucessivas máximas de sessão no período vespertino.
“O PIB brasileiro cresceu 1% no 1T22, abaixo de 1,2% esperado. A principal contribuição para a surpresa negativa do lado da oferta veio do setor de serviços e, do lado da demanda, veio do consumo das famílias”, aponta Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital. “Com o dado de hoje, se o PIB crescer zero nos próximos trimestres do ano, fechamos o ano com crescimento de 1,5%. Esperamos que o PIB cresça no 2T22 com a continuação da reabertura da economia, retomada do emprego, liberação do FGTS e antecipação do 13º salário do INSS.”
Por sua vez, o BNP Paribas elevou projeção para o crescimento econômico do Brasil na esteira do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre, indicando uma melhor recuperação. A estimativa é que o PIB fechado do ano cresça 1,5%, e não mais caia 0,5% como previsto anteriormente. No entanto, a expectativa para o PIB de 2023 foi mantida em variação zero pelo BNP.
Para o Barclays, embora a análise seja “mais construtiva” em relação ao crescimento no primeiro semestre deste ano, a postura cada vez mais restritiva do Banco Central é um contrapeso para a segunda metade de 2022.
Em relatório, o banco aponta que a pressão sobre o núcleo da inflação pode levar a Selic para um patamar ainda mais alto que o estimado nesta quinta pelo banco, em 13,25%, reporta o Broadcast.
“Ainda que abaixo do esperado, o dado (do PIB) parece ter agradado o mercado, com o Ibovespa, em dia otimista, acompanhando as bolsas mundiais e retomando a alta. O avanço do minério de ferro manteve aquecida a demanda pelos papéis do setor de siderurgia e mineração, que negociam com múltiplos atrativos, e responderam por mais um pregão de ganhos”, observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.
Cenário externo
Nos Estados Unidos, o apetite por risco visto na quinta-feira decorreu em parte da expectativa para o relatório oficial sobre o trabalho, na sexta-feira, do qual parte do mercado financeiro aguarda “uma demanda de mão de obra mais fria, o que pode aliviar um pouco as preocupações com a inflação”, aponta em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York.
Outro destaque do dia no exterior foi a reunião da Opep+, com resultado não muito distante do esperado, sem efeito adicional sobre os preços da commodity. “Os sauditas conseguiram novamente. Aumentaram as metas de produção sem provocar um colapso nos preços do petróleo.
O mercado ainda permanecerá apertado, dado que o aumento da produção é modesto. As altas para julho e agosto serão 50% maiores, com 648.000 bpd. O plano original, de 430.000 bpd de (aumento da) produção, não estava fazendo o trabalho. Com a situação da covid-19 na China e a flexibilização dos bloqueios, foi fácil justificar um aumento nesta reunião”, conclui o analista.
Assim, as cotações do petróleo mostraram variação comportada nesta quinta-feira, pouco acima de 1% de ganho, com o Brent para agosto na faixa de US$ 117,6 por barril.
Ainda assim, o dia foi mais uma vez negativo para as ações de Petrobras (PETR4), com a incerteza sobre a sustentabilidade da política de paridade internacional de preços, que já vinha em espaçamento em razão das pressões políticas em momento de inflação em alta e de aproximação das eleições.
Nesta quinta, a Petrobras (PETR4) anunciou reajuste de 11,4% no preço do querosene de aviação (QAV) em relação a maio, segundo dados da empresa compilados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
No acumulado do ano até a quarta-feira, o combustível acumula alta de 64,3%, informou a entidade, ressaltando que o QAV corresponde a mais de um terço dos custos totais das companhias aéreas.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York registraram ganhos nesta quinta-feira. O quadro negativo inicial deu lugar a índices sem sinal único ainda pela manhã e, ao longo da tarde, houve mais impulso, sobretudo do Nasdaq, com os setores de tecnologia e serviços de comunicação entre as maiores altas diárias. Além disso, indicadores e declarações do Federal Reserve estiveram no radar.
- Dow Jones em alta de 1,33%, em 33.248,28 pontos;
- S&P 500 subiu 1,84%, a 4.176,82 pontos;
- Nasdaq avançou 2,69%, a 12.316,90 pontos.
As bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 2, em dia de liquidez reduzida por conta de um feriado no Reino Unido, que manteve os mercados britânicos fechados. Investidores repercutiram o dado de inflação ao produtor na zona do euro, além de medidas econômicas na China.
O índice Stoxx 600, que reúne as principais ações da região, encerrou a sessão com ganho de 0,57%, a 441,23 pontos.
Os negócios têm exibido intensa volatilidade nas últimas semanas, em meio a sinais de enfraquecimento da atividade global e do avanço de pressões inflacionárias.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,32%, a R$ 4,7885, depois de oscilar entre R$ 4,7720 e R$ 4,8093.
Os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos. Investidores avaliaram o anúncio da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre o aumento na sua oferta nos próximos meses. Além disso, o dado de estoques dos Estados Unidos na última semana apoiou a commodity, com operadores também analisando o avanço da União Europeia rumo a um gradual embargo às compras de petróleo da Rússia.
O petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,40% (US$ 1,61), a US$ 116,87 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para agosto avançou 1,14% (US$ 1,32), a US$ 117,61 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O ouro registrou ganho, nesta quinta-feira. A compra do metal foi apoiada pela fraqueza do dólar, em quadro de volatilidade nos mercados globais, inclusive nas bolsas de Nova York. Além disso, os juros dos Treasuries não firmaram sinal único – os bônus concorrem com o ouro como opção segura de investimento, em meio a declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O contrato do ouro para agosto fechou em alta de 1,23%, em US$ 1.871,40 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
No Ibovespa hoje, o destaque foi para papéis atrelados ao minério de ferro, que se beneficiaram da alta da commodity na China, assim como as medidas de estímulo à economia. CSN Mineração (CMIN3) subiu 9,28%, Usiminas (USIM5) avançou 5,24%, Gerdau Metalúrgica (GOAU4) teve alta de 4,40% e Vale (VALE3) valorizou 1,88%
Mas quem liderou o ranking do campo positivo foi Positivo (POSI3), com +15,33%.
Já no campo oposto, quem liderou foi IRB Brasil (IRBR3) com -3,33%, seguido de Eneva (ENEV3), que recuou 3,07%, indo na mão contrária dos pares, em movimento de realização.
Também figurando na lista negativa, Petrobras (PETR3, PETR4) baixou 0,93% e 0,87%, respectivamente, com ruídos políticos.
O setor bancário do índice fechou misto, com Bradesco (BBDC3, BBDC4) com +0,06% e -0,40%, respectivamente, Banco do Brasil (BBAS3) ganhando 0,08% e Santander (SANB11), que perdeu 1,12%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Positivo (POSI3): +15,33% // R$ 8,65
- CSN Mineração (CMIN3): +9,28% // R$ 5,30
- Locaweb (LWSA3): +8,73% // R$ 7,10
- Petz (PETZ3): +5,89% // R$ 12,76
- Usiminas (USIM5): +5,24% // R$ 11,85
Maiores baixas do Ibovespa:
- IRB Brasil (IRBR3): -3,33% // R$ 2,90
- Eneva (ENEV3): -3,07% // R$ 14,85
- Localiza (RENT3): -1,92% // R$ 56,29
- Locamerica (LCAM3): -1,22% // R$ 25,16
- Santander (SANB11): -1,12% // R$ 32,53
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Banco do Brasil (BBAS3) passa a oferecer crédito pelo WhatsApp; veja como
- Fundos de investimentos reduzem taxas para atrair investidores para Eletrobras (ELET3)
Banco do Brasil (BBAS3) passa a oferecer crédito pelo WhatsApp; veja como
Em decisão inovadora, o Banco do Brasil (BBAS3) passou a oferecer opções para que seus clientes contratem operações de crédito pessoal pelo WhatsApp.
Com a decisão, o Banco do Brasil é a primeira instituição financeira a usar o WhatsApp como forma de contratação de empréstimos.
Todo o processo é feito por meio do aplicativo de mensagens. Basta o cliente iniciar uma conversa com o número (61) 4004-0001 para contratar a operação.
O assistente de inteligência artificial permite a simulação das condições, como data de vencimento, juros e valor das parcelas, antes da contratação.
Clientes que já têm empréstimos pessoais com o banco também poderão usar o whatsapp para acompanhar o extrato das operações
Até o fim do ano, o BB pretende ampliar a oferta de crédito pelo aplicativo, incluindo crédito consignado, antecipação da restituição do Imposto de Renda, antecipação do décimo terceiro e crédito para veículos.
Nos últimos 90 dias, o BB fez mais de 23 milhões de atendimentos em assistentes virtuais.
Segundo o banco, grande parte desse total estava relacionada a dúvidas sobre operações de crédito. A solução tecnológica, informou a instituição financeira, foi desenvolvida com base nos relatos dos clientes.
O BB foi o primeiro banco no país a oferecer serviços por meio do WhatsApp, inicialmente com consultas de saldo. Posteriormente, a ferramenta passou a fornecer extratos e faturas do cartão de crédito.
As operações por meio do aplicativo foram ampliadas para transferências, pagamentos, Pix e renegociação de dívidas, entre outras.
O Banco do Brasil foi pioneiro em diversas soluções sem interação humana, como o envio do informe de rendimentos. Entre outras inovações, estão o entendimento de mensagens de voz pelo assistente de inteligência artificial e o oferecimento de assistente virtual especializado em pessoas jurídicas, além de serviços relativos ao INSS sem interação humana e cobranças bancárias pelo WhatsApp.
Fundos de investimentos reduzem taxas para atrair investidores para Eletrobras (ELET3)
Bancos e corretoras com fundos mútuos de privatização (FMPs), meio pelo qual os investidores podem comprar as ações da Eletrobras (ELET3) com o Fundo de Garantia de Tempo e Serviço (FGTS), estão reduzindo as taxas de administração em função da forte concorrência.
Na terça-feira (31), o Bradesco (BBDC4), o BTG Pactual (BPAC11), Santander (SANB11) e a Guide diminuíram as taxas de seus fundos. Já na quarta-feira, o Banco do Brasil (BBAS3), a Caixa e o Safra também reduziram as taxas para disputar com os concorrentes a conquista do investidor pessoa física que tem interesse em se tornar acionista da Eletrobras por meio das ofertas de ações.
Ao todo, são 22 produtos disponíveis para comprar os papéis da Eletrobras com os recursos do FGTS, de 13 instituições financeiras.
Segundo o levantamento da consultoria Quantum Finance, divulgado pelo jornal Valor Econômico, as taxas de administração estavam na faixa de 0,20% a 1,50% ao ano (a.a.) até o fim da semana passada. Mas agora elas caíram para o intervalo entre 0 e 0,50% a.a. A taxa média, por sua vez, passou de 0,70% para 0,30% a.a.
A expectativa do mercado é de que a participação de pessoas físicas. com o uso do FGTS, chegue a R$ 8 bilhões, de um total de mais de R$ 30 bilhões previstos para oferta da Eletrobras. O período para reserva de ações começa nesta sexta (3) e vai até o dia 8 (quarta-feira da próxima semana). A definição do preço do papel está marcada para o dia 9.
A forte participação dos investidores pessoas físicas na privatização da Eletrobras terá impulso do FGTS. Os investidores poderão utilizar até 50% do saldo de suas contas, com o limite de R$ 50 mil por indivíduo. O prospecto da oferta de ações limita também que o uso do FGTS não ultrapasse o total de R$ 6 bilhões.
A expectativa entre os bancos que coordenam a operação é de que esse grupo compre até R$ 5 bilhões. Somado a esse montante, outros R$ 3 bilhões, ou 10% da oferta, deverão vir de dinheiro de pessoas físicas não vinculado ao fundo.
A estimativa é por uma demanda robusta, algo que à primeira vista pode parecer contraditório diante de um contexto de um mercado fraco e de muita aversão ao risco. Mas os investidores dizem acreditar que a Eletrobras terá uma forte valorização depois da privatização, porque esse movimento era muito aguardado.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,93%
- IFIX hoje: +0,11%
- IBRX hoje: +0,95%
- SMLL hoje: +1,47%
- IDIV hoje: +0,90%
Cotação do Ibovespa nesta quarta (1)
O Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (1) no zero a zero, com +0,01%, aos 111.359,94 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)