Ibovespa reduz ganhos e opera perto da estabilidade, aos 105 mil pontos; Suzano (SUZB3) recua 4%
Nesta terça-feira (13) o Ibovespa, que operava em alta desde a abertura do pegão, perdeu força e está perto da estabilidade. O índice, por volta das 15h, está positivo em 0,05%, aos 105.401 pontos.
O Ibovespa hoje, que lidava com uma Wall Street em forte alta, com 2% de avanço no Dow Jones e 2,7% de alta no S&P durante as negociações pré-mercado, segue o quadro de Nova York no intradia, com as bolsas dos EUA entre perdas e ganhos: Dow Jones cai 0,26%, o S&P 500 sobe 0,14% e Nasdaq avança 0,36%. A preocupação dos investidores é com a decisão do Federal Reserve (Fed) desta quarta (14).
Está precificada uma alta de 0,50 ponto percentual, que será anunciada pelo Fed, mas o mercado prevê um comunicado sem apontar quando a autoridade monetária dos EUA vai interromper a alta de juros.
Esse cenário se dá após a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, o dado mais relevante da agenda econômica desta terça (13).
“O CPI veio com dados positivos e abaixo do esperado. Com isso, tivemos uma euforia do mercado muito grande no momento em que os dados saíram. Isso mostra que inflação pode ter atingido o pico, o que anima muito os investidores. O mercado ficou muito animado, o dólar despencou e o índice, além de subir, entrou em leilão de tanta força compradora que teve, o que é raro de acontecer”, comenta o analista CNPI Rodrigo Cohen.
Neste contexto o mercado de câmbio mostra um dólar em queda de 1,20% no intradia, a R$ 5,288.
Além disso, na agenda de indicadores doméstica, o destaque é para a Ata da última reunião do Copom, que decidiu pela manutenção dos juros em 13,75%.
Notícias que movimentam a Bolsa de Valores hoje
- Dólar cai com inflação nos EUA e outros indicadores
- Analistas pioram perspectivas da Petrobras
- Ata do Copom cita ‘incertezas fiscais’
Dólar em queda
O dólar cai mais de 1% no intradia desta terça (13) em meio à divulgação dos dados de inflação dos EUA.
Os dados do CPI mostram uma inflação de 0,1% em novembro, abaixo do esperado pelo consenso de mercado, de 0,3%.
Assim, a inflação anualizada fica em 7,1%, abaixo dos 7,3% das projeções do consenso de mercado.
Além disso, no radar político, os investidores seguem atentos às movimentações da equipe econômica do presidente eleito Lula (PT), diplomado na segunda (12), e às movimentações no cenário fiscal.
Isso, pois o relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), concede entrevista hoje sobre o espaço fiscal aberto para o ano em questão.
Analistas cortam preço-alvo da Petrobras pela metade
Em meio às movimentações de transição de governo e os rumores recentes, analistas do Bradesco BBI cortaram o preço-alvo para as ações da Petrobras pela metade.
Ou seja, a estimativa dos analistas caiu de R$ 52 para R$ 26.
“O fluxo de notícias sobre a tese de investimento continua se deteriorando a cada dia”, diz a casa.
Um dos pontos citados no relatório é a possibilidade da Lei das Estatais – que ‘blinda’ a governança da companhia’ – ser revogada.
“Se isso for concretizado, isso seria um sinal muito negativo para a governança geral no Brasil, uma vez que a lei implantada durante o governo de Michel Temer garante diversos pontos de melhor governança corporativo, incluindo a nomeação de diretores com formação técnica (não política) na Petrobras”, diz o BBI.
Copom de olho no fiscal
A Ata do Comitê de Política Monetária (Copom), ou Ata do Copom, cita ‘incertezas nos cenários’ atuais e faz menções ao cenário fiscal como um ponto relevante para as decisões recentes do Banco Central (BC).
“A incerteza sobre a dinâmica fiscal futura e suas consequências sobre a dinâmica de inflação foram discutidas, e julgou-se que a conjuntura incerta requer serenidade na avaliação desses riscos”, consta na Ata.
No tópico de análises e riscos, também consta que o Comitê avaliou que “mudanças em políticas parafiscais ou a reversão de reformas estruturais” podem reduzir a eficiência da política monetária implementada pelo Banco Central.
Isso, pois essas mudanças no cenário fiscal podem eventualmente levar a uma “alocação menos eficiente de recursos”, segundo o Copom.
“Nos diferentes exercícios analisados, avaliou-se que o efeito final, seja sobre a inflação ou sobre a atividade, dependerá tanto da combinação quanto da magnitude das políticas fiscal e parafiscal”, diz o documento.
A decisão de manter a Selic no patamar atual, segundo o Comitê, se deu pela “incerteza ao redor de seus cenários” e um balanço de riscos fora do comum para as projeções de inflação.
Maiores altas do Ibovespa
- PETZ3: +4,4%
- YDUQ3: +4,4%
- HAPV3: +3,7%
- ECOR3: +3,4%
- QUAL3: +3,4%
Maiores baixas do Ibovespa
- SUZB3: -4,4%
- ASAI3: -1,1%
- ENBR3: -0,3%
- CIEL3: -0,01%
- KLBN11: -0,01%
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da segunda-feira (12) em queda de 2,02%, a 105.343 pontos.