Ibovespa recua aos 127 mil pontos com perdas de Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3); Casas Bahia (BHIA3) fecha em alta. Dólar sobe

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (11) em baixa de 0,51% – a segunda desvalorização seguida – aos 127.396,35 pontos. A mínima diária foi de 127.069,43 pontos, enquanto a pontuação máxima foi de 128.051,34 pontos. Por fim, o volume financeiro somou R$ 19,4 bilhões.

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Desconectado do sinal que prevaleceu em Nova York para S&P 500 e Nasdaq (em nível recorde de fechamento), a cotação do Ibovespa cedeu em dia de variações contidas para as ações e os setores de maior peso na B3.

Mesmo com perdas nas duas últimas sessões, o Ibovespa ainda avança 0,47% na semana, após a boa largada na segunda e terça-feira, quando tinha subido 1,63% e 0,80%, pela ordem. No mês, acumula perda de 0,55% e, no ano, cede agora 5,06%.

As Bolsas de Valores de Nova York fecharam majoritariamente em alta.

  • Dow Jones: -0,01%, aos 38.458,29 pontos;
  • S&P500: +0,74%, aos 5.198,98 pontos;
  • Nasdaq: +1,68%, aos 16.442,20 pontos.

Enquanto isso, o dólar à vista terminou o dia com uma valorização de 0,24%, cotado a R$ 5,0906, depois de registrar a mínima de R$ 5,0587 e a cotação máxima de R$ 5,0916.

“Dólar subiu e Bolsa caiu, hoje, dia em que os juros futuros no Brasil mostraram avanço, com as vendas do varejo em alta quando se esperava recuo. Economia doméstica pujante pode levar o Copom a uma pausa ou a um ciclo de cortes de juros mais curto, considerando o horizonte até o fim do ano. Recados do Fed também têm sido no sentido de que juros cairão apenas em setembro, com apenas um ou dois cortes na taxa dos Estados Unidos este ano”, diz Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos.

Em relação às ações de maior peso na movimentação do Ibovespa, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) tiveram queda de 0,90%, a R$ 40,63. Já as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuaram 0,73%.

Os papéis da Vale (VALE3) tiveram valorização de 0,42%, diante de uma nova alta do minério de ferro no exterior.

Os grandes bancos, por sua vez, fecharam o dia sem direção única, com Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) avançando 0,24% e 0,66%, respectivamente. O Itaú (ITUB4) caiu 0,18% e o Bradesco (BBDC4) cedeu 0,06%.

O principal destaque de alta do Ibov foi a 3R Petroleum (RRRP3), com +2,57%, seguido por Alpargatas (ALPA4), com +2,07%. Lojas Renner (LREN3), Eztec (EZTC3) e Casas Bahia (BHIA3) também foram destaques positivos da bolsa de valores hoje. A varejista ganhou 1,59%, a R$ 7,01.

A água gelada dos dados da inflação nos EUA

Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos – referência considerada livre de risco – permaneceram hoje acima de 4,5%, com a leitura favorável sobre o índice de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em março, abaixo do esperado, proporcionando hoje pouco alívio à decepção de ontem com a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), em nível além do que se imaginava para o mesmo mês.

Na quarta-feira, o CPI dos EUA veio como água gelada para os investidores, reduzindo as expectativas de mercado tanto para o número quanto para o momento dos cortes nas taxas de juros na maior economia do globo, aponta em nota a Janus Henderson. Por outro lado, os sinais dados nesta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), ao manter as taxas de juros, veio com o reconhecimento de que a inflação na zona do euro está caindo.

Embora as declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, tenham sido “muito cautelosas”, os mercados acreditam que as taxas de juros no bloco da moeda única podem cair durante o verão no hemisfério norte. “Aumenta a chance de o BCE reduzir as taxas de juros antes do Federal Reserve”, acrescenta a Janus Henderson.

Na B3, contudo, prevaleceu ainda na sessão de hoje a expectativa de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, com as projeções quanto ao início da redução da taxa do Federal Reserve passando do intervalo junho-julho para setembro. “E o Fed pode não vir tão firme nesses cortes”, diz Felipe Moura, analista da Finacap, referindo-se também à transferência do consenso sobre os cortes a serem promovidos pelo BC americano do primeiro para o segundo semestre – e que podem vir ainda a ser colocados em xeque pela persistência de dados de inflação acima do esperado.

“Ainda que seja cedo para falar em revisão de cenário para os juros nos EUA, a persistência da inflação americana, especialmente no intervalo de 12 meses, liga o alerta para os gestores e alocadores de recursos. A narrativa global tem se imposto ao cenário local, sem grandes desdobramentos domésticos que possam se contrapor, no quadro macro, ao que nos chega de fora”, acrescenta o analista.

Assim, sem novos catalisadores para orientar os negócios na sessão, os movimentos nas ações e nos setores de maior peso e liquidez foram relativamente discretos nesta quinta-feira na B3 – exceção para Eletrobras (ELET3 -4,62%, ELET6 -4,40%), refletindo aumento da percepção de risco político e regulatório para a ex-estatal.

Na ponta negativa, chamou atenção a Raízen (RAIZ4), que caiu 4,57%.

Maiores altas do Ibovespa

  • 3R Petroleum (RRRP3): +2,57%
  • Alpargatas (ALPA4): +2,07%
  • Lojas Renner (LREN3): +1,96%
  • Eztec (EZTC3): +1,87%
  • Casas Bahia (BHIA3): +1,59%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Eletrobras ON (ELET3): -4,62%
  • Raízen (RAIZ4): -4,57%
  • Eletrobras PNB (ELET6): -4,40%
  • SLC Agrícola (SLCE3): -4,18%
  • CVC (CVCB3): -4,07%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (10) em queda de 1,41%, aos 128.053,74 pontos.

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João Vitor Jacintho

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