Ibovespa cai 0,75% aos 126 mil pontos com forte queda da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4); IRB (IRBR3) lidera perdas

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (11) em baixa de 0,75%, aos 126.123,56 pontos o menor nível desde 7 de dezembro. Na mínima do dia, o índice alcançou os 126.065,16 pontos, enquanto a máxima registrada foi de 127.067,97 pontos. Já o volume financeiro diário somou R$ 25,6 bilhões.

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A cotação do Ibovespa foi penalizada pela queda de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). Depois de recuarem mais de 10% na sexta-feira, as ações da petroleira tentaram uma recuperação neste dia 11, mas sucumbiram ao temor de interferência política após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mineradora acompanhou o sinal negativo do minério de ferro e também fechou no vermelho.

As Bolsas de Valores de Nova York fecharam o dia sem direção definida:

  • Dow Jones: +0,12%, aos 38.769,99 pontos;
  • S&P500: -0,11%, aos 5.117,96 pontos;
  • Nasdaq: -0,41%, aos 16.019,27 pontos.

Segundo Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, o Ibovespa hoje recuou diante de um cenário de incertezas que parece tomar conta de uma parcela do mercado, sobretudo com eventuais intervenções do governo em companhias como a Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), as duas empresas com maior peso no Ibovespa.

A combinação desses fatores levou à terceira queda seguida para o índice de referência da B3, que só nesse intervalo acumula perdas de 2%. Dos 86 papéis da carteira teórica do Ibovespa, 50 fecharam o dia no vermelho. O giro foi de R$ 20 bilhões.

Petrobras foi o destaque da sessão, marcada pela tentativa do mercado de medir o risco de ingerência política em empresas controladas pelo governo. Depois do tombo da última sexta-feira, puxado pela notícia de que a empresa não pagaria dividendos extraordinários referentes ao quarto trimestre de 2023, investidores acompanharam a evolução do noticiário sobre o tema.

As ações da empresa começaram o dia no vermelho, mas inverteram o sinal já durante a manhã, em meio à expectativa por uma reunião entre Lula e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A notícia de que conselheiros da petroleira ligados ao governo poderiam rever a decisão de reter os dividendos também deu força aos papéis, que se mantiveram no positivo à tarde, à espera de notícias sobre o encontro.

Mas, nos últimos minutos do pregão, a divulgação de trecho de uma entrevista de Lula ao SBT puxou uma inversão de sinal. Nas falas, gravadas pela manhã, antes da reunião com Prates, ele afirmou que teve uma “conversa séria” com a direção da empresa e que a petroleira queria distribuir R$ 80 bilhões, mas deveria pagar só R$ 45 bilhões. O presidente da República ainda defendeu que a Petrobras não deveria “atender apenas à choradeira do mercado”.

“O mercado é um dinossauro voraz, quer tudo para ele e nada para o povo”, disse Lula.

Após as declarações, os papéis da Petrobras se firmaram no vermelho, e encerraram o dia em queda de 1,97% (ON) a 1,22% (PN).

Após as declarações, os papéis da Petrobras se firmaram no vermelho, e encerraram o dia em queda de 1,97% (ON) a 1,22% (PN).

A queda de 5,41% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, também penalizou o Ibovespa. Puxada pela commodity, Vale ON recuou 3,11%, com a notícia de que o conselho da empresa decidiu manter Eduardo Bartolomeo como CEO deixada em segundo plano pelo mercado. Outras mineradoras também fecharam no vermelho, a exemplo de Usiminas PNA (USIM5, -4,70%) e CSN (CSNA3, -1,78%).

Entre os destaques positivos do Ibovespa estão as ações da 3R Petroleum (RRRP3), que avançaram após a empresa soltar um balanço superior ao esperado, e ainda com a perspectiva da fusão com a PetroRecôncavo (RECV3).

Já a Braskem (BRKM5) continua com os rumores em relação à sua venda. O especialista observa que o papel negocia com uma grande volatilidade, e algumas vezes aparece nas maiores altas do Ibovespa. “Graficamente, está ficando ‘bonito’, o que pode atrair novos compradores”, afirma.

“RECV3 vai na mesma toada de RRRP3 e a possibilidade da fusão tem atraído investidores. Podem estar migrando de PETR4 para essas duas empresas, para manter a parte ligada a petróleo da carteira em outra ou outras empresas”, explicou Silva.

Ele acredita que a baixa do minério de ferro impulsionou ainda mais as ações da Vale (VALE3) para baixo. Além disso, também pesam as indecisões na administração da companhia. Com isso, ela acabou puxando o Ibovespa hoje para queda juntamente com outras empresas do setor, como Usiminas (USIM5) e CSN Mineração (CMIN3).

O dólar e as curvas de juros continuam em um padrão de indecisão, com a União Europeia e os Estados Unidos sem uma posição mais clara em relação ao corte das taxas de juros. “A palavra certa é ‘indecisão’ e na minha opinião permanecerá assim até junho pelo menos”, destacou Silva.

Apesar dessa indecisão do mercado, o especialista acredita que todo e qualquer recuo no mercado possa ser uma oportunidade para investidores no longo prazo elevarem suas posições na Bolsa de Valores.

Maiores altas do Ibovespa

  • 3R Petroleum (RRRP3): +2,94%
  • Vamos (VAMO3): +2,56%
  • Eztec (EZTC3) : +2,42%
  • JBS (JBSS3): +1,80%
  • Raia Drogasil (RADL3): +1,54%

Maiores quedas do Ibovespa

  • IRB (IRBR3): -5,05%
  • Usiminas (USIM5): -4,70%
  • Tim (TIMS3): -3,59%
  • Vale (VALE3): -3,11%
  • CSN Mineração (CMIN3): -2,86%

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de sexta-feira (8) em queda de 0,99%, aos 127.070,79 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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João Vitor Jacintho

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