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Ibovespa cai pelo 5º dia seguido, aos 124 mil pontos; Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuam

Ibovespa

Ibovespa. Foto: Unsplash.

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (23) em baixa de 0,73%, aos 124.729,40 pontos, depois de registrar a mínima de 125,664,57 pontos e a cotação máxima de 124.430,54 pontos. Já o volume financeiro diário somou R$ 21,9 bilhões. É a quinta queda seguida do Ibovespa.

O Ibovespa hoje retrocedeu no fechamento desta quinta-feira, 23, à casa dos 124 mil pontos, operando agora em torno dos menores níveis do ano, em dia no qual os resultados da Nvidia colocaram o índice Nasdaq, em Nova York, em nova máxima histórica durante a sessão. Mas o índice de tecnologia acabou por se alinhar, do meio para o fim da tarde, ao Dow Jones e S&P 500, todos em baixa no fechamento, em renovação de mínimas na etapa final que levaram o Ibovespa também aos pisos do dia.

Se por um lado, desde Nova York, houve celebração dos números triunfais da Nvidia (NVDC34), por outro a sessão foi pautada ainda pela progressão dos rendimentos dos Treasuries, em linha com forte leitura preliminar sobre o índice de atividade (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em maio, divulgada nesta manhã – e que reforça o cenário de juros altos por mais tempo na maior economia do globo.

“Cenário externo permanece desafiador, o que se reflete na curva de juros dos Estados Unidos. Os juros devem permanecer altos por tempo superior ao que se pensava, mantendo a renda fixa como opção atraente para o investidor”, resume Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, mencionando também o ajuste de expectativas com relação à Selic, que havia iniciado o ano com projeções de cortes mais acelerados – estimativas que foram reconsideradas em direção ao meio do ano.

“Agora, a expectativa é de que possa terminar 2024 entre 10% e 10,5%”, bem perto ou mesmo no nível em que a taxa básica do Brasil já se encontra, acrescenta Alves.

Assim, no fim do dia, o índice da B3 mostrava nesta quinta-feira o menor nível de encerramento desde 25 de abril, e o quinto revés consecutivo para o índice da B3, em correção mais aguda nas últimas duas sessões – na quarta, havia cedido 1,38%, no que foi sua maior perda desde 10 de abril, dia em que havia iniciado uma sequência de seis quedas.

Na semana, o Ibovespa acumula até aqui perda de 2,67%, desde a quarta-feira no negativo também no mês, em que cede agora 0,95%, o que eleva a retração de 2024 a 7,05%.

O Ibovespa hoje fechou o pregão em linha com o desempenho das Bolsas de Nova York, que também caíram.

Enquanto isso, o dólar à vista encerrou com ligeira queda de 0,05%, cotado a R$ 5,1540, depois de bater a cotação mínima de R$ 5,1263.

Segundo Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, a cotação do Ibovespa ficou em conformidade com o “tom pesado do exterior”, embora alguns fatores que influenciam em sua movimentação estejam relacionados ao cenário doméstico, como as incertezas no âmbito fiscal e ruídos em relação à meta de inflação.

“O entendimento cada vez mais consolidado de que o corte de juros no EUA só deve ocorrer no último trimestre pressionou novamente os principais índices em Wall Street, onde o Nasdaq teve sua queda suavizada pelo avanço dos papéis ligados às techs diante do resultado da Nvidia, que mostrou que o boom da IA segue firme”, destacou Nishimura.

No exterior, os indicadores econômicos continuam servindo como base para a atual incerteza em relação ao momento para começar os cortes nos juros, frente à aceleração da atividade e baixa da solicitação de auxílios, reforçando os posicionados tomados recentemente pelos dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos).

Lá fora, houve piora com relação à expectativa dos juros americanos, com pressão nos rendimentos dos Treasuries que acabou por reverter o desempenho do Nasdaq, que havia subido, mais cedo, a novo nível recorde durante a sessão, “impulsionado pelos excelentes resultados da Nvidia em todas as linhas do balanço, e acima do que se esperava pelos analistas”, diz Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, referindo-se ao ganho de até 10% mostrado pela ação da empresa na sessão desta quinta-feira, em que fechou ainda em forte alta de 9,32%.

“A Nvidia forneceu impulso significativo para a continuação do rali da inteligência artificial, com resultados superando amplamente expectativas elevadas”, o que fez com que as ações da empresa disparassem mais de 7% ainda no ‘after hours’ de Nova York na noite de quarta-feira, quando os números foram divulgados, aponta em nota a Guide Investimentos.

Além da movimentação do Ibovespa, o economista destacou também o desempenho positivo das ações da Oncoclínicas (ONCO3), que, subindo 23,4%, tiveram “seu maior salto diário depois que o Conselho de Administração aprovou o aumento de capital de R$ 1,5 bilhão”. Ele diz que esse processo poderá auxiliar a companhia a diminuir a sua alavancagem.

Destaques do Ibovespa

No Índice Bovespa, a maior valorização do dia veio com as ações da Suzano (SUZB3), que registraram ganho de 3,68%. Ela foi seguida por CVC (CVCB3), que teve alta de 2,50%.

Na ponta negativa, lideraram as perdas do dia as ações da MRV (MRVE3), que caíram 4,79%, seguidas por Carrefour (CRFB3), que tiveram recuo de 4,50%. Magazine Luiza (MGLU3) foi outro destaque negativo do Ibov, com baixa de 3,40%.

Dentre as ações de peso no índice, a Vale (VALE3) recuou 0,60%. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tiveram perda de 1,00%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) registraram queda de 0,85%.

Os bancões também fecharam no vermelho: Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,04%, a R$ 26,94, o Bradesco (BBDC4) caiu 1,68%, a R$ 12,880, e o Itaú (ITUB4) perdeu 0,89%, a R$ 32,16. Só o Santander (SANB11) subiu: 0,11%, a R$ 28,15.

Maiores altas do Ibovespa

Maiores quedas do Ibovespa

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão de ontem (22) em baixa de 1,38%, aos 125.650,03 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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