Ibovespa cai às mínimas do ano em 100 mil pontos; Vibra (VBBR3) afunda 8% após balanço
O Ibovespa opera em queda de 0,23% aos 100.763 pontos na abertura de mercado desta quarta-feira (22), em dia de apreensão nos mercados com decisões acerca das taxas básicas de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Logo em seguida, às 11h, o índice aumentou a queda para 0,35%, indo às mínimas de 2023.
Além das decisões do Copom e do Fed, pesam no Ibovespa hoje novas publicações de balanços, feitas na véspera após o fechamento de mercado.
Como destaque negativo, a Vibra (VBBR3) opera em queda de 8% sendo a maior baixa do índice após divulgar seu resultado.
As bolsas mundiais operam com pouca oscilação aguardando a decisão de política monetária do Fed, com altas de 0,09% no Dow Jones e 0,04% no S&P 500.
Na Europa, alta de 0,5% em Frankfurt (DAX) e 0,17% em Londres (FTSE).
Os contratos futuros do dólar, com vencimento para abril, mostram alta de 0,17% a R$ 5,266.
As commodities mostram um petróleo avançando 0,57% a US$ 75 ante um minério de ferro que cai 2,15% em Dalian, a US$ 125,70.
Em termos de indicadores, a inflação no Reino Unido veio acima do esperado, sendo o dado mais relevante do dia até então.
Mais tarde, às 11h30, os EUA divulgam os dados acerca dos Estoques de Petróleo Bruto.
Notícias que movimentam a bolsa de valores hoje
- Vibra (VBBR3) encolhe lucro em 44%
- Lucro da JBS (JBSS3) cai para R$ 2,3 bilhões
- Veja expectativas para o Copom
Resultado da Vibra
A Vibra (VBBR3), ex-BR Distribuidora, registrou lucro líquido de R$ 566 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), representando uma retração de 44,8% sobre a mesma etapa de 2021.
Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,581 bilhão no 4T22 – uma queda de somente 1% ante igual etapa do ano anterior.
“O 4T22 apresentou um contexto de alta volatilidade dos preços das commodities que comercializamos, com os preços de diesel ao longo de outubro experimentando novos aumentos de crack spreads e levando a um novo descolamento dos preços domésticos em relação aos internacionais”, disse a companhia.
Lucro da JBS encolhe 63%
A JBS (JBSS3) reportou um lucro líquido de R$ 2,350 bilhões no quarto trimestre de 2022, resultado 63,7% menor do que o montante de R$ 6,473 bilhões do mesmo período do ano anterior. No acumulado dos 12 meses, o recuo foi de 24,5%, saindo de R$ 20,486 bilhões em 2021 para R$ 15,457 bilhões em 2022.
O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da JBS no 4T22 foi de R$ 4,574 bilhões, queda de 65,2% ante o quarto trimestre de 2021, com margem de 4,9%. No ano, a queda foi de 24,3% com um montante de R$ 34,568 bilhões em 2022, ante os R$ 45,662 bilhões do ano anterior.
Enquanto isso, receita líquida da JBS no 4T22 ficou em R$ 97,865 bilhões, queda de 4,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. No acumulado do ano a variação foi positiva, com avanço de 6,9%, saindo de R$ 350,695 bilhões em 2021 para R$ 374,851 bilhões em 2022.
“Além da compressão das margens no bovino nos Estados Unidos, a inflação em alta em importantes mercados vem enfraquecendo o consumo, provocando um desbalanceamento entre a oferta e a demanda. Ao mesmo tempo, enfrentamos uma persistente pressão nos custos de produção”, destaca Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, na mensagem da administração.
O que esperar do Copom, após falta de arcabouço fiscal, crise bancária e condução monetária global?
Teve início ainda na terça (21) a segunda reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC). O encontro desta terça-feira começou às 10h05, com pausa às 11h34 e retorno às discussões às 14h10, e irá definir a taxa básica de juros, a Selic.
Apesar de o cenário econômico brasileiro e mundial ter passado por algumas turbulências desde o último encontro, em fevereiro, as projeções de especialistas apontam para a quinta manutenção consecutiva da taxa básica de juros, aos 13,75% ao ano.
Isso porque, no Brasil, a questão fiscal ainda tem sido o principal vetor para a trajetória da taxa de juros. Até o momento, a equipe econômica finalizou a proposta do novo arcabouço fiscal e já foi enviado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa era de que o mandatário daria a palavra final sobre a âncora antes de sua viagem à China, nesta sexta-feira (24), mas hoje os planos foram adiados. Contudo, é importante lembrar que o arcabouço fiscal não é o único determinante nas decisões do BC.
Você pode ler mais sobre a expectativa de analistas sobre o Copom aqui.
Maiores altas do Ibovespa
- YDUQ3: +3,9%
- EZTC3: +3,8%
- MRVE3: +3,6%
- QUAL3: +2,3%
- COGN3: +1,8%
Maiores baixas do Ibovespa
- VBBR3: -8%
- JBSS3: -3,8%
- BRFS3: -2,1%
- ASAI3: -2%
- PCAR3: -1,6%
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da terça-feira (21) em queda de 0,07%, aos 100.998 pontos.