O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (28) com uma valorização de 0,33%, aos 128.106,10 pontos. A mínima do dia foi de 127.270,19 pontos, enquanto a máxima foi de 128.363,98 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 20,8 bilhões.
O Ibovespa buscou recuperar as perdas do mês na última sessão de março, impulsionado pelos ganhos da Petrobras (PETR3, +2,46%, PETR4, +2,22%), em linha com a valorização em torno de 2% do petróleo no exterior. Apoiado na estatal, o índice conseguiu subir no dia e fechar a semana em alta de 0,85%.
Não foi o bastante: pressionado pelas perdas da própria Petrobras (PETR3 -7,13%, PETR4 -6,93%) no mês, devido ao temor de ingerência do governo na estatal, o índice de referência da B3 fechou março em queda de 0,71%. Esses receios respingaram em Vale (VALE3), que perdeu 5,13% nesta base.
No cenário semanal na cotação do Ibovespa não foi suficiente para impedir que o índice tivesse baixa de 0,71% em março e de 4,53% no 1º trimestre de 2024 (1T24).
A cotação do Ibovespa terminou o dia em linha com a movimentação positiva de S&P500 e Dow Jones que, por sua vez, registraram novas pontuações recordes de fechamento.
- Dow Jones: +0,12%, aos 39.806,85 pontos;
- S&P500: +0,11%, aos 5.254,29 pontos;
- Nasdaq: -0,12%, aos 16.379,46 pontos.
No campo macroeconômico, os investidores estavam atentos às novas falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que afirmou que o Copom “não tem uma visibilidade tão clara” para a decisão a ser tomada em junho para a movimentação de corte da Selic.
A perda de 4,5% no fim do primeiro trimestre é a maior desde o mesmo período do ano passado, pressionado pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai demorar mais para cortar juros e pela persistente incerteza fiscal doméstica.
O mercado começou o ano não só esperando que o Fed começasse a cortar os juros em março, como também que reduzisse a taxa em até 1,5 ponto porcentual em 2024. Ao longo dos meses, as expectativas foram sendo frustradas e as estimativas migraram para um corte inicial em junho e uma baixa total de 0,75 ponto.
Para o sócio-fundador da Veedha Investimentos Rodrigo Moliterno, a incerteza doméstica também prejudicou o desempenho da Bolsa brasileira. O governo, ele diz, manteve o sinal de que pretende continuar aumentando gastos nos últimos meses, o que fortalece a desconfiança do mercado.
“O Brasil acabou ficando para trás nas disputas pelos recursos, seja por interferência governamental nas empresas, seja por desorientações no plano econômico”, afirma.
Destaques do Ibovespa hoje
Hoje, a recuperação do Ibovespa foi praticamente toda devida à Petrobras. As ações da Petrobras (PETR4) avançaram no pregão de hoje (28), diante da valorização do petróleo no mercado internacional. A commodity registrou uma certa recuperação depois de duas baixas seguidas.
Os papéis da Petrobras, PETR4 e PETR3, fecharam a semana com alta de 3,63% e 3,85%, respectivamente.
A movimentação do petróleo hoje ocorreu enquanto o mercado digere as novas informações sobre os estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos. Os contratos futuros de petróleo WTI com vencimento em maio subiram 2,24%, cotados a US$ 83,17. Já o petróleo Brent valorizou 1,61%, a US$ 87,48.
Outra ação do Ibov que subiu na bolsa de valores hoje (28) foi a Vale (VALE3), que encerrou o dia em alta de 0,38%. Na semana, a mineradora caiu 0,20%.
Um dos principais destaques de alta deste pregão foi a Casas Bahia (BHIA3), recuperando parte das perdas registradas nos últimos dias.
Nesta quarta-feira (27), a Casas Bahia anunciou que o JP Morgan (JPMC34) elevou sua participação para 5,86% da quantidade total de ações ordinárias da empresa, o que representa 898.973 papéis ordinários.
Na esteira de divulgação de balanços trimestrais, que também é um dos fatores que impactam na movimentação do Ibovespa, a Marfrig (MRFG3) anunciou um lucro líquido de R$ 12 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), revertendo o prejuízo líquido de R$ 628 milhões observado no 4T22.
Após o anúncio dos resultados, as ações da Marfrig dispararam nesta sessão, liderando os ganhos do Índice Bovespa.
No campo negativo do dia, destaque para a queda das ações da Azul (AZUL4), cujo desempenho de baixa se dá mesmo após anunciar um prejuízo ajustado de R$ 270,6 milhões, diminuindo as perdas de 55,7% na comparação anual.
Moliterno, da Veedha, diz que a oscilação contida do índice hoje ainda reflete a cautela de fim de trimestre e a expectativa por dois acontecimentos amanhã: a divulgação do PCE americano, medida de inflação preferida do Fed, e uma coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.
Maiores altas do Ibovespa hoje
- Marfrig (MRFG3): +12,80%
- Casas Bahia (BHIA3): +7,96%
- Lojas Renner (LREN3): +3,92%
- São Martinho (SMTO3): +3,78%
- Prio (PRIO3): +3,53%
Maiores quedas do Ibovespa hoje
- Azul (AZUL4): -7,65%
- CVC (CVCB3): -4,29%
- Braskem (BRKM5): -3,72%
- Locaweb (LWSA3): -2,83%
- Petz (PETZ3): -2,69%
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Maiores altas do Ibovespa na semana
- São Martinho (SMTO3): +9,26%
- 3R Petroleum (RRRP3): +9,06%
- Lojas Renner (LREN3): +8,57%
- Marfrig (MRFG3): +7,17%
- Grupo Soma (SOMA3): +5,99%
Maiores quedas do Ibovespa na semana
- Petz (PETZ3): -11,94%
- CVC (CVCB3): -11,04%
- Azul (AZUL4): -7,25%
- Totvs (TOTS3): -7,01%
- JBS (JBSS3): -6,72%
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa terminou o pregão de ontem (27) em alta de 0,65%, aos 127.690,62 pontos.
Com Estadão Conteúdo