Ibovespa acompanha NY e cai 0,20%; Vale (VALE3) tomba forte e Petrobras (PETR4) sobe

O Ibovespa terminou a sessão de hoje (20) em queda de 0,20%, aos 119.622,40 pontos, variando entre 118.415,66 e 119.857,76 pontos. O volume financeiro foi de R$ 25,3 bilhões.

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O pessimismo com a economia chinesa após um corte menor do que o esperado nas taxas de juros do país induziu uma correção de preços na Bolsa brasileira, que levou o Ibovespa a uma queda. Apesar da baixa diária, o índice ainda sustenta alta de 0,73% na semana, enquanto investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic nesta quarta-feira, 21.

Em meio à fuga global de ativos de risco desencadeada pelos temores com a China – que levou a quedas em Nova York -, a referência da B3 passou praticamente todo o pregão no negativo.

“Teve um movimento de realização muito mais pela espera por esta quarta-feira, quando o mercado acredita que o Banco Central deverá manter a taxa de juros em 13,75%, mas com sinalizações de cortes”, diz o operador de renda variável da Manchester Investimentos Gabriel Mota. “Basicamente, todos os ativos ficaram em compasso de espera, à exceção da Vale, que recuou mais por causa do corte de juros menor na China.”

No noticiário doméstico, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado adiou para esta quarta-feira o debate sobre o novo arcabouço fiscal após parlamentares da oposição terem pedido vistas do relatório do senador Omar Aziz (PSD-AM). Aziz retirou do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e despesas com ciência, tecnologia e inovação.

O Ibovespa hoje (20) teve como destaque a queda relevante das ações da Vale (VALE3), que recuaram 2,59%, a maior desvalorização desde o dia 4 de maio.

Por outro lado, os papéis da Petrobras (PETR4) registram alta, de 0,49% para as ações preferenciais e 0,26% nas ações ordinárias (PETR3).

Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, destaca que os juros começaram o dia de hoje muito próximos da estabilidade, mas após o resultado do leilão do Tesouro as cotações caíram bastante, sobretudo o DI 2025, 2027 e 2029.

Após o feriado, as bolsas dos EUA terminaram o pregão de hoje em queda.

  • Dow Jones: -0,72%, aos 34.053,87 pontos;
  • S&P500: -0,47%, aos 4.388,80 pontos;
  • Nasdaq: -0,16%, aos 13.667,29 pontos.

Já o dólar à vista terminou em alta de 0,43%, a R$ 4,7961. Após diversas quedas consecutivas do dólar, Richetti explica que a moeda norte-americana acabou rompendo uma “barreira psicológica” abaixo de R$ 5.

“Essa região de R$ 4,70 a R$ 4,80 é um fortíssimo suporte em que os compradores defenderam muito esta posição. E hoje a pequena subida, além da queda da bolsa americana e da bolsa brasileira, também está atrelada a esperar o resultado da reunião de amanhã do Copom para definir a nova taxa de juros brasileira. É muito em virtude da posição de hoje em que os compradores acabam por garantir posições um pouco maiores, se sentem inclusive mais confortáveis em adquirir dólares nesta posição”, diz o especialista.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Dierson Richetti, a cotação do Ibovespa hoje registrou uma grande oscilação ao longo do dia, movimento que ocorre em razão de duas situações macro.

Uma dessas situações é a votação do arcabouço fiscal na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que acabou sendo paralisada em meio a um pedido de vista.

“O arcabouço ainda tem algumas questões que precisam ser ajustadas e alinhadas e isso afeta a economia como um todo, principalmente na questão de receitas e como o Brasil irá gerar mais receita e ter mais crescimento econômico”, explica Richetti.

Outro ponto a ser considerado é que hoje é o 1º dia da reunião do Copom do Banco Central, em que será definida a taxa Selic.

“Na minha visão, teremos uma manutenção da taxa, porém com um comunicado mais brando prevendo logo em seguida na próxima reunião uma redução da taxa de juros”. Essa opinião do especialista também é o que acredita grande parte dos analistas do mercado.

Entre as quedas do Ibovespa, a Vale (VALE3) chama atenção, em meio a queda do minério de ferro e redução da taxa de juros na China.

O recuo das exportadoras respondeu à decisão do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) de cortar as suas taxas de juros de um e cinco anos em 0,1 ponto porcentual, enquanto uma parcela do mercado esperava redução de 0,15 ponto. Sem sinais de estímulos à economia pelo governo do país, o dia foi marcado por quedas de 0,92% dos preços do minério de ferro e de até 1% no petróleo.

A Petrobras (PETR4) teve uma leve queda no início da manhã, acompanhando a cotação do petróleo, que também caía. No entanto, no decorrer do dia as ações foram ganhando mais força novamente em razão da especulação de a empresa comprar o controle acionário da Braskem (BRKM5).

A Braskem já recebeu outras ofertas públicas e, por isso, existe uma grande especulação em cima da empresa, fazendo com que a Petrobrás também esteja envolvida neste cenário.

O setor de frigoríficos seguiu em alta hoje, com destaque para empresas como BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3). A grande notícia de hoje para essas empresas foi que o caso da vaca louca foi considerado atípico, possibilitando novamente ao Brasil realizar as exportações de carne bovina para o exterior.

Além disso, a JBS também realizou pagamentos de dividendos hoje, o que também deixou os investidores bastante animados, impulsionando suas ações.

Nas altas do Ibovespa hoje, um dos destaques vem com as Lojas Renner (LREN3), com a perspectiva de que com sua composição e seu business, ela é uma das varejistas que apresentam os melhores resultados.

No campo positivo, destacam-se ainda a Raízen (RAIZ4), com um ganho de 4,53% a R$ 4,15, após a notícia de que o governo federal estuda aumentar o índice de etanol na gasolina para 30%, e a Engie (EGIE3), com valorização de 4,28%, a R$ 47,02.

Os principais bancos apresentaram resultados mistos, com o Bradesco (BBDC4) registrando uma elevação de 0,23% a R$ 17,29. Já o Itaú (ITUB4) teve uma queda de 0,17% a R$ 28,76, o Santander (SANB11) recuou 0,10% a R$ 30,94, e o Banco do Brasil (BBAS3) teve uma leve queda de 0,02% a R$ 50,40.

Os papéis ordinários da Vale cederam 2,58% no pregão, a terceira maior baixa do Ibovespa, em um dia negativo para empresas metálicas e de siderurgia devido aos temores com relação à demanda chinesa. O índice de materiais básicos recuou 1,14%, a queda mais intensa entre os setores, puxado também por Gerdau Metalúrgica (GOAU4), queda de 0,65%, e CSN ON (CSNA3), baixa de 2,24%)

Maiores altas e baixas

Última cotação do Ibovespa

O Ibovespa terminou a sessão de ontem (19) em alta de 0,93%, aos 119.857,76 pontos.

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João Vitor Jacintho

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