O Ibovespa hoje ampliou queda e fechou com baixa de 2,34% aos 106.247 pontos. O índice seguiu um cenário internacional de quedas generalizadas, com baixas de até 4% em Wall Street e nos mercados Europeus.
O Ibovespa hoje também lidou com os resultados financeiros das empresas, em uma das semanas mais agitadas da temporada de balanços. Você pode conferir a agenda completa aqui.
Acompanhando a acentuação de perdas ao longo da tarde em Nova York, o Ibovespa devolveu nesta quarta-feira a recuperação vista nas últimas cinco sessões, que havia tirado o índice do negativo para o positivo no mês. Agora a referência da B3 volta a anotar perda em maio (-1,51%) ao fechar nesta quarta-feira em queda de 2,34%, a 106.247,15 pontos, pressionada pela retomada da aversão a risco desde o exterior, onde prevaleceram nesta quarta-feira sinais ruins sobre a trajetória da covid-19 na China, após relativa melhora nos últimos dias quanto à transmissão da doença no país.
Em Nova York, as perdas na sessão ficaram entre 3,57% (Dow Jones) e 4,73% (Nasdaq). O petróleo também passou por ajuste, em queda superior a 2%, que recolocou o Brent na casa de US$ 109 por barril. Aqui, na mínima desta quarta, o Ibovespa foi aos 106.038,40 (-2,53%), saindo de máxima a 108.923,44 e abertura a 108.788,23 pontos, com giro a R$ 30,0 bilhões em dia de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, a referência cede 0,63%, limitando o ganho do ano a 1,36%.
Com a aversão a risco agravada à tarde, as perdas se acentuaram nos setores de maior peso e liquidez, em especial o de siderurgia, onde chegaram à casa de 5% para Gerdau PN (-5,69%) e CSN ON (-5,82%). Entre os grandes bancos, a correção chegou a 2,77% (Unit do Santander), enquanto Petrobras e Vale mostraram queda na faixa de 1,6% a 2,5% no fechamento, respectivamente de 2,26% e 1,64% para ON e PN da estatal, e de 2,53% para a ON da mineradora. Entre as maiores perdas do índice, destaque para Banco Inter (-8,62%), Ultrapar (-7,71%) e Dexco (-6,43%). No lado oposto, apenas sete ações da carteira teórica conseguiram sustentar ganhos na sessão, com Locaweb (+13,95%), Hapvida (+4,45%) e Ecorodovias (+2,27%) à frente.
Os mercados acionários da Europa registraram quedas na grande maioria, nesta quarta-feira. O quadro já era em geral negativo mais cedo, com preocupações sobre a inflação e o aperto monetário para contê-la. Além disso, houve piora na reta final, após relatos de que a China impôs lockdown em mais uma região importante economicamente, diante de surtos da covid-19 e da rígida política local para conter o vírus.
O índice pan-europeu teve recuo de 1,14%, a 433,95 pontos.
Na ponta positiva do Ibovespa, a Locaweb (LWSA3) sobe 16% em conjunto com a recuperação da Hapvida (HAPV3), em alta de 3,68%. A Locaweb tenta retomar as perdas no últimos dia e avança com o papel a R$ 6,17.
Já na ponta negativa, baixa de 8,1% no Banco Inter (BIDI11).
Na agenda econômica, os dados da inflação do Reino Unido e da Europa vem pior do que o esperado, ao passo que as Licenças de Construção dos EUA superam as expectativas, em 1,8 milhão.
Notícias que movimentam o Ibovespa hoje
- Eletrobras (ELET3): TCU retoma julgamento
- Incêndio atinge refinaria da Petrobras (PETR4)
- Cielo (CIEL3) aumenta valor por ação de JCP
Privatização da Eletrobras
O Tribunal de Contas da União (TCU) irá retomar o processo de julgamento da privatização da Eletrobras (ELET3) nesta quarta-feira (18).
A privatização da Eletrobras, se aprovada, figuraria como a primeira ‘grande privatização do governo’, já que até então só foram discutidas as desestatizações dos Correios e da Petrobras (PETR4).
Mesmo que o TCU aprove a privatização, ainda há dúvidas sobre a viabilidade da conclusão do processo neste ano. O governo acredita que precisa aprovar logo para conseguir balizar desestatização de julho, devido às regras do mercado dos EUA, onde os papéis da estatal também são listados.
O que o tribunal julga agora é o modelo da privatização e se os valores de outorgas pagos ao Governo são justos, já que a primeira parte do processo de privatização foi aprovada no ano passado.
A empresa já havia anunciado duas datas anteriores para a divulgação do seu resultado, mas optou por adiar o evento para concluir a elaboração do Formulário de Informações Trimestrais.
Além do modelo e dos preços, o TCU também discute a cisão da Eletronuclear (que cuida das usinas nucleares de Angra) e de Itaipu — já que ambas não podem ser privatizadas pelo regramento atual.
O ‘atraso’ no processo também se deve ao fato de que alguns ministros pediram vista diversas vezes, alegando questões metodológicas que lesariam os cofres públicos.
Incêndio em refinaria da Petrobras
Na tarde de terça-feira (17), um incêndio atingiu parte da Refinaria Presidente Bernardes, da Petrobras (PETR4), em Cubatão (SP). Segundo a estatal, o fogo teve início após um vazamento de óleo diesel na unidade.
Em fato relevante, a Petrobras comunica que o local foi imediatamente isolado e a própria equipe de brigadistas da Refinaria Presidente Bernardes controlou o fogo. “Não houve feridos nem danos às demais instalações”, diz comunicado.
“A Petrobras já notificou os órgãos ambientais e demais órgãos competentes. Não há impacto na produção de derivados ou risco ao abastecimento do mercado”, informou a empresa.
Os papéis da empresa operam estáveis no intradia do Ibovespa hoje.
JCP da Cielo
A Cielo (CIEL3) divulgou nesta terça-feira (17) que vai corrigir o valor dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) a serem pagos na semana que vem, dia 24 de maio.
Em fato relevante, a Cielo informa que o valor dos proventos por ação corrigido será de R$ 0,02420743314. Anteriormente, o valor que seria pago aos acionistas da empresa seria de R$ 0,02421156928.
A mudança no valor do JCP da Cielo ocorre com a alteração na quantidade de ações detidas em tesouraria pela companhia, para atendimento das obrigações decorrentes do seu programa de remuneração baseado em ações. O valor total a ser pago a título de JCP, no montante de R$ 65,1 milhões, não sofreu alteração.
Os papéis da empresa sobem 2% na bolsa de valores hoje, como uma das cinco maiores altas do índice.
Última cotação do Ibovespa
No pregão da segunda (16), o Ibovespa fechou em alta de 0,5%, a 108.788 pontos.