Ibovespa sobe 2,21%, aos 130 mil pontos, com altas da Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e bancões. O que animou a Bolsa hoje?
O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (6) em alta de 2,21%, aos 130.416,31 pontos, depois de registrar a mínima de 127.592,80 pontos e a máxima de 130.416,95 pontos. Já o volume financeiro diário totalizou R$ 27,2 bilhões.
No mês, o Ibovespa passa ao positivo, em alta de 2,09% em fevereiro, com ganho de 2,54% na semana após duas sessões favoráveis. Em porcentual, o ganho do dia foi o maior desde 13 de dezembro, então de 2,42%.
O Ibovespa ficou em linha com as principais Bolsas de Valores de Nova York, que também fecharam o dia em alta.
- Dow Jones: +0,37%, aos 38.521,03 pontos;
- S&P500: +0,23%, aos 4.954,23 pontos;
- Nasdaq: +0,07%, aos 15.609,00 pontos.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) tiveram alta de 0,92% e as ordinárias (PETR3) subiram 1,51%. Já as ações da Vale (VALE3) valorizaram 1,77%.
Dentre as ações do Ibovespa que se destacam entre as altas hoje está o Bradesco (BBDC4), que avançou na véspera do anúncio de resultados, que vai acontecer na quarta-feira (7).
Fabio Louzada, economista, planejador financeiro CFP e fundador da Eu me banco, os investidores têm ficado otimistas com a ação da empresa depois de o banco divulgar alterações na administração. Essas mudanças foram além de Marcelo Noronha no cargo de CEO, chegando também a diretoria e vice-presidência.
A ação do Bradesco também sobe após oferecer, juntamente ao Banco do Brasil (BBAS3), R$ 5,35 por ação da Cielo (CIEL3) que, por sua vez, pode deixar a Bolsa de Valores após a compra dos papéis em circulação por esses bancos.
Diante disso, as ações da Cielo também subiram na Bolsa, com o mercado observando a OPA como algo positivo.
O BTG Pactual destaca, em relatório, que a oferta unificada com o Banco do Brasil para tirar a Cielo da Bolsa “faz muito sentido para os bancos controladores, especialmente Bradesco (BBDC4), que passa por uma grande transformação” – em que deve focar mais fortemente no segmento de pequenas e médias empresas, reporta a jornalista Caroline Aragaki, do Broadcast.
Outra valorização relevante do Ibovespa hoje foi da Natura (NTCO3), que avançou após o conselho autorizar uma possível separação entre a empresa e a Avon. “Essa separação poderia reduzir custos e gerar mais valor para a Natura, sendo benéfica para a companhia, por isso, acredito que o mercado veja com bons olhos”, explica Louzada.
As ações da Eletrobras (ELET3) também valorizaram hoje (6), diante da espera dos investidores por um balanço trimestral positivo que pode ser divulgado na próxima semana.
Itaú após o 4T23, Focus e ata do Copom
Os papéis do Itaú (ITUB4) ganharam no Ibovespa depois de anunciar um balanço trimestral positivo ontem (5), o que acabou agradando o mercado. O resultado do Itaú foi de R$ 9,4 bilhões no 4T23, com a companhia registrando um crescimento de 4% na comparação trimestral e de 22,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, superando, inclusive, as expectativas do mercado.
“Divulgado hoje, o Boletim Focus não trouxe grandes alterações na perspectiva para a inflação, o PIB e o câmbio, tanto para 2024 como para 2025. Não tivemos nenhum outro dado econômico que pudesse trazer volatilidade ao mercado, além da ata do Copom que, em geral, veio em linha com o esperado. Há também espera do mercado pelos dados de inflação que serão divulgados na sexta-feira”, diz Rose Duarte, analista da Toro Investimentos.
Pelo lado positivo na sessão, ela destaca o anúncio de resultados acima do esperado pelo mercado para o Itaú – bem como distribuição de dividendos e plano de recompra de ações -, o que agregou impulso ao setor de maior peso no Ibovespa, o financeiro.
Principal ponto da agenda doméstica nesta terça-feira, a ata do Copom, referente à reunião da semana passada, foi recebida sem sobressalto desde a manhã. “Não trouxe alterações na discussão sobre a condução da política monetária e na sinalização dos próximos passos”, observa em nota Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos.
“Vale destacar, porém, que pode ser vista como levemente mais hawkish, dado que a avaliação dos cenários e análise de riscos revela, na margem, uma maior preocupação com a dinâmica recente da inflação de serviços, a aceleração dos rendimentos reais, a possibilidade de atenuação de desaceleração da atividade, e um cenário internacional que segue volátil e incerto, demandando cautela”, acrescenta o estrategista, observando também que, no documento, “não há qualquer indicação de que o comitê possa acelerar o ritmo de ajuste monetário”.
“A ata mostra continuidade da leitura, com ênfase nos mesmos pontos, e sinalizando que ainda se espera também a concretização da queda de juros no exterior”, diz Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Com os DIs em queda, Louzada lembra que as companhias do segmento de varejo também acumularam altas hoje, tendo como destaque as ações de Casas Bahia (BHIA3).
Na ponta negativa, a Embraer (EMBR3) recuou depois de o HSBC diminuir a recomendação de “compra” para “neutro”.
As ações da Localiza (RENT3) também figuraram entre as baixas depois de um relatório do JPMorgan apontar que os especialistas não estão com boas expectativas para os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), e que ainda vão ser apresentados pela empresa. Assim, o JP Morgan também reduziu o preço-alvo, que passou R$ 82 para R$ 81.
Maiores altas do Ibovespa
- Natura (NTCO3): +6,79%
- Bradesco PN (BBDC4): +6,21%
- Eletrobras (ELET3): +5,63%
- Casas Bahia (BHIA3): +5,30%
- Magazine Luiza (MGLU3): +5,13%
Maiores quedas
- Embraer (EMBR3): -3,83%
- Localiza (RENT3): -1,95%
- Hapvida (HAPV3): -0,78%
- Rumo (RAIL3): -0,66%
- Weg (WEGE3): -0,06%
O que impactou o Ibovespa hoje?
Além das questões individuais que interferem no desempenho de cada empresa, a movimentação do Ibovespa hoje se deu diante de novas atualizações e perspectivas para o cenário macroeconômico.
Segundo Fabio Louzada, o Ibovespa hoje avançou apoiado por ações de peso no índice, como os bancos.
O economista destaca que os juros futuros caem no Brasil, em dia de anúncio da ata do Copom. No documento, o Banco Central continua sinalização novos cortes de 0,5 p.p. na taxa Selic para as próximas reuniões, não surpreendendo o mercado em relação ao comunicado da semana passada
O Banco Central destacou novamente sua preocupação com pressões inflacionárias globais e com a inflação de serviços no Brasil, que atualmente mostra-se resiliente, de acordo com o comitê.
“Não houve nenhuma novidade que fosse contra o que o mercado já está projetando para os próximos meses, na minha visão”, afirma Louzada.
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão de segunda-feira (5) em alta de 0,32%, aos 127.593,49 pontos.