O Ibovespa opera em alta na tarde desta sexta-feira (15), após o mercado futuro do índice mostrar um desempenho tímido. A Bolsa brasileira acelerou acompanhando o viés positivo do exterior, que reage a dados econômicos melhores do que o esperado.
Por volta das 13h, o Ibovespa subia 1,14%, para 114.465 pontos. No ano, o índice cai cerca de 3,5%. O dólar, em contrapartida, devolve parte dos ganhos dos últimos dias e cai 1,45%, para R$ 5,456 na venda.
As vendas no varejo nos Estados Unidos avançaram mais do que o esperado por analistas do mercado, mesmo com a escassez de produtos e desequilíbrio entre a oferta e demanda, sobretudo nas vendas de veículos.
O indicador, divulgado pelo Departamento do Comércio nesta sexta, subiu 0,7% em setembro, ante agosto. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam por uma queda de 0,2%.
O que mais movimenta o Ibovespa hoje
- Pão de Açúcar vende hipermercados para Assaí;
- IBC-Br recua em agosto;
- Situação da Evergrande é “controlável”.
Pão de Açúcar e Assaí fecham negócio de R$ 5,2 bilhões
O Grupo Pão de Açúcar vendeu 71 lojas do hipermercado Extra para o Assaí (ASAI3). O negócio foi fechado por R$ 5,2 bilhões, que deve resultar na injeção de R$ 4 bilhões líquidos nos cofres do Pão de Açúcar.
O negócio, anunciado ontem, determina o pagamento em parcelas anuais do Assaí ao GPA, e marca a saída quase completa do Pão de Açúcar do segmento de hipermercados.
Na tarde desta sexta, as ações do Pão de Açúcar dispararam cerca de 15%, ao passo que os papéis do Assaí lideram as baixas do Ibovespa.
Segundo Itaú BBA e Goldman Sachs, o negócio mostra-se mais positivo para o GPA, uma vez que acompanha a estratégia anunciada pela companhia em focar os investimentos em ativos mais rentáveis.
Por outro lado, o preço parece ter sido salgado para o Assaí que pagará, entre o acordo e mais Capex para transformar as unidades de hipermercado em atacarejo, cerca de R$ 100 milhões por cada uma das 71 unidades. O segmento de atacarejo, inclusive, passa por desaceleração no País, segundo o BBA.
Aproximadamente R$ 500 milhões do acordo serão distribuídos em dividendos pelo Pão de Açúcar, segundo a empresa. Em entrevista ao Suno Notícias, o CEO da companhia diz que o impacto será positivo em 2022.
IBC-Br indica contração econômica
A economia do Brasil contraiu em agosto pela primeira vez em três meses e com mais força do que o esperado, segundo os dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado como um dado que precede o Produto Interno Bruto (PIB), teve recuo de 0,15% em agosto na comparação com julho, de forma dessazonalizada.
O resultado foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de perda de 0,05%. O resultado interrompe a recuperação em um cenário repleto de incertezas no País.
“Para 2022, a expectativa de desemprego ainda elevado e a antecipação do ajuste monetário nesse ano devem pesar negativamente sobre os investimentos e sobre a recuperação da economia”, comenta o Banco Original.
“Também são riscos negativos as incertezas tanto no suprimento de energia quanto de insumos importados com as interrupções nas cadeias produtivas globais. Em meio a esse cenário e ao entendimento de que alguns dos problemas recentes devem perdurar, revisamos a nossa projeção de 1,5% do PIB para 1,3% em 2022.”
Evergrande não preocupa BC chinês
Após quase um mês após as preocupações com a Evergrande derrubar os mercados internacionais, o Banco Popular da China (PBoC) se pronunciou.
O BC chinês disse que a crise na incorporadora é única. A possibilidade de calote do conglomerado não contaminou os outros players do setor, que permanece estável.
As dívidas da Evergrande giram em torno de US$ 300 bilhões (aproximadamente R$ 1,63 trilhão). O setor de construção civil é o principal vetor de crescimento do PIB da China, sendo responsável por quase 25% da economia do país.
Segundo Zou Lan, diretor do departamento de mercados financeiros do BC, os riscos apresentados pela incporadora são “controláveis”.
“Os problemas do China Evergrande Group no setor imobiliário são um fenômeno individual”, apontou o diretor, observando que os preços dos imóveis permaneceram estáveis, segundo reportou a CNBC.
Maiores altas do Ibovespa
Confira as altas do índice Ibovespa, por volta das 13h27:
- Pão de Açúcar (PCAR3): +15,07%
- Americanas (AMER3): +5,77%
- Bradesco ON (BBDC3): +5,03%
- Santander (SANB11): +4,68%
- Bradesco PN (BBDC4): +4,60%
Maiores baixas do Ibovespa
No mesmo horário, as baixas do Ibovespa, eram:
- Eletrobras ON (ELET3): -1,80%
- Petz (PETZ3): -1,97%
- PetroRio (PRIO3): -2,77%
- Assaí (ASAI3): -2,80%
- Méliuz (CASH3): -2,91%
Bolsas mundiais
Além do índice Bovespa, confira a cotação dos principais índices mundiais nesta tarde:
- S&P 500: +0,56%
- DAX 30 (Alemanha): +0,81%
- FTSE 100 (Inglaterra): +0,37%
- Euro Stoxx 50: +0,82%
- SSE Composite (Xangai): +0,40% (fechada)
- Nikkei 225 (Japão): +1,81% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta com uma queda de 0,24%, aos 113.185,48 pontos.
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