O Ibovespa encerrou o pregão de hoje em queda de 0,62%, aos 118.242,95 pontos. Na mínima do dia, chegou aos 117.490,80 pontos, enquanto a máxima foi de 119.147,99 pontos. Assim, ao final do dia, o volume financeiro totalizou R$ 19,6 bilhões.
As ações do Ibovespa hoje fecharam em sua maioria no campo negativo. As únicas empresas que tiveram alta foram:
- Petrobras (PETR4): +2,26%
- CSN (CSNA3): +1,17%
- Usiminas (USIM5): +0,69%
- Bradespar (BRAP4): +0,53%
- Multiplan (MULT3): +0,35%
- Santander (SANB11): +0,26%
- Natura (NTCO3): +0,23%
- Vale (VALE3): +0,21%
As ações da Localiza (RENT3), por sua vez, fecharam a sessão estáveis, enquanto as demais qterminaram em baixa. A maior queda veio com a Locaweb (LWSA3), que registrou uma forte queda de 10%.
A movimentação do Ibovespa acompanhou a queda das bolsas de valores dos Estados Unidos:
- Dow Jones: -0,03%, aos 33.716,10 pontos;
- S&P500: -0,44%, aos 4.329,01 pontos;
- Nasdaq: -1,16%, aos 13.335,78 pontos.
Enquanto isso, o dólar à vista fechou o pregão em queda de 0,22%, a R$ 4,7672, chegando a registrar a mínima diária de R$ 4,7584.
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Segundo Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, a aversão ao risco global na sessão de hoje (26) puxou os mercados internacionais para baixo.
Nesse sentido, o Brasil acompanhou esse movimento negativo, com a queda do Ibovespa hoje. Apesar do dólar e os juros futuros também trabalharem em baixa, o índice de ações brasileiras não conseguiu ter força para subir.
A Petrobras (PETR4) seguiu em alta após a forte correção de sexta-feira (23). Assim, mesmo com as políticas mais protecionistas, e a sinalização de queda de dividendos, parte dos investidores ainda vê que a empresa está barata, em razão do potencial de geração de fluxo de caixa.
Com isso, a Petrobras foi um dos destaques positivos no dia de hoje, liderando os maiores ganhos do pregão e sendo uma das poucas ações do Ibovespa que fecharam o dia no campo positivo.
Na ponta do Ibovespa na sessão, além das ações de Petrobras – em dia de moderada alta para o petróleo após a agitação militar do último sábado na Rússia, e em que a estatal brasileira captou US$ 1,25 bilhão na emissão de bonds de 10 anos -, destaque também para Raízen (RAIZ4), com alta de 1,61%), e Cielo (CIEL3), avanço de 1,51%.
Entre os grandes bancos, o desempenho foi misto nesta segunda-feira, com variações discretas no fechamento – Banco do Brasil (BBAS3), +0,24%, Santander (SANB11), +0,26%, Itaú (ITUB4), -0,14%, Bradesco (BBDC4), -0,48%.
Quanto à Raízen (RAIZ4), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4), se observou uma reação após as quedas anteriores nas ações, com o setor de siderurgia e mineração sendo um dos poucos que subiram hoje (26).
Já as ações da Vale (VALE3) trabalharam próximas do zero a zero durante a sessão, fechando em baixa de 0,09%, após anunciarem a possível participação de Guido Mantega na empresa, com o papel não conseguindo acompanhar o setor.
Ações de Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3), CVC (CVCB3) e Yduqs (YDUQ3) operaram em queda no dia de hoje. Embora as curvas de juros trabalhem em baixa, há um certo receio em relação ao pronunciamento do Copom amanhã (27).
“Enxergamos uma queda no dólar e na curva de juros principalmente nos vértices mais longos, que a princípio indica uma realização por parte dos investidores, com juros, dólar e bolsa trabalhando em queda ao mesmo tempo”, diz Caumont.
Ibovespa: estabilização?
Em relatório da equipe de estratégia para ações datado de 25 de junho, o Itaú BBA destaca que investidores institucionais e os estrangeiros tiveram fluxo líquido positivo nas últimas sessões, enquanto os individuais venderam, em termos líquidos, o correspondente a R$ 1,3 bilhão na B3, acumulando fluxo negativo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões até o momento em junho. No relatório, o banco destaca o desempenho das ‘small caps’, ações de menor capitalização, em alta de 13,5% nos últimos 30 dias, tornando-se assim “marginalmente positivas em 12 meses”.
“Tivemos hoje basicamente uma repetição do que se viu desde a última quinta-feira, no mercado brasileiro: os juros continuam fechando e o real se apreciando ante o dólar, com a Bolsa um pouco diferente dessa melhora de humor. O Ibovespa vem se estabilizando, mais acomodado desde então, com uma realização mais forte de lucros nas empresas menores”, diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos.
Ele destaca, desde a noite da última quarta-feira, a frustração da expectativa do mercado por uma posição mais “benigna” do Copom, que não veio no comunicado sobre a decisão de política monetária de junho – o que tende a reforçar o interesse pela ata desta terça-feira, 27, de que se espera tom mais “neutro, suave”.
“Há certeza de que os juros precisam cair, e vão cair: a incerteza continua a ser o ‘timing'”, acrescenta o gestor, destacando a pausa na progressão do Ibovespa como um momento de ajuste para que se crie nova oportunidade de entrada, em condições melhores de preço para quem deseja comprar ações. “Os papéis mais sensíveis a juros, que caem agora, eram justamente os que mais subiam até o Copom, como os de varejo e de construtoras – estes em recuperação desde abril.”
Em geral, “o mercado acordou feliz hoje, com o Boletim Focus trazendo aumento da expectativa para o crescimento do País, de 2,14% para 2,18%. Se lembrarmos que, quatro semanas atrás, a gente estava com expectativa de 1,26%, isso é excelente. Somado a isso há melhora da inflação, o que torna mais factível a expectativa de corte da Selic conforme antecipa o mercado, apesar da falta de sinalização no comunicado do Copom, para a próxima reunião. Câmbio e juros têm respondido a essa expectativa positiva do mercado”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.
Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a sessão de sexta-feira (23) em leve alta de 0,04%, chegando aos 118.977,10 pontos.
Com Estadão Conteúdo