Puxado por ações de peso no índice, como Petrobras (PETR4) e bancos, o Ibovespa encerrou a sessão de hoje em alta de 1,33%, aos 117.019,48 pontos, após oscilar de 115.488,91 a 117.602,97 pontos, registrando a 6ª valorização diária consecutiva e a 7ª alta semanal seguida. O volume financeiro do dia foi de R$ 29,1 bilhões. A sessão marcou a entrada do índice em território de “bull market” (mercado de alta). A sétima subida semanal consecutiva da Bolsa (+3,96%) se iguala à sequência registrada em dezembro de 2020.
Perspectivas de redução em breve da Selic, aposta em pausa no aperto monetário do Federal Reserve e expectativa por estímulos na China apoiaram a nova rodada de compra de ações.
Logo nos primeiros minutos da sessão de hoje, o Ibovespa atingiu o “bull market”, ou seja, a valorização de 20% do seu mais recente piso os 96.996,84 pontos, vistos em 23 de março – dia seguinte à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que o Banco Central endureceu o tom em relação à desancoragem das expectativas e foi alvo de críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O mercado acionário brasileiro vem ganhando força nas últimas semanas, à medida que diminuíram incertezas no cenário local e externo. O pessimismo com as primeiras medidas do governo Lula 3 e a retórica do Planalto contra o Banco Central deu lugar à desinflação mais forte do que a projetada, ao andamento célere do arcabouço fiscal no Congresso e à aposta de corte já em agosto da Selic. Lá fora, a crise bancária foi arrefecida com medidas do Fed ao mesmo tempo que a aposta em pouso suave da economia dos Estados Unidos (soft landing) cresceu.
Na quarta-feira da próxima semana, o BC dos EUA decide juros e, após dados de auxílio-desemprego ontem, a chance de uma pausa nas altas é calculada na curva dos Fed Funds em 70%, segundo o CME Group. Na quinta-feira, é a vez de o Banco Central Europeu subir juros. E na madrugada de sexta-feira, o Japão deve deixar inalterada a sua política monetária ultrafrouxa.
As ações preferenciais da Petrobras subiram 4,88% hoje, assim como as do Banco do Brasil (BBAS3). A petroleira avançou 11,41% na semana, enquanto os papéis do banco tiveram alta de 6,40% no período.
Entre os destaques de alta do Ibovespa hoje, CVC (CVCB3) liderou os ganhos do dia, após disparar 9,86%, e Gol (GOLL4) subiu 7,28%.
Lá fora, as bolsas de Nova York terminaram o dia no campo positivo, enquanto o dólar à vista teve baixa de 0,97%, a R$ 4,8763. Na semana, a moeda dos EUA variou +1,54% frente ao real.
- Dow Jones: +0,14%, aos 33.880,37 pontos;
- S&P500: +0,12%, aos 4.299,20 pontos;
- Nasdaq: +0,17%, aos 13.261,18 pontos.
O que movimentou a Bolsa de Valores hoje?
Segundo Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio-fundador da GT Capital, o Ibovespa hoje fechou em alta em função de um ajuste aos movimentos das bolsas internacionais ontem (8), quando a bolsa brasileira estava fechada e o exterior refletiu de forma positiva as perspectivas de uma possível estabilização da taxa de juros nos EUA na próxima reunião do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed).
Em meio a uma agenda econômica mais esvaziada, a alta do Ibovespa hoje foi suportada pelas ações de maior peso no índice, como as da Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3). Além disso, os bancos e o setor de varejo também subiram, já que são setores que se beneficiam de uma eventual baixa de juros.
As ações da Petrobras avançam apesar da queda do petróleo no exterior, com investidores aumentando seu apetite a risco e atentos ao pagamento de dividendos que será realizado na próxima semana.
Nesta semana, o mercado observou o Morgan Stanley elevando a sua recomendação da ação da Petrobras para compra, gerando ainda mais otimismo no mercado.
As ações da CVC também subiram forte e lideraram as altas do Ibovespa hoje, em meio à notícia de confirmação da contratação de Citigroup e Itaú BBA para centralizarem a coordenação de uma potencial oferta primária de ações.
Já as ações da Vale avançaram no intradia com uma alta expressiva na cotação do minério de ferro na China, em dia de otimismo com a retomada de demanda na China. Mas acabaram fechando em queda de 0,45%, com investidores realizando lucros.
“Vemos o índice fechando a semana com ganhos relevantes, superando os 117 mil pontos, maior patamar desde novembro de 2022. Com a alta de hoje, foram seis dias de alta seguidas e a sétima semana seguida no azul. Com o rompimento deste patamar, o mercado já enxerga como próximo objetivo a casa dos 120 mil pontos, na minha visão”, diz Rodrigo Azevedo.
O especialista destaca que a curva de juros continua reduzindo os prêmios de risco em todos os prazos, já que as questões fiscais do Brasil apontam para uma maior estabilidade.
“Com o andamento da pauta de arcabouço fiscal no Congresso, a inflação passa a dar sinais claros de que surtiu efeito a decisão de manutenção dos juros nos níveis atuais por tanto tempo e deixa, na minha opinião, cada vez mais clara a redução deste patamar no segundo semestre. Ainda contribui para isso a performance recente positiva da bolsa brasileira”, conclui o economista.
Também para a próxima semana, cresceu o otimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo. No Termômetro Broadcast Bolsa, 55,56% dos respondentes avaliam que a próxima semana será de alta para o Ibovespa, ante 44,44% na pesquisa anterior. Os que esperam estabilidade são 22,22% e os que acreditam em queda, também 22,22%. Na pesquisa anterior, a expectativa de baixa tinha 11,11% do total e a de variação neutra, 44,44%.
Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Maiores altas da semana
- CVC (CVCB3): +26,94%
- Gol (GOLL4): +15,71%
- Via (VIIA3): +14,22%
- Assaí (ASAI3): +12,70%
- Carrefour (CRFB3): +12,24%
Maiores quedas da semana
- Suzano (SUZB3): -2,54%
- IRB Brasil (IRBR3): -2,46%
- Prio (PRIO3): -2,38%
- CSN Mineração (CMIN3): -2,36%
- Dexco (DXCO3): -2,03%
Última cotação do Ibovespa
Na última quarta-feira (7), antes do feriado de Corpus Christi, o Ibovespa terminou o pregão em alta de 0,77%, aos 115.488 pontos.
Com Estadão Conteúdo