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Ibovespa fecha com leve alta; Bradesco (BBDC4) despenca 8,5%

Acompanhe as notícias em tempo real Atualizado em: 10/02/2022 08:39

Cade aprova venda da Oi Móvel (OIBR3) | Bradesco (BBDC4) DERRETE após balanço!

Fechamento do Dia Ibovespa tem alta moderada de 0,20%, a 112,4 mil pontos, em dia ruim para bancos A bolsa de valores oscilou entre ganhos e perdas durante o dia, mas conseguiu acompanhar NY no final da tarde
Victória Anhesini
por Victória Anhesini

Ibovespa encerrou a quarta-feira (9) em alta de 0,20%, a 112.461 pontos, o segundo ganho da semana. Durante o dia, oscilou entre a mínima de 111.710,32 e máxima de 113.163,31 pontos, saindo de abertura a 112.232,54 pontos. O giro financeiro foi a R$ 36,5 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa sobe 0,19% – no mês, avança 0,28% e no ano ganha 7,29%.

O bom desempenho de Petrobras (PETR4), embora muito enfraquecido ao longo da tarde, foi o contraponto desde a manhã ao dia negativo para grandes bancos, especialmente Bradesco (BBDC4), após o balanço trimestral da instituição, divulgado na noite de ontem. O petróleo (Brent e WTI) chegou a acentuar ganhos na sessão, na casa de 1%, após os dados semanais sobre os estoques dos Estados Unidos, em queda de 4,756 milhões de barris – ao final, os preços da commodity ainda mostravam alta nesta quarta-feira, mas moderada.

O Bank of America (BofA) elevou a recomendação de ações do Brasil de ‘marketweight’ (em linha com o desempenho do mercado) para ‘overweight (acima do desempenho médio do mercado), correspondente à compra. Apesar de algumas preocupações no radar, o banco considera que o País tem potencial de crescimento de lucros para este ano, avaliações relativamente atraentes e percepções de valor que tendem a continuar melhorando. A preferência dos especialistas é por ações de valor em detrimento das de crescimento.

“Há uma rotação global de ações de crescimento para as de valor, e o Brasil tem se destacado nesse movimento, como um dos poucos elegíveis entre os emergentes. Em janeiro tivemos um movimento muito rápido, que não tem como se manter eternamente. Tivemos novos entrantes no mercado, em fluxo intenso, favorecendo um câmbio de equilíbrio. O institucional (doméstico) vendeu e o estrangeiro comprou (ações), mas não dá para imaginar que continuará comprando a qualquer preço”, diz Thomas Giuberti, economista e sócio da Golden Investimentos, que avalia que a recuperação tende a se manter por “interações” e “degraus”. “A rotação, ao que tudo indica, deve ser longa, não há sinal de que esteja para parar.”

“Em novembro, dezembro, o mercado estava abandonado”, observa Giuberti, acrescentando que o avanço da Selic contribui também para a atração de recursos externos, com o ‘carry trade’ voltando a se tornar atrativo. “O BC tem mantido tom assertivo na comunicação, ‘hawkish’, com o objetivo de não desancorar as expectativas, mostrando que atuará ‘by the book'”, diz.

Números divulgados hoje pelo BC sobre o fluxo cambial neste começo de 2022 sinalizam que parte importante do forte e inesperado volume de investidor estrangeiro na Bolsa é de recurso novo, relata Altamiro Silva Junior, repórter especial do Broadcast. Em janeiro, a B3 divulgou entrada de R$ 32 bilhões em recursos de investidores estrangeiros. Em fevereiro, até o dia 7, entraram mais R$ 6,4 bilhões, levando o fluxo no ano a R$ 38 bilhões.

O BC apontou hoje que pelo canal financeiro, que inclui a real entrada de investidores externos para, por exemplo, aplicações no mercado (ações e renda fixa), entraram US$ 5,6 bilhões, em valores líquidos. No ano, até o último dia 4, o fluxo está positivo em US$ 9,465 bilhões. Usando dólar médio a R$ 5,30, são mais de R$ 50 bilhões neste ano pelo canal financeiro, o que supera em muito o fluxo para a B3 no ano até agora.

No quadro mais amplo, as escaramuças militares entre Ocidente e Rússia sobre a Ucrânia, que vinham preocupando o mercado e impactando o preços de commodities como o petróleo, têm sido contrabalançadas por iniciativas diplomáticas entre os líderes de países diretamente envolvidos – além de Rússia e Ucrânia, notadamente França, Alemanha e Estados Unidos nesta semana.

Embora um desfecho para a crise ainda pareça longe de estar claro, hoje os mercados globais mostraram otimismo com a evolução das conversas e da retórica, além dos dados econômicos e dos sinais dos maiores BCs. “De alguma forma, reagiram mais positivamente depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, dizer que recebeu garantias do presidente russo, Vladimir Putin, de que não haveria uma escalada nas ações”, diz Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora.

No front doméstico, a inflação é outro ponto de interesse. Pela manhã, a atenção se voltou para o IPCA de janeiro, desacelerando a 0,54% de 0,73% em dezembro, mas ainda assim no maior nível para o mês desde 2016, acumulando variação de 10,38% em 12 meses, após fechar 2021 a 10,06%. “O resultado não trouxe grandes surpresas, com exceção de leve queda nos preços de alguns serviços. Por outro lado, os preços de bens industriais seguem em alta acelerada, sendo responsáveis por boa parte da alta observada no mês”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.

Cenário de Nova York

Os mercados acionários de Nova York registraram ganhos na sessão de hoje, com declarações de dirigentes do Federal Reserve, balanços e indicadores no radar – destaque para Nasdaq, que ganhou mais de 2%.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,86%, em 35.768,06 pontos, o S&P 500 subiu 1,45%, a 4.587,18 pontos, e o Nasdaq avançou 2,08%, a 14.490,37 pontos.

Na agenda de indicadores, os estoques no atacado dos EUA avançaram 2,2% em dezembro ante novembro, ante expectativa de alta de 2,1% dos analistas. Além disso, dirigentes do Fed se pronunciaram. Raphael Bostic (Atlanta) disse que pode haver “três, talvez quatro” altas de juro no país neste ano. Já a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, disse que ainda vê riscos de alta nos preços, além de reiterar apoio a uma elevação de juro em março, dizendo que o aperto monetário pode ser acelerado.

O dólar à vista fechou em queda de 0,64%, a R$ 5,2269, cerca de oito centavos entre a máxima (R$ 5,2902) e a mínima (R$ 5,2133).

O petróleo encerrou a sessão com alta, apoiado pelo recuo dos estoques do óleo nos Estados Unidos, que contrariou a expectativa de analistas e apontou para uma demanda forte. Ao mesmo tempo, sinais de que a variante Ômicron do coronavírus está aos poucos deixando de ser uma preocupação global também deram tração aos contratos, enquanto a negociação pela retomada do acordo nuclear pesou sob o óleo mais cedo.

O barril do petróleo WTI para março fechou em alta de 0,34%,, a US$ 89,66, enquanto o do Brent para o mês seguinte avançou 0,85%, a US$ 91,55.

O contrato mais líquido do ouro fechou em leve alta, em uma sessão com o dólar fraco e os rendimentos dos Treasuries em queda, fatores que beneficiam o metal precioso. Além disso, o mercado, que em geral está com maior apetite ao risco hoje, segue na expectativa pelo índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que será divulgado amanhã. As tensões geopolíticas na Ucrânia também continuam no radar.

O ouro para abril, contrato mais líquido, fechou em alta de 0,47%, a US$ 1.836,60 por onça-troy.

O destaque do Ibovespa hoje foi a queda do setor bancário.

Com os resultados do quarto trimestre de 2021 abaixo das expectativas e projeções questionáveis para o para 2022, Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 8,80% e 8,58%, respectivamente, derrubando outros papéis do segmento, como Itaú (ITUB4), com -3,98%, Santander (SANB11), com -2,13% e Banco do Brasil (BBAS3), com queda de 0,87%.

A aprovação do Cade para a venda dos ativos móveis da Oi (OIBR3, OIBR4) levou a queda dos papéis em 2,88% e 1,70%, respectivamente, enquanto as ações da Tim (TIMS3) subiram 5,06% e Vivo (VIVT3) ganhou 2,2%.

O primeiro lugar do ranking do campo positivo foi Natura (NTCO3), com alta de 7,83%, refletindo os resultados das vendas do varejo de dezembro, dado do IBGE divulgado durante a manhã desta quarta.

As áreas subiram após divulgar balanços corporativos positivos, com Azul (AZUL4) subindo 6,44% e Gol (GOLL4) com +4,22%.

Por fim, os papéis atrelados à commodities tiveram altas leves. Petrobras (PETR3, PETR4) subiu 0,09% e 0,38%, respectivamente. Vale (VALE3) subiu 0,02%.

Maiores altas do Ibovespa

 

Maiores baixas

 

Notícias que movimentaram a bolsa de valores

  • Cade aprova compra dos ativos da Oi (OIBR3) pela TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro
  • Vale (VALE3) e CSN (CSNA3): minério de ferro se valoriza e empresas pegam carona
  • Vendas do varejo crescem 1,4% em 2021, mas sinalizam perda de fôlego neste ano

Cade aprova compra dos ativos da Oi (OIBR3) pela TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra pela TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro dos ativos móveis da Oi (OIBR3). O julgamento sobre a operação terminou com quatro votos favoráveis e três contrários.

O conselheiro Luis Braido, do Cade, votou por reprovar a compra da Oi (OIBR3) por TIM (TIMS3)Vivo (VIVT3) e Claro. Ele é o relator do julgamento da operação no órgão antitruste. Os conselheiros Paula Farani e Sérgio Ravagnani acompanharam o voto do relator. O presidente do Conselho Alexandre Cordeiro, Lenisa Prado e Luis Hoffman votaram a favor da aprovação. Cordeiro deu o voto de minerva. A sessão começou por volta das 11h30 desta quarta (9).

De acordo com o conselheiro-relator, os remédios propostos são insuficientes para aprovar o negócio proposto. Para ele, a Oi está tendo um bom desempenho no processo de recuperação judicial, angariando clientes e se tornando atrativa para os investidores. Assim, seu retorno ao mercado independe da operação envolvendo as três concorrentes. Farani e Ravagnani usaram os mesmos argumentos para contar contra a aprovação da compra dos ativos da Oi.

O Cade estipulou alguns remédios fixos para a venda dos ativos para mitigar os efeitos anticoncorrenciais. De acordo com a conselheira Lenisa Prado, os remédios precisam ser condicionantes prévios à aprovação da operação. Confira as condições:

  • Aluguel por prazo de espectro não utilizado pelas compradoras;
  • Oferta pública de alienação de rádio base pós-operação;
  • Oferta de rádio frequência de produtos no atacado, para rooming;
  • Oferta de referência de rede de uso em alta frequência;
  • Ofertas para cessão temporária e onerosa de direitos de uso de radiofrequência;
  • A nomeação de trustee para monitoramento e contratação de arbitragem para resolução de eventuais conflitos.

Para o conselheiro, o principal ativo da Oi, que é espectro, não havia sido negociado anteriormente durante a operação e era fundamental para aprovar o negócio. “Apostaram no poder de captura do estado e não quiseram negociar remédios firmes”, criticou o relator.

Em tom duro contra as teles, disse que a Anatel tem plenas condições para garantir o funcionamento do mercado caso a Oi vá a falência.

Vale (VALE3) e CSN (CSNA3): minério de ferro se valoriza e empresas pegam carona

As empresas do setor de siderurgia e mineração apresentaram recuperação ao longo do mês de janeiro, após uma melhora do cenário para a demanda de aço na China e com a alta no preço do minério de ferro. A análise é feita em relatório do BB Investimentos, que tem recomendação de compra para Usiminas (USIM5)Vale (VALE3)CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4).

Segundo o banco, o preço do minério de ferro passou por uma melhora gradual no mês passado, com acúmulo de US$ 25/t de alta no período, “refletindo a retomada do crescimento da produção de aço na China”. Com isso, pegaram carona no movimento os papéis da Vale e da CSN.

Ao longo de janeiro, a Vale registrou 3,73% de valorização nas ações VALE3, subindo de R$ 78,00 para R$ 80,87. Já a CSN somou 2,20% de ganhos, saindo de R$ 24,51 para R$ 25,54.

O movimento deve continuar nos próximos dias, já que a expectativa é de que a demanda pela commodity fique ainda mais firme depois das Olimpíadas de Inverno, com a possibilidade de que as restrições ambientais sejam reduzidas.

Vendas do varejo crescem 1,4% em 2021, mas sinalizam perda de fôlego neste ano

As vendas do varejo brasileiro encerraram 2021 com crescimento de 1,4%, o quinto ano positivo consecutivo. Apesar do bom desempenho no ano, a perda de fôlego do setor no segundo semestre acende um sinal de alerta para 2022, com o reflexo da inflação alta, crédito mais caro e o elevado desemprego.

Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as vendas do varejo cresceram 0,1% em dezembro, frente a novembro, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

O resultado foi melhor do que a mediana das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast, que apontavam para queda de 0,5%.

Das oito atividades do varejo acompanhadas pelo IBGE, três tiveram queda em dezembro, incluindo setores relevantes para o comportamento geral das vendas, como Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,7%).

Segundo Cristiano Santos, gerente da PMC, o setor completou em dezembro três meses consecutivos de estabilidade. No período, o aumento da taxa básica de juros afetou o crédito ao consumidor – num ciclo altista de juros que não terminou e deve se prolongar neste ano.

Santos lembra ainda que a Black Friday e o Natal foram fracos em vendas. “Existe também certa reestruturação de vendas. Os consumidores não aguardam mais a Black Friday para fazer algum tipo de consumo, por que determinados setores adiantaram-se e fizeram promoções no primeiro semestre do ano passado”, disse o gerente, durante entrevista coletiva sobre os resultados.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +0,21%
  • IFIX hoje: +0,04%
  • IBRX hoje: +0,23%
  • SMLL hoje: +0,85%
  • IDIV hoje: -0,46%

Cotação do Ibovespa nesta terça (8)

O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (8) em alta de 0,21%, aos 112.234,46 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Há 3 anos

Bolsas de NY fecham em alta, com Nasdaq em destaque

Os mercados acionários de Nova York registraram ganhos, nesta quarta-feira, 9. Declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), balanços e indicadores estiveram no radar, com o Nasdaq se destacando no dia e ganhando mais de 2%.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,86%, em 35.768,06 pontos, o S&P 500 subiu 1,45%, a 4.587,18 pontos, e o Nasdaq avançou 2,08%, a 14.490,37 pontos.

O Nasdaq exibiu mais fôlego, com ações de serviços de comunicação e tecnologia entre os destaques no dia. Meta avançou 5,37%, Apple subiu 0,83% e Microsoft, 2,18%. Alphabet ganhou 1,57% e Twitter subiu 5,14%, mas Amazon, na contramão da maioria, ajustou ganhos recentes e recuou 0,14%.

Na agenda de indicadores, os estoques no atacado dos EUA avançaram 2,2% em dezembro ante novembro, ante expectativa de alta de 2,1% dos analistas. Além disso, dirigentes do Fed se pronunciaram. Raphael Bostic (Atlanta) disse que pode haver “três, talvez quatro” altas de juro no país neste ano. Já a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, disse que ainda vê riscos de alta nos preços, além de reiterar apoio a uma elevação de juro em março, dizendo que o aperto monetário pode ser acelerado.

Entre ações em foco, Chipotle subiu 10,20%, após publicar balanço que agradou. Também depois de resultados, Lyft avançou 6,80%.

A Capital Economics diz em relatório a clientes que não espera um salto no S&P 500, após a fraqueza mostrada em janeiro, mas projeta que o índice chegará ao fim deste ano acima do nível atual. A expectativa da consultoria é que os juros dos Treasuries avancem, com o aperto monetário do Fed, mas não tanto a ponto de prejudicar a trajetória do mercado acionário.

Há 3 anos

Dólar cai 0,64% com apetite externo ao risco, diretor do BC e fluxo positivo

Após uma manhã de instabilidade, em que chegou até a flertar com o teto de R$ 5,30, o dólar à vista perdeu força à tarde no mercado local de câmbio, alinhando-se ao movimento de enfraquecimento da moeda americana em relação a divisas emergentes, em meio a forte apetite ao risco no exterior.

Operadores atribuíram a falta de fôlego do real na primeira etapa de negócios a fatores técnicos no mercado futuro de dólar, com retomada de posições defensivas por players relevantes. Passado esse momento de rearranjo técnico, a moeda americana não encontrou forças para se manter em alta, dada a aceleração dos ganhos das divisas pares do real lá fora e a perspectiva de prolongamento das altas da taxa Selic, após discurso duro do diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra.

A esse pano de fundo favorável se somou um gatilho poderoso para apostas no real: a confirmação de que o apetite do investidor estrangeiro por ativos domésticos continua elevado. Dados de fluxo cambial, divulgados pelo Banco Central por volta de 14h30, mostraram que houve entrada líquida US$ 4,469 bilhões pelo canal financeiro na semana passada (de 31 de janeiro a 4 de fevereiro). No total, o fluxo cambial no período foi positivo em US$ 4,936 bilhões, já que houve também entrada de US$ 368 milhões via comércio exterior.

No acumulado do ano, até 4 de fevereiro, o fluxo cambial é positivo em US$ US$ 5,725 bilhões, graças à entrada líquida de US$ 9,465 bilhões pelo canal financeiro. Do lado do comércio exterior, o saldo neste ano é negativo em US$ 3,740 bilhões.

“O dólar vinha tentando perder os R$ 5,25 faz tempo sem sucesso. Quando chegava a esse patamar, entrava compra, porque havia dúvida se a tendência de queda iria continuar. O fluxo positivo em fevereiro mostrou que a entrada de capital estrangeiro continua muito forte e deu coragem para os vendidos (que ganham com a queda do dólar) aumentarem suas posições”, afirma o gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.

Com variação de cerca de oito centavos entre a máxima (R$ 5,2902) e a mínima (R$ 5,2133), o dólar à vista fechou em queda de 0,64%, a R$ 5,2269 – menor valor desde 13 de setembro (R$ 5,2236). Com isso, a divisa já perde 1,79% na semana e acumula desvalorização de 6,26% em 2022. O dólar futuro para março caiu 0,45%, para R$ 5,26050, com giro de US$ 12,7 bilhões.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes – operou em queda durante todo o dia, ao redor dos 95,500 pontos. A moeda americana caiu em bloco em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com perdas de mais de 1% ante o peso chileno e ao rand sul-africano, ambos vistos como pares do real.

“A redução do dólar no exterior e o superávit no fluxo cambial na semana passada, confirmado pelo Banco Central, beneficiam o movimento de revalorização do real para a faixa de R$ 5,20”, afirma, em nota, o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, ressaltando o clima de menor aversão ao risco lá fora, em razão de balanços trimestrais positivos nos Estados Unidos e do aumento da probabilidade de uma saída negociada da crise geopolítica provocada pela ameaça russa de invasão à Ucrânia. “Isso deixa o efeito do estrago fiscal potencial da PEC da zeragem dos combustíveis para os próximos dias”.

Pela manhã, as atenções estiveram voltadas ao IPCA de janeiro e à participação do diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, em um evento virtual. O IPCA desacelerou de 0,73% em dezembro para 0,54% em janeiro, ligeiramente abaixo da mediana de Projeções Broadcast (0,55%). Foi, contudo, a maior alta mensal para os meses de janeiro desde 2016.

Em seu discurso, o diretor do BC reforçou o tom mais duro da ata do Copom, ao dizer que o BC tem mais “alguns ajustes pela frente a serem feitos” na taxa Selic. “A batalha está longe de estar ganha. Temos uma inflação de dois dígitos. Temos bastante trabalho pela frente, na minha opinião”, disse Serra, que vê a taxa de câmbio ainda bastante depreciada e acredita que o Brasil tem ainda muito espaço para surfar na rotação global de ativos.

“O discurso do Bruno Serra pode ajudar o dólar a cair mais. O carry trade (operações que busca ganhar com o diferencial de juros entre países) voltou para todos os emergentes. Mas o Brasil começou a subir antes os juros e já tem uma taxa bem mais alta”, diz Alessie Machado, da Commcor DTVM, ressaltando que é preciso estar atento aos impactos da divulgação amanhã do índice de preços ao consumidor (CPI) em janeiro nos Estados Unidos, que vai servir para investidores calibrarem as apostas em torno do ritmo e da magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve neste ano. “Se o número vier forte, esse movimento de queda do dólar no mundo pode ser interrompido”, alerta.

O economista e estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, ressalta que, embora a perspectiva de uma taxa Selic ainda maior ajude o real, o grande propulsor da queda do dólar por aqui hoje foi o movimento global de fortalecimento de divisas emergentes. “Não vou estranhar se amanhã o dólar se valorizar em comparação a outras moedas. Vai sair a inflação nos EUA, que deve confirmar a necessidade do Banco Central americano subir juros de forma mais rápida”, afirma Cruz.

Há 3 anos

Dólar cai 0,64% com apetite externo ao risco, diretor do BC e fluxo positivo

Após uma manhã de instabilidade, em que chegou até a flertar com o teto de R$ 5,30, o dólar à vista perdeu força à tarde no mercado local de câmbio, alinhando-se ao movimento de enfraquecimento da moeda americana em relação a divisas emergentes, em meio a forte apetite ao risco no exterior.

Operadores atribuíram a falta de fôlego do real na primeira etapa de negócios a fatores técnicos no mercado futuro de dólar, com retomada de posições defensivas por players relevantes. Passado esse momento de rearranjo técnico, a moeda americana não encontrou forças para se manter em alta, dada a aceleração dos ganhos das divisas pares do real lá fora e a perspectiva de prolongamento das altas da taxa Selic, após discurso duro do diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra.

A esse pano de fundo favorável se somou um gatilho poderoso para apostas no real: a confirmação de que o apetite do investidor estrangeiro por ativos domésticos continua elevado. Dados de fluxo cambial, divulgados pelo Banco Central por volta de 14h30, mostraram que houve entrada líquida US$ 4,469 bilhões pelo canal financeiro na semana passada (de 31 de janeiro a 4 de fevereiro). No total, o fluxo cambial no período foi positivo em US$ 4,936 bilhões, já que houve também entrada de US$ 368 milhões via comércio exterior.

No acumulado do ano, até 4 de fevereiro, o fluxo cambial é positivo em US$ US$ 5,725 bilhões, graças à entrada líquida de US$ 9,465 bilhões pelo canal financeiro. Do lado do comércio exterior, o saldo neste ano é negativo em US$ 3,740 bilhões.

“O dólar vinha tentando perder os R$ 5,25 faz tempo sem sucesso. Quando chegava a esse patamar, entrava compra, porque havia dúvida se a tendência de queda iria continuar. O fluxo positivo em fevereiro mostrou que a entrada de capital estrangeiro continua muito forte e deu coragem para os vendidos (que ganham com a queda do dólar) aumentarem suas posições”, afirma o gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.

Com variação de cerca de oito centavos entre a máxima (R$ 5,2902) e a mínima (R$ 5,2133), o dólar à vista fechou em queda de 0,64%, a R$ 5,2269 – menor valor desde 13 de setembro (R$ 5,2236). Com isso, a divisa já perde 1,79% na semana e acumula desvalorização de 6,26% em 2022. O dólar futuro para março caiu 0,45%, para R$ 5,26050, com giro de US$ 12,7 bilhões.

No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes – operou em queda durante todo o dia, ao redor dos 95,500 pontos. A moeda americana caiu em bloco em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com perdas de mais de 1% ante o peso chileno e ao rand sul-africano, ambos vistos como pares do real.

“A redução do dólar no exterior e o superávit no fluxo cambial na semana passada, confirmado pelo Banco Central, beneficiam o movimento de revalorização do real para a faixa de R$ 5,20”, afirma, em nota, o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, ressaltando o clima de menor aversão ao risco lá fora, em razão de balanços trimestrais positivos nos Estados Unidos e do aumento da probabilidade de uma saída negociada da crise geopolítica provocada pela ameaça russa de invasão à Ucrânia. “Isso deixa o efeito do estrago fiscal potencial da PEC da zeragem dos combustíveis para os próximos dias”.

Pela manhã, as atenções estiveram voltadas ao IPCA de janeiro e à participação do diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, em um evento virtual. O IPCA desacelerou de 0,73% em dezembro para 0,54% em janeiro, ligeiramente abaixo da mediana de Projeções Broadcast (0,55%). Foi, contudo, a maior alta mensal para os meses de janeiro desde 2016.

Em seu discurso, o diretor do BC reforçou o tom mais duro da ata do Copom, ao dizer que o BC tem mais “alguns ajustes pela frente a serem feitos” na taxa Selic. “A batalha está longe de estar ganha. Temos uma inflação de dois dígitos. Temos bastante trabalho pela frente, na minha opinião”, disse Serra, que vê a taxa de câmbio ainda bastante depreciada e acredita que o Brasil tem ainda muito espaço para surfar na rotação global de ativos.

“O discurso do Bruno Serra pode ajudar o dólar a cair mais. O carry trade (operações que busca ganhar com o diferencial de juros entre países) voltou para todos os emergentes. Mas o Brasil começou a subir antes os juros e já tem uma taxa bem mais alta”, diz Alessie Machado, da Commcor DTVM, ressaltando que é preciso estar atento aos impactos da divulgação amanhã do índice de preços ao consumidor (CPI) em janeiro nos Estados Unidos, que vai servir para investidores calibrarem as apostas em torno do ritmo e da magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve neste ano. “Se o número vier forte, esse movimento de queda do dólar no mundo pode ser interrompido”, alerta.

O economista e estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, ressalta que, embora a perspectiva de uma taxa Selic ainda maior ajude o real, o grande propulsor da queda do dólar por aqui hoje foi o movimento global de fortalecimento de divisas emergentes. “Não vou estranhar se amanhã o dólar se valorizar em comparação a outras moedas. Vai sair a inflação nos EUA, que deve confirmar a necessidade do Banco Central americano subir juros de forma mais rápida”, afirma Cruz.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Ibovespa fecha em alta de 0,20%, aos 112.461,39 pontos, após oscilar entre 111.710,32 e 113.163,31

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Ibovespa volta a operar no positivo; Bradesco (BBDC4) tem a maior queda

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Ibovespa reduz ganhos e opera perto da estabilidade, aos 112 mil pontos; Bradesco (BBDC4) lidera baixas

O Ibovespa reduziu os ganhos e, descolado de Nova York, virou o sinal: opera em leve queda de 0,02%, perto da estabilidade.  O mercado nos EUA está no positivo: Dow Jones sobe 0,98%, S&P 500 ganha 1,44% e Nasdaq avança 1,91%. Natura (NTCO3) lidera altas, na esteira dos dados do setor de varejo, e Bradesco (BBDC4), as baixas, um dia após o balanço do quarto trimestre de 2021.

Há 3 anos

BDRs do Nubank (NUBR33) disparam após anúncio da troca de CPO

Fora do Ibovespa, os BDRs do Nubank (NUBR33) são uns dos ativos de empresas abertas que mais sobem nesta quarta-feira: valorização de 13,39% no dia e avanço de 41,42% no acumulado de sete dias.

A valorização dos papéis coincide com o anúncio de troca do CPO: sai Renee Grace Maultin Atwood e entra Vitor Guarino Olivier. Ontem, a fintech roxinha anunciou também o programa “Yes, She Codes”, para a contratação focada em diversidade, que busca aumentar o número de mulheres em áreas de tecnologia oferecendo vagas de emprego na área.

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