O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (8) em baixa de 1,33%, aos 128.216,92 pontos. A mínima do dia foi de 127.912,23 pontos, enquanto a máxima foi de 130.125,92 pontos. Já o volume financeiro diário totalizou R$ 26,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 0,81% e, no mês, ainda retém leve avanço de 0,36% – no ano, a perda está em 4,45%.
O Ibovespa hoje se descolou das Bolsas de Nova York, que fecharam o dia no campo positivo.
- Dow Jones: +0,13%, aos 38.726,26 pontos;
- S&P500: +0,06%, aos 4.997,96 pontos;
- Nasdaq: +0,24%, aos 15.793,71 pontos.
Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, eentre as altas do Ibovespa estão as ações que tinham maior posição short por parte dos investidores, e agora passam por uma correção técnica. Um exemplo disso é Petz (PETZ3), com os investidores cobrindo suas posições short.
Após a pressão vista no dia anterior no setor financeiro, com a reação do mercado ao balanço e ao guidance do Bradesco (BBDC4), as ações do segundo maior banco privado do País estenderam a correção, hoje em queda de 2,87% na PN (BBDC4) e de 0,87% na ON (BBDC3), que chegou a estar na faixa de 3% a 4% no meio da tarde. A sessão também foi negativa para outros grandes nomes do segmento financeiro, o de maior peso no Ibovespa, com Itaú (ITUB4 -1,97%, mínima do dia no fechamento), Banco do Brasil (BBAS3 -1,51%), que divulga os resultados do quarto trimestre nesta noite, e Santander (Unit -2,27%).
“O Ibovespa piorou com a virada de Petrobras (PETR4) ao negativo, em um dia no qual os índices de ações em Nova York também não mostraram força em parte da sessão, mas não no fechamento, com Dow Jones e S&P 500 em novos recordes. A sessão ainda foi de avanço dos rendimentos dos Treasuries em meio à expectativa de que os juros americanos permanecerão onde estão por mais tempo do que o mercado chegou a antecipar, conforme as indicações mais recentes de dirigentes do Fed o BC dos Estados Unidos”, diz Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos.
De forma geral, poucas ações do Ibovespa fecharam o dia no campo positivo. A ação da CSN Mineração (CMIN3) é uma das que sobem hoje (8). Além de ser um papel que está “descontado” em relação aos seus pares, o especialista também diz que diante da deflação na China, o mercado enxerga a possibilidade de novos estímulos.
Dentre as principais quedas do Ibovespa está a Totvs (TOTS3). A companhia divulgou um balanço de resultados inferior às expectativas do mercado financeiro.
“É uma empresa que no geral entrega sempre bons resultados, e por conta disso negocia a um múltiplo mais caro. Quando há uma frustração na expectativa dos resultados em uma empresa que negocia a esse múltiplo, a resposta do mercado é imediata, provocando fortes oscilações”, explicou Fernandes.
Em relação às outras ações do Ibovespa em queda, estão papéis mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros, já que com um IPCA mais alto divulgado hoje, há uma percepção de que Banco Central possa não acelerar o corte de juros, gerando quedas em ativos como MRV (MRVE3), Casas Bahia (BHIA3) e Hapvida (HAPV3).
Nas ações de maior peso no índice, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) fecharam em queda de 0,81%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) caíram 0,35%. Já a Vale (VALE3) recuou 0,88%.
Maiores altas do Ibovespa
- Petz (PETZ3): +3,18%
- CVC (CVCB3): +1,94%
- TIM (TIMS3): +1,15%
- Embraer (EMBR3): +1,06%
- Pão de Açúcar (PCAR3): +1,01%
Maiores quedas do Ibovespa
- Totvs (TOTS3): -9,77%
- MRV (MRVE3): -9,46%
- Hapvida (HAPV3): -5,19%
- Azul (AZUL4): -4,84%
- Equatorial (EQTL3): -4,30%
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Para Andre Fernandes, a queda do Ibovespa hoje se deu após o anúncio do IPCA, que superou as projeções do mercado financeiro.
“Apesar do índice cheio e núcleos no acumulado de 12 meses continuarem arrefecendo, a média dos núcleos anualizada e dessazonalizado voltou a subir, e isso causou estresse nos ativos de risco, provocando uma queda no Ibovespa, diz Fernandes.
O IPCA de janeiro de 2024 foi de +0,42%, enquanto o consenso de mercado apontava +0,34%. Nos últimos 12 meses, a variação da inflação é de +4,51%, e as expectativas do mercado eram de +4,42% nesse período.
Embora tenha superado as projeções, o IPCA de janeiro foi um pouco menor que o de dezembro, quando a variação foi de +0,56%. Na média anual, se observa um recuo na inflação brasileira, o que corrobora para que o Banco Central possa acelerar os cortes da Selic em algum momento.
Por outro, o especialista acredita que isso também depende do movimento do Federal Reserve (Fed), que ainda não iniciou o movimento de redução dos juros nos Estados Unidos, deixando o BC com uma “postura” mais conservadora, mesmo com o IPCA convergindo para a meta.
“Juros DI e dólar sobem em resposta a um IPCA acima da expectativa, principalmente por conta da média dos núcleos dessazonalizada voltando a subir na parte de serviços subjacentes, que caso engate uma nova tendência de alta, poderemos ver esse IPCA surpreendendo negativamente o mercado nas próximas apurações”, conclui Fernandes.
O dólar à vista encerrou o dia com uma valorização de 0,53%, cotado a R$ 4,9948. Na máxima diária, a moeda dos Estados Unidos chegou a superar os R$ 5,00.
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem (7) em queda de 0,36%, aos 129.949,90 pontos.