Ibovespa avança 1,98%, aos 115,3 mil pontos, máxima do ano; CVC (CVCB3) dispara 9,80%
TELEGRAM SUSPENSO NO BRASIL por Alexandre de Moraes / Ibov fecha na máxima do ano / MRVE3 DISPARA
O Ibovespa fechou a sexta-feira (18) com alta de 1,98%, aos 115.310,91 pontos, maior pontuação do ano. O índice neutralizou as perdas que havia acumulado na semana anterior, buscando retomar a trilha positiva que havia prevalecido em fevereiro e, especialmente, em janeiro.
Na semana, avançou 3,22%, após perda de 2,41% no intervalo anterior. Com o terceiro ganho diário consecutivo, todos acima de 1%, o Ibovespa teve retomada de 5,82% nesta sequência, vindo de perda de 4,33% nas quatro sessões negativas que precederam o período de recuperação, iniciado na quarta-feira.
Entre a mínima e a máxima desta sexta-feira, oscilou dos 112.474,76 aos 115.310,91 do fechamento, saindo de abertura a 113.076,33 pontos. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro, muito reforçado, foi a R$ 50,8 bilhões. No mês, o índice volta a subir, 1,92%, e no ano tem ganho de 10,01%.
No ajuste final, o Ibovespa ficou nesta sexta acima do encerramento de 2 de março (115.173,61 pontos) e também do de 16 de fevereiro (115.180,95), que até aqui era o melhor de 2022 e correspondia ao maior desde 14 de setembro passado.
Conflito leste europeu
Apesar da relativa distensão vista nesta semana de acúmulo de ganhos em Nova York (até 8,18%, Nasdaq) e na Europa (até 5,76%, Frankfurt), o período chega ao fim sem desdobramentos favoráveis quanto à guerra na Ucrânia.
Pelo contrário: com o presidente russo, Vladimir Putin, buscando mostrar apoio popular, em um estádio lotado na celebração do oitavo ano de anexação da Crimeia, e o presidente americano, Joe Biden, tentando convencer o líder chinês, Xi Jinping, a se afastar de Putin.
No terreno, a devastação prossegue na Ucrânia em cidades sitiadas, como Mariupol, ou que começam agora a receber atenção dos militares russos, como Lviv, próxima à fronteira com a Polônia e que concentra grande número de deslocados internos.
Assim, a recuperação do apetite por risco pode ter vida curta. “Os dias de ver todos os setores do S&P 500 no verde (em alta) parecem ter passado. O ‘trade’ de achatamento da curva (de juros) do Tesouro parece estar aqui para ficar, e as ações de energia podem ter atingido pico, uma vez que os operadores já precificaram petróleo mais alto e fortes margens no futuro (para o setor)”, aponta em nota Edward Moya, analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York.
Cenário doméstico
No Brasil, a agenda da próxima semana traz a ata da reunião do Copom, na terça, seguida, na quinta-feira, pelo relatório trimestral de inflação e, na sexta, pela divulgação do IPCA-15 de março.
Na aguardada ata, “o Copom terá o difícil trabalho de clarificar a decisão de quarta-feira, que deixou dúvidas no mercado a respeito do efeito das novidades do cenário externo sobre o ‘plano de voo’ traçado para a Selic”, aponta a Terra Investimentos. “Esperamos que o BC volte atenção especial ao cenário alternativo para a inflação – talvez explicitando qual a curva para o preço do petróleo que alimenta o cenário básico e que produziu neste projeções de inflação mais elevadas”, acrescenta a casa, em nota.
Nesta sexta-feira, as ações ligadas ao consumo doméstico estiveram entre as favorecidas pelos investidores, em dia de moderado avanço para o setor de commodities e misto para os bancos. O apelo veio na esteira das medidas de estímulo à atividade econômica do Brasil, o pacote de “bondades” que pretende injetar R$ 165 bilhões até o final de 2022, o que inclui antecipação de 13º, saques do FGTS e ações no microcrédito.
Em outro desdobramento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta sexta que o governo estuda ampliar a redução das alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), o que contribui para reforçar compras de oportunidade, em ações que acumulam perdas no ano.
Apesar das incertezas no cenário de fundo, e de agenda com potencial para impactar os preços na próxima semana, o mercado ampliou o otimismo com relação ao desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a expectativa de alta na próxima semana é amplamente majoritária, com 63,64% das respostas; contra 18,18% entre os que acreditam em estabilidade e outros 18,18% que responderam baixa. Na pesquisa anterior, 42,86% esperavam avanço para o Ibovespa nesta semana; outros 42,86%, estabilidade; e 14,29%, queda.
“Sextou, e sexta-feira é o dia internacional de não fazer besteira no mercado financeiro”, diz, com humor, Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. “A grande preocupação continua a ser a inflação e os movimentos de acomodação dos DIs, dos juros mundo afora, em virtude da alta das commodities. Vimos o Copom falando que essa movimentação das commodities pode interferir nas próximas decisões sobre a taxa de juros (Selic)”, acrescenta.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta, em sessão na qual investidores acompanharam o desenrolar da crise na Ucrânia e as perspectivas para a política do Federal Reserve. Ao longo do dia, uma série de dirigentes da autoridade monetária fizeram comentários, seguindo a decisão mais recente do banco central. Além disso, o pregão contou com o evento conhecido como triple witching – vencimento simultâneo de futuros sobre índices do mercado de ações, opções de índice do mercado de ações e opções de ações – o que ajuda a injetar instabilidade nos negócios.
- Dow Jones subiu 0,80%, a 34.754,93 pontos;
- S&P 500 avançou 1,17%, a 4.463,12 pontos;
- Nasdaq ganhou 2,05%, a 13.893,84 pontos.
Na semana, houve alta de 5,50%, 6,16% e 8,18%, respectivamente.
O dólar à vista fecha com queda de 0,37%, a R$ 5,0158 após oscilar entre mínima de R$ 4,9933 e máxima de R$ 5,0751.
O petróleo encerrou a sessão desta sexta-feira (18) em alta, com o mercado cético sobre negociações entre Rússia e Ucrânia no curto prazo. Além disso, Agência Internacional de Energia (AIE) reportou um grave impacto do conflito na produção global. Isso levou a commodity de volta ao patamar de US$ 100 e, segundo especialistas, é onde deve se manter por mais um tempo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio fechou em alta de 1,42% (US$ 1,44), a US$ 103,09. Na semana, o contrato teve queda de 2,95%.
Enquanto isso, o do Brent para maio subiu 1,21% (US$ 1,29), na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 107,93, tendo queda semanal de 4,21%.
O ouro fechou em baixa nesta sexta, pressionado por um dólar forte que reagiu a comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Após decidirem pelo primeiro aumento do juro básico nos EUA desde 2018, os membros do BC americano adotaram comunicação agressiva quanto à necessidade de normalizar a política monetária para controlar a inflação local.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril recuou 0,72% nesta sexta e 2,81% na semana, a US$ 1.929,30 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, os destaques foram para as construtoras, que tentam se recuperar depois dias de oscilação, ainda de olho no fim do aperto monetário.
A Petrobras (PETR3, PETR4) se recuperou parcialmente após figurar no ranking das maiores quedas do dia anterior, com a estatal reafirmando sua política de preços e a importância de mantê-los alinhados com o exterior. Os papéis da empresa subiram 0,88% e 2%, respectivamente.
Vale (VALE3) passou a avançar depois de começar o dia em baixa e fechou com +1,90%, acompanhando a alta do minério de ferro.
O setor bancário do Ibovespa fechou misto, com Santander (SANB11) aumentando 1,09% e Itaú (ITUB4) com +0,73%; Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 0,223% e 0,24%, respectivamente, assim como Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 0,21%.
Liderando as altas do dia e corrigindo preços, Yduqs (YDUQ3) teve alta de 11,13%, seguida por CVC (CVCB3), com +9,80% e Eneva (ENEV3) que cresceu 9,72%. Os papéis da CVC recuperam perdas depois do início da guerra na Ucrânia e avança com a flexibilização das medidas de restrição da pandemia.
Segundo o CEO da CVC, Leonel Andrade, contou ao Suno Notícias, a empresa se encontra em seu melhor momento desde o início da pandemia, em março de 2020. O executivo destaca que todos os setores da empresa apresentam melhorias: governança, controle dos negócios, gestão de pessoas, relação com investidores e acionistas. “O que vimos no 4T21 foi o reflexo dessa evolução nos números”, disse.
O balanço da CVC apontou um prejuízo líquido de R$ 145,8 milhões no quarto trimestre, revertendo lucro de R$ 392,5 milhões do quarto trimestre do ano passado.
Apesar disso, a receita do período praticamente dobrou, saltando 92%, para R$ 314 milhões – o que chamou atenção do mercado. Isso se deu com o aumento do ticket médio em viagens domésticas.
O setor de construção também se destacou, apoiado na expectativa do fim do ciclo de alta da Selic. MRV (MRVE3) avançou 9,69% e Cyrela (CYRE3) subiu 9,39%. Entre as maiores perdas ficaram Fleury (FLRY3), com -2,14%, Minerva (BEEF3), que caiu 1,11% e Pão de Açúcar (PCAR3) que diminuiu 0,57%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Yduqs (YDUQ3): +11,13% // R$ 17,57
- CVC (CVCB3): +9,80% // R$ 13,45
- Eneva (ENEV3): +9,72% // R$ 13,88
- MRV (MRVE3): +9,69% // R$ 11,09
- Americanas (AMER3): +9,46% // R$ 26,96
Maiores baixas do Ibovespa:
- Fleury (FLRY3): -2,14% // R$ 16,50
- Minerva (BEEF3): -1,11% // R$ 11,61
- Pão de Açúcar (PCAR3): -0,57% // R$ 22,87
- CSN (CSNA3): -0,47% // R$ 25,68
- TIM (TIMS3): -0,37% // R$ 13,35
Outras notícias que movimentaram a bolsa de valores
- Petrobras (PETR4) pagou recorde de royalties e participações especiais em 2021: R$ 54,5 bi
- MRV (MRVE3) planeja IPO da sua subsidiária norte-americana AHS, diz jornal
Petrobras (PETR4) pagou recorde de royalties e participações especiais em 2021: R$ 54,5 bi
A Petrobras (PETR4) concedeu aos cofres públicos em 2021 o maior valor anual já pago pela companhia: um montante de R$ 54,5 bilhões, considerando somente royalties e Participações Especiais (PE). O valor é cerca de 70% maior na comparação com 2020 (R$ 32 bilhões) e aproximadamente 36% em relação a 2019, que é o recorde anterior (R$ 39,9 bilhões).
“Esses valores expressivos demonstram que as atividades da Petrobras geram retorno não só para a companhia, mas para a sociedade como um todo”, afirmou a estatal nesta sexta-feira (18). A petroleira justifica que contribui para a sociedade com o pagamento dos impostos e afirma que, o fim da sua política de preços de paridade de importação (PPI) poderia colocar em risco o abastecimento do País.
A estatal é responsável por 80% do abastecimento do mercado de diesel, e se os preços não forem equiparados ao mercado internacional, os importadores privados de combustíveis não conseguem trazer o produto do mercado externo.
Além disso, para vender suas refinarias, conforme determinado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a companhia precisa ter os preços equiparados ao mercado internacional, ou afasta investidores.
A única refinaria vendida pela Petrobras, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, tem praticado preços mais altos do que a estatal.
A Petrobras afirmou ainda que é a principal empresa pagadora de royalties e Participações Especiais aos cofres públicos brasileiros, com cerca de 79% do total de recursos recolhidos relativos a royalties no Brasil em 2021. No que se refere a participações especiais, cerca de 69% do valor pago aos cofres públicos no período vieram da Petrobras, informou.
Os royalties constituem na compensação financeira devida pelos concessionários de exploração e produção de petróleo ou gás natural. Os pagamentos incidem sobre o valor da produção do campo de petróleo ou gás e são recolhidos mensalmente.
Já a participação especial é uma compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários pela exploração e produção em campos de grande volume de produção.
MRV (MRVE3) planeja IPO da sua subsidiária norte-americana AHS, diz jornal
A construtora MRV (MRVE3) planeja realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da sua subsidiária norte-americana AHS, segundo informações da coluna Broadcast, do Estadão.
A operação não deve acontecer em um futuro próximo, diante do atual cenário conturbado do mercado financeiro, mas a companhia já está se preparando para a oferta, de acordo com a coluna. A ideia é realizar um “pré-IPO” da AHS para capitalizar a unidade de negócios e acelerar o crescimento da subsidiária.
Essa não seria a primeira vez que a MRV propõe uma oferta inicial de ações de uma subsidiária. A ex-subordinada Log Commercial Properties (LOGG3) passou pelo mesmo processo. Antes de seu IPO, a Log teve algumas rodadas de investimentos para captação de recursos pelos sócios.
A pré-operação que antevê o IPO da AHS também seria uma forma da companhia mostrar o valor da sua subsidiária ao mercado. Na visão da direção, o potencial dela ainda não está contabilizado nas ações da MRV listadas em Bolsa. Afinal, a AHS representou mais da metade do lucro líquido da MRV no balanço do quarto trimestre de 2021.
A subsidiária respondeu por R$ 186,5 milhões do lucro do grupo MRV&CO no período de outubro a dezembro de 2021, o equivalente a 62% do total.
A AHS ergue prédios residenciais para aluguel nos Estados Unidos nos estados da Flórida, Texas e Geórgia. Esses imóveis são locados para americanos de classe média e posteriormente vendidos para investidores.
Em dezembro, a empresa da MRV vendeu o empreendimento Lake Worth, na Flórida, por US$ 54 milhões – o que impulsionou os ganhos do 4T21 da construtora brasileira.
A AHS opera em de 19 cidades nos EUA e atualmente possui 10 empreendimentos em construção, com 3,2 mil unidades a venda. A operação total da subsidiária da MRV é avaliada em aproximadamente US$ 915 milhões, ou R$ 5,1 bilhões.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +1,98%
- IFIX hoje: +0,39%
- IBRX hoje: +1,94%
- SMLL hoje: +3,09%
- IDIV hoje: +1,61%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (17)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (17) em alta de 1,77%, aos 113.076,33.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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Confira mais notícias em tempo real nesta segunda (21).
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Bolsas de NY fecham em alta, com guerra na Ucrânia e postura do Fed no radar
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, 18, em sessão na qual investidores acompanharam o desenrolar da crise na Ucrânia e as perspectivas para a política do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Ao longo do dia, uma série de dirigentes da autoridade monetária fizeram comentários, seguindo a decisão mais recente do banco central. Além disso, o pregão contou com o evento conhecido como triple witching – vencimento simultâneo de futuros sobre índices do mercado de ações, opções de índice do mercado de ações e opções de ações – o que ajuda a injetar instabilidade nos negócios.
No fechamento, o Dow Jones subiu 0,80%, a 34.754,93 pontos, o S&P 500 avançou 1,17%, a 4.463,12 pontos, e o Nasdaq teve alta de 2,05%, a 13.893,84 pontos. Na semana, houve alta de 5,50%, 6,16% e 8,18%, respectivamente.
Nesta sexta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, supostamente acusou a Ucrânia de desacelerar as negociações de paz com propostas irreais. Enquanto isso, o analista da Oanda, Edward Moya, aponta que investidores avaliaram a importante ligação do presidente Joe Biden com o líder chinês Xi Jinping e para ver se surgem possíveis caminhos para acabar com o conflito na Ucrânia.
Na ocasião, o norte-americano falou das “implicações e consequências” caso a China forneça apoio material à Rússia em seus ataques “brutais” contra cidades e civis ucranianos, informou comunicado da Casa Branca.
Na política monetária, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, afirmou que a autoridade pode aumentar juros em 50 pontos-base se necessário para ancorar a inflação, e que chegou hora de começar a normalizar as taxas nos EUA.
Em entrevista à CNBC, o diretor do Fed Christopher Waller disse que defende um processo mais agressivo de aumento de juros no início do ano, com moderação no ritmo de ajustes ao longo do segundo semestre.
Já o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que o Fed tente aumentar a taxa de juros para acima de 3% este ano.
Moya lembra ainda que o triple witching representa cerca de US$ 3,5 trilhões em ações únicas e opções de níveis de índices expirando nesta sexta. Para ele, investidores continuam a girar fora das finanças, já que o trade de achatamento da curva dos Treasuries parece estar aqui para ficar e as ações de energia podem ter atingido seu pico, já que os traders já precificaram preços mais altos do petróleo e fortes margens no futuro.
Ações de tecnologia tiveram algumas das principais altas, com Meta (+4,17%), Apple (+2,09%) e Amazon (+2,55%).
Com Estadão Conteúdo
Dólar cai pelo terceiro dia seguido e fecha a semana em baixa de 0,76%
Após uma forte alta nos pregões de segunda e terça-feira, quando atingiu o patamar de R$ 5,15, o dólar emendou na sessão desta sexta-feira, 18, seu terceiro dia seguido de queda e encerrou a semana com desvalorização de 0,76%. No meio da tarde, a moeda chegou até a esboçar um fechamento abaixo do piso psicológico de R$ 5,00, ao descer até a mínima de R$ 4,9933 (-0,81%), mas recuperou parte do fôlego logo em seguida e terminou cotada a R$ 5,0158, em queda de 0,37%.
Em dinâmica similar a observada na quinta, o dólar apresentou comportamento mais instável na primeira etapa de negócios, quando chegou a romper o teto de R$ 5,05 e atingiu máxima a R$ 5,0751.
Com o sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior, investidores remontavam posições defensivas no mercado doméstico de câmbio. Pela tarde, em meio à recuperação do apetite ao risco, com as Bolsas em NY se firmando em terreno positivo e o Ibovespa renovando máximas, o dólar murchou por aqui e passou o restante do pregão orbitando em R$ 5,00.
Operadores notaram fluxo de recursos estrangeiro na esteira de nova onda de otimismo em torno de acordo para um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, após conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chinês, Xi Jinping – que, segundo relato da mídia estatal chinesa, teria dito que o conflito no leste europeu “não atende o interesse de ninguém”.
Embora o pano de fundo a guerra ainda seja relevante na trajetória do dólar, analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam que pesaram mais sobre a formação da taxa de câmbio nesta semana dois fatores.
O primeiro é a perspectiva de sustentação dos preços das commodities em níveis elevados, após o governo chinês acenar com medidas de estímulo à economia, cuja dinâmica parecia ameaçada pelo novo surto do coronavírus. Já o segundo é a taxa real de juros brasileira muito atraente, inferior apenas à da Rússia, e o diferencial de juros interno e externo, que estimula as operações de carry trade.
“O comportamento do dólar está muito ligado aos preços das commodities, que seguem em alta lá fora. A expectativa de mais juros aqui também acaba atraindo fluxo de capital para cá, ainda que de forma especulativa”, afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Por ora, o início do processo de elevação dos juros nos Estados Unidos, com a alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica anunciada na quarta-feira, e o tom duro do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que elevou as projeções de inflação, não castigam as divisas emergentes, sobretudo de países exportadores de commodities. Por aqui, o Banco Central prometeu, ao menos, mais uma elevação da taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.
Para a economista-chefe da Amor Capital, Andrea Damico, o real se beneficiou da retomada do apetite por ativos de risco e moedas emergentes, até esboçando novamente com o rompimento do piso de R$ 5. Esse rali, observa a economia, ocorreu apesar da indefinição sobre o desfecho da guerra e do início de elevação de juros nos EUA, além de novo surto do coronavírus na Ásia.
Andrea Damico ressalta que o investidor estrangeiro continua “agressivo” na bolsa doméstica, com compras diárias “praticamente” na casa de R$ 2 bilhões. Segundo dados da B3, os estrangeiros ingressaram com R$ 1,497 bilhão, levando os aportes acumulados em março para R$ 10,930 bilhões.
“O estrangeiro continua comprando basicamente porque temos uma bolsa muito correlacionada a commodities e diversificada entre setores, como petróleo, mineração, celulose, agrícolas e carnes”, diz ela, pontuando que nem todo dinheiro de estrangeiro para compra de ações significa fluxo financeiro novo. “As commodities não estão mais no pico, mas vemos preços ainda para cima depois da guerra”.
Em relação ao Federal Reserve, a economista da Armor destaca que o BC americano trouxe uma revisão relevante para o patamar da das taxas de juros neste e nos próximos dois anos, com a mediana para os Fed Funds em 2023 em 2,8% – em patamar, portanto, ligeiramente contracionista. “Mas o fato de não ter vindo uma alta mais forte e de o Fed ter telegrafado bastante esse ajuste fizeram com que o mercado reagisse razoavelmente bem”, afirma Damico, que, no caso brasileiro, aposta em encerramento do ciclo de aperto na próxima reunião do Copom, com Selic em 12,25%.
No exterior, o índice DXY – que mede o dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes – operou em alta durante todo o dia e, quando o mercado de câmbio doméstico fechou, trabalhava na casa dos 98,200 pontos. Em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, a moeda americana tinha comportamento misto. Quem mais apanhava era o rublo (perda superior a 3%) e as moedas do leste europeu, como o florim húngaro e o zloty polonês. Na liderança, figuravam o peso mexicano e o real.
Dirigentes do BC norte-americano falaram grosso nesta sexta. Pela manhã, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que destoou ao votar por uma alta inicial dos juros em 0,50 ponto, disse que a “combinação de forte desempenho econômico real e inflação inesperadamente baixa significa que a taxa de juros está atualmente muito baixa”. O presidente de Richmond, Thomas Barkin, afirmou que é hora de normalizar as taxas e que, se necessário, o BC americano pode optar por uma alta de 0,50 ponto porcentual em seu próximo encontro.
Com Estadão Conteúdo
Petróleo sobe e sustenta patamar de US$ 100, sem sinais de acordo entre Rússia e Ucrânia
Ibovespa fecha na máxima do ano, aos 115.310,91 pontos, em alta de 1,98%
Volume financeiro soma R$ 50,8 bi em dia de exercício de opções; na semana índice subiu 3,22%
Dólar à vista fecha com queda de 0,37%, a R$ 5,0158 após oscilar entre mínima de R$ 4,9933 e máxima de R$ 5,0751
Bolsas da Europa fecham na maioria em alta, com foco na Ucrânia, dados e Fed
Os mercados acionários da Europa não tiveram sinal único durante boa parte desta sexta-feira, mas uma melhora na reta final garantiu pregão em grande medida positivo, encerrando semana de ganhos robustos em geral nas praças do continente. A invasão militar da Rússia na Ucrânia seguiu como foco importante, com investidores atentos também aos sinais do Federal Reserve e indicadores.
- Stoxx 600: +0,91% (454,60 pontos)
- FTSE 100: +0,26% (7.404 pontos)
- CAC 40: +0,12% (6.620 pontos)
- DAX: +0,17% (14.413 pontos)
- FTSE MIB: +0,41% (24.222 pontos)
(Com informações do Estadão Conteúdo)
Ibovespa salta 1,37%, aos 114.622 pontos
O índice Bovespa amplia as altas, próximo às 14h30, afastado dos mercados globais, os mercados globais seguem monitorando os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, já sem o viés negativo. Com um fechamento técnico das curvas de juros, o Ibovespa hoje avança apoiado na recuperação de empresas descontadas.
Dólar comercial quebra o patamar psicológico dos R$ 5 e desce 0,77%, a R$ 4,995, nas mínimas do dia
Ibovespa sobe 0,95%, aos 114.149 pontos
O Ibovespa hoje opera em alta de 0,95%, após abrir a sessão desta sexta-feira (18) em queda, e recupera o patamar dos 114 mil pontos. O movimento altista foi puxado especialmente por ações ligadas ao setor de commodities, ainda que o petróleo esteja instável no exterior. Em meio a uma onda de críticas após reajustar os preços dos combustíveis, a Petrobras voltou a se pronunciar hoje sobre o assunto. Ressaltou que não repassou de imediato o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional e que os valores reajustados representam apenas parte da forte alta da commodity.
Quem lidera as maiores altas às 12h10 é a Cielo (CIEL3), com ganhos de 6,40%. No campo oposto, Fleury (FLRY3) cai 3,38%.
Veja a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto
Confira abaixo a taxa de rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto nesta sexta-feira (18):
Dólar reduz alta com inversão do petróleo para baixo e após dado sobre desemprego
O dólar reduziu a alta inicial nesta sexta-feira em meio à queda do petróleo, após a commodity subir cerca de 1,5% mais cedo. Mas a falta de acordo para cessar-fogo da Rússia na Ucrânia apoia cautela com a inflação mundial e no Brasil. Os investidores precificam também uma queda leve da taxa de desemprego em janeiro no País.
Às 11h06 desta sexta-feira, o dólar hoje subia 0,34%, a R$ 5,05. O dólar futuro para abril ganhava 0,16%, a R$ 5,07.
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, levemente abaixo da mediana esperada pelo mercado (11,3%) e dentro do intervalo das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast (de 10,7% a 11,8%). Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua do IBGE estava em 14,5%. No trimestre encerrado em dezembro de 2021, a taxa de desocupação estava em 11,1%.
No radar dos investidores está a conversa esperada para hoje entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, sobre a guerra na Ucrânia e questões comerciais. Ontem os EUA manifestaram “alta preocupação” de que a China envie equipamento militar para a Rússia e, desta forma, ajude Moscou a continuar a guerra na Ucrânia, segundo a secretária da Casa Branca, Jen Psaki. Ela disse que o fato da China ter se negado até agora a condenar a ação russa é significativo.
Ibovespa abre em baixa e aéreas despencam
O Ibovespa hoje abre em baixa de 0,12% aos 112 mil pontos, seguindo a tendência dos mercados internacionais.
Na ponta positiva, a Suzano (SUZB3) sobe 1,2% ante alta de 1% da Vale (VALE3), ao passo que a B3 (B3SA3) cai 3,7% acompanhada pelas aéras.
Azul (AZUL4) cai 2,25% ante baixa de 2% da Gol (GOLL4).
A agenda de indicadores conta com poucos números, mas foi divulgada, mais cedo, a taxa de desemprego da Pnad/IBGE.
Nas bolsas mundiais, o S&P cai 0,6% nos contratos futuros e a Nasdaq cai 0,7%.
Na Europa, baixa de 1% na bolsa da Alemanha, de 1,1% em Paris e 0,6% em Londres. O Stoxx-600 cai 0,36% no intradia.
Ativos brasileiros em NY operam em queda
No pré-mercado americano, os recibos de ações (ADRs) da Vale (VALE3), maior empresa aberta brasileira, cedem 0,27% em Nova York.
Já os recibos de ações da Petrobras (PETR4) também operam em queda, de 0,92% nesta manhã.
Mercado de commodities segue direções mistas
Os ativos do mercado de commodities operam em direções opostas na manhã desta sexta-feira (18), enquanto o conflito no leste europeu segue fazendo preço em alguns setores.
O petróleo opera em alta, ainda que em ritmo inferior ao registrado nos últimos dias. O barril de petróleo Brent tem valorização de 0,11% e é comercializado a US$ 106,79. O barril de WTI oscila próximo à estabilidade, com recuo de 0,01% a US$ 102,96.
O minério de ferro segue a trajetória de alta, com valorização de 3,54% nesta sexta-feira a US$ 131,03. O cobre, da indústria de eletrônicos avança 0,17% enquanto o ouro recua 0,22%.
No mercado de commodities agrícolas na Bolsa de Chicago (CBOT), o milho recua 0,50% e o trigo, 1,55%. Já a soja tem valorização de 0,58%.
BC da Rússia mantém juros em 20%
O Banco da Rússia (BoR) manteve a taxa básica de juros em 20% ao ano, em decisão de política monetária divulgada nesta sexta-feira. A instituição já havia elevado a referência de maneira extraordinária, de 9,5% para 20%, no final do mês passado, em meio ao choque econômico causado pela invasão russa da Ucrânia.
“No contexto de uma mudança drástica nas condições externas, o forte aumento da taxa básica do Banco da Rússia em 28 de fevereiro ajudou a sustentar a estabilidade financeira e impediu aumentos descontrolados de preços”, explica o Banco, no comunicado.
IGP-M sobe 0,90% na 2ª prévia de março, afirma FGV
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) arrefeceu a 0,90% na segunda prévia de março, de 1,94% na leitura de fevereiro, informou nesta sexta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O alívio do IGP-M foi puxado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que arrefeceu de 2,52% em fevereiro para 1,08% em março. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) também desacelerou no período, de 0,44% para 0,27%.
Em contrapartida, a FGV apurou aceleração da inflação ao consumidor entre a segunda prévia de fevereiro e a segunda prévia de março. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) avançou de 0,30% para 0,46%.
Petrobras (PETR4) defende reajustes de preços para evitar desabastecimento
A Petrobras (PETR4) divulgou uma nota à imprensa em que defende o reajuste de preços de combustíveis de acordo com o mercado internacional de petróleo. A estatal brasileira informou que esse movimento é necessário para evitar riscos de desabastecimento.
De acordo com a empresa, ajustes de preços são importantes para que o mercado brasileiro continue sendo suprido por distribuidores, importadores e produtores.
A Petrobras informou que os reajustes anunciados no dia 10 de março, que incluíram aumentos de 18% na gasolina e de 24,9% no óleo diesel, foram uma resposta à disparada dos preços internacionais, resultante da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
Zona do euro: déficit comercial ajustado cai a 7,7 bilhões de euros em janeiro
A zona do euro registrou déficit em sua balança comercial de 7,7 bilhões de euros em janeiro, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta sexta-feira, 18, pela Eurostat, como é conhecida a agência de estatísticas da União Europeia.
Em dezembro de 2021, o bloco havia apresentado saldo comercial negativo maior, de 9,7 bilhões de euros. No resultado sem ajustes, porém, a zona do euro teve déficit comercial recorde de 27,2 bilhões de euros em janeiro, revertendo superávit de 10,7 bilhões de euros do mesmo mês do ano passado.
Na comparação mensal de janeiro, as exportações do bloco subiram 3,4%, enquanto as importações avançaram 2,3%, considerando-se ajustes sazonais, informou a Eurostat.
Pnad/IBGE aponta queda no desemprego, para 11,2%
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em janeiro ante 12,1% do trimestre anterior (agosto a outubro) e 14,5% do mesmo período do ano anterior, segundo dados da Pnad Contínua, do IBGE.
O percentual indica que 12 milhões de pessoas estão em busca por uma colocação profissional.
A Pnad Contínua também registrou aumento tanto no número de brasileiros com carteira assinada em empresas privadas (2%), quanto dos não formalizados via CLT (3,6%)
Ibovespa futuro abre em queda
O Ibovespa futuro abre em baixa de 0,31% no intradia.
As bolsas mundiais operam no campo negativo nesta após decisões do Fomc e à espera da reunião entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, Joe Biden e Xi Jinping, para uma discussão sobre a guerra na Ucrânia.
Os preços do petróleo voltam a subir, com o Brent a US$ 106 , em alta de 0,1% no intradia.