O Ibovespa opera em queda de 0,90%, aos 115.973 pontos, desta sexta-feira (2), com o mercado repercutindo novos dados de inflação no Brasil. Investidores repercutem o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em Jackson Hole. Petrobras (PETR4) caiu e Vale (VALE3) teve leve queda. Os bancos também caíram. Na semana o índice da B3 acumula alta de 0,37%, depois de ficar quatro semanas no negativo.
A variação negativa do Ibovespa foi puxada pelos blocos de ações dos segmentos financeiro, de consumo e imobiliário, todos sensíveis à política de juros.
Segundo Bruno Burth, operador de renda variável da Legend, a inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima do esperado reduz as chances de um aumento no ritmo de cortes da taxa Selic para além de 0,50 ponto porcentual, que é o cenário-base do mercado.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam com queda de 0,68% e as ordinárias (PETR3) cedem 0,79%. Os papéis da Vale (VALE3) caíram 0,21%.
Os bancos também contribuíram para o sinal vermelho no Ibovespa: Banco do Brasil (BBAS3), -1,30%; Itaú (ITUB4), -1,58%; Bradesco (BBDC4), 1,26%; Santander (SANB11), -0,11%.
Entre as maiores altas na bolsa, a liderança ficou com a São Martinho (SMTO3), com avanço de 2,96%. Na ponta negativa, liderou o Pão de Açúcar (PCAR3), com perdas de 6,6%.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta sexta-feira, 25, que o órgão “está preparado” para aumentar mais os juros, se necessário. Em discurso durante o Simpósio de Jackson Hole, Powell também sinalizou intenção de manter a política monetária em níveis restritivos até haver confiança de que a inflação cai “sustentadamente” em direção à meta de 2%.
No radar dos investidores
Além das atenções voltadas para o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em Jackson Hole, o mercado repercute os últimos dados do IPCA-15, que é a prévia da inflação de agosto.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,28% em agosto, após ter mostrado deflação de -0,07% em julho.
“Na minha visão, achei um dado ruim. Energia elétrica voltou a subir (por conta do fim do crédito nas contas do Bônus de Itaipu), e foi o item que teve o maior impacto no índice. Outro destaque negativo foi a alta nos núcleos. O setor de serviços subjacentes voltou a acelerar, e isso esvazia apostas de cortes de juros mais agressivos na Selic por parte do Copom, que deve seguir o plano de cortes de 0,50% ao longo das próximas reuniões”, pontuou Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Dólar recua com China e Powell no radar
O dólar recuou no início dos negócios da manhã desta sexta-feira (25), ante o real e outros pares latino-americanos, como os pesos mexicano, chileno e colombiano e também frente o rand sul africano, após anúncio de medidas fiscais e para estimular o setor imobiliário e investimentos nos mercados da China.
Porém, a queda ante o real já foi apagada e o dólar oscila, agora, perto da estabilidade, com viés positivo em meio ao avanço dos juros dos Treasuries.
Perto das 10h40, o dólar caía 0,19%, cotado a R$ 4,879.
Os investidores globais e no Brasil operam sob forte expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio Econômico de Jackson Hole, organizado pela distrital do Fed de Kansas City.
Bolsas da Ásia fecham em baixa, com cautela por Jackson Hole e China
Os mercados acionários da Ásia registraram queda nesta sexta-feira (25).
Depois da fraqueza vista na véspera nas bolsas de Nova York, o pregão também foi negativo no continente, com expectativa por novos sinais da política monetária, no simpósio anual do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em Jackson Hole, que terá hoje discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. Além disso, notícias de eventuais estímulos econômicos da China seguiam como foco importante.
Na China, a Bolsa de Xangai fechou em baixa de 0,59%, em 3.064,07 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 1,50%, a 1.969,36 pontos. Na avaliação do Goldman Sachs, medidas de relaxamento de Pequim ainda não foram robustas o suficiente para se contrapor a riscos de baixa no mercado imobiliário nem para estabilizar a confiança do consumidor e dos investidores.
Em Tóquio, o índice Nikkei registrou baixa de 2,05%, a 31.624,28 pontos. O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Endo, deve falar em painel no sábado (26) no Simpósio de Jackson Hole.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 1,40%, a 17.956,38 pontos, terminando na mínima do dia. Na Coreia do Sul, o índice Kospi teve queda de 0,73%, a 2.519,14 pontos, em Seul e na Oceania, em Sydney, o índice S&P/ASX 200 fechou em queda de 0,93%, a 7.115,20 pontos.
Cotação do Ibovespa nesta quinta (24)
O Ibovespa terminou a sessão de quinta-feira (24) em queda de 0,94%, aos 117.025,60 pontos.
Com informações de Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo.