O Ibovespa fechou em alta de 1,99%, aos 119.068,77, após decisão do Fed sobre taxa de juros nos EUA nesta quarta-feira (14).
Depois de uma leve correção na terça-feira, 13, o Índice Bovespa abriu em alta nesta quarta-feira, 14, e vinha ampliando o ritmo nos últimos minutos, passando a superar o patamar dos 118 mil pontos, no qual não operava desde 7 de novembro. A alta é generalizada entre os segmentos econômicos negociados no mercado de ações, mas é potencializada pelo avanço expressivos dos papéis de commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETr4), subindo mais de 2% e 4%, respectivamente.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o Ibovespa retoma hoje o mesmo movimento que o levou a subir por sete pregões consecutivos, com uma leve pausa ontem.
Ele afirma que o contexto é positivo para a bolsa brasileira, que vive sua própria dinâmica, em um ambiente de expectativa de queda de juros e ajuste no valuation das ações.
Uma evidência desse movimento, afirma, é o bom desempenho do índice de small caps, que sobe além do Ibovespa.
A alta no Brasil ocorre mesmo com o ambiente de expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), para a qual se espera uma pausa nos aumentos de juros. Em Nova York, as bolsas oscilam próximas da estabilidade.
O destaque, na ponta positiva, é a Hapvida (HAPV3), que sobe 5,2% no Ibovespa hoje. Mas quem lidera altas é a Gol (GOLL4), que sobe 10%, à frente da Azul (AZUL4), com alta de 6%.
Nas bolsas mundiais, alta de 0,13% no S&P ante queda de 0,34% no Dow Jones durante as negociações que precedem a abertura de mercado.
Já na Europa, alta de 0,47% em Frankfurt (DAX) e de 0,39% em Londres (FTSE). Nesse contexto, o índice pan-europeu Stoxx-600 sobe 0,5%.
No câmbio, retração de 0,4% nos contratos futuros do dólar, com vencimento para julho, a R$ 4,862.
Notícias que movimentam a Bolsa de Valores hoje
- Americanas (AMER3): Estrago causado por fraude foi de R$ 25,3 bilhões
- Petrobras (PETR4) avalia comprar controle da Braskem (BRKM5)
- Após decisão do STF, Santander (SANB11) pode encolher lucro em 21% no ano; analistas recomendam venda das ações
Quantificação do dano na Americanas
A fraude contábil ‘inflou’ o resultado da Americanas (AMER3) em R$ 25,3 bilhões. É o que diz a gestão da empresa um dia após admitir que houveram indícios de fraude por meio de fato relevante.
Agora, a Americanas comunica que foram R$ 21,7 bilhões provenientes da fraude em contratos artificiais de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), ante R$ 3,6 bilhões de impacto dos não lançamentos de juros sobre operações financeiras.
Já no caso das cifras do balanço patrimonial da empresa, a gestão vê outros impactos bilionários e com ‘anulação’ entre alguns custos operacionais,
“Contrapartidas contábeis dos contratos de VPC artificialmente criados e lançamento incorreto dos juros sobre operações financeiras mencionados acima, ambos contabilizados na forma de lançamentos redutores da conta de fornecedores, totalizando os saldos de R$17,7 bilhões e R$3,6 bilhões, respectivamente”, diz o comunicado da varejista.
Por outro lado, a contratação de operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$18,4 bilhões e de capital de giro de R$2,2 bilhões, ambas foram inadequadamente contabilizadas.
Além deste comunicado, nesta quarta (14) a Americanas também atualizou sua lista de credores. Você pode ler o documento de 586 páginas aqui.
Mais capítulos na Novela da Braskem
A Petrobras (PETR4) pretende se tornar a controladora da Braskem (BRKM5) ao fim do processo de venda da empresa, segundo novas informações do Broadcast. A iniciativa significaria a retomada do projeto original da estatal iniciado em 2007.
A Petrobras tem direito de preferência sobre as ações da Braskem e poderá cobrir a oferta da Unipar, de R$ 10 bilhões em dinheiro.
A proposta foi considerada melhor do que a recebida anteriormente do consórcio formado pela Adnoc (estatal de petróleo de Abu Dhabi) e do fundo de private equity (de participação em empresas) americano Apollo, formada por títulos e debêntures.
De acordo com uma pessoa próxima ao assunto, a compra da Braskem está sendo tratada como segredo de estado dentro da Petrobras.
Em pronunciamento após a Braskem pedir esclarecimentos, a Petrobras disse que “a atuação no setor petroquímico é um dos pontos do Plano Estratégico 2024-2028”.
“No presente momento, a Petrobras está desenvolvendo análises para definição da melhor alternativa de execução de sua estratégia, não havendo qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração em relação ao processo de desinvestimento ou de aumento de participação na Braskem”, diz a estatal.
“Nesse sentido, a Companhia esclarece que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”, completa.
Impacto no Santander
Em relatório divulgado nesta terça-feira (13), a Genial Investimentos recomendou a venda de ações do Santander (SANB11). A reavaliação acontece após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desfavorável aos bancos sobre PIS e Cofins.
Na noite de ontem (12), o STF formou maioria para dizer que o PIS/Cofins deve incidir sobre toda a atividade empresarial.
Para a Genial, o Santander deve ser o maior impactado pela decisão do STF, já que outras instituições listadas em bolsas já realizaram o provisionamento do montante devido, atenuando os impactos nos resultados (DRE) – o que, claro, vai impactar as ações do Santander.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da terça-feira (13) em queda de 0,51%, aos 116.742 pontos.
Com Estadão Conteúdo
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