Ibovespa fecha com leve perda, em dia de baixa da Vale (VALE3); Vibra (VBBR3) lidera quedas e Cogna (COGN3) tem maior alta

Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (5) em queda de 0,19%, aos 128.098,11 pontos. A mínima diária foi de 127.823,31 pontos e a máxima chegou a 128,989,02 pontos. O volume financeiro diário totalizou R$ 20,5 bilhões.

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O Ibovespa teve um dia de variação contida em boa parte da sessão, mas acentuou o sinal negativo pouco antes das 17h, acompanhando deterioração em Nova York, onde as perdas chegaram a 1,65% (Nasdaq) no fechamento. Na semana, o Ibovespa cai 0,84% e, nas três primeiras sessões de março, acumula perda de 0,71% – no ano, cede 4,54%.

O índice da B3 acompanhou o dia de baixas em Nova York:

  • Dow Jones: -1,04%, aos 38.585,32 pontos;
  • S&P500: -1,02%, aos 5.078,65 pontos;
  • Nasdaq: -1,65%, aos 15.938,59 pontos.

As bolsas de Nova York recuaram nesta terça-feira, 5, diante de tombo das ações de tecnologia, às vésperas do discurso de Jerome Powell ao Congresso americano.

Hoje, as bolsas caíram durante a maior parte do dia. Chegaram a oscilar e reduzir levemente as perdas após dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços medido pelo instituto ISM e diante do recuo nas encomendas à indústria em janeiro. Porém, o ímpeto durou pouco, e na reta final do pregão houve piora generalizada no sentimento de risco, com nove dos onze setores do S&P 500 ficando no vermelho.

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O Ibovespa hoje, que operou entre perdas e ganhos ao longo do dia, sentiu também o peso de queda das blue chips. A Vale (VALE3) recuou 1,36%, cotada a R$ 65,82, em dia de reação ambivalente do mercado à meta oficial de crescimento da China para o ano, de 5% – não tanto pelo porcentual, mas pelo pouco detalhamento dos instrumentos que serão aplicados para estimular a economia, que já vem sob escrutínio do mercado há um bom tempo.

A divulgação do relatório do BTG Pactual, que rebaixou as ações da Vale de compra para neutra, também ajudou a derrubar os papéis da mineradora. Segundo o banco, a confiança na tese de investimento da mineradora diminuiu consideravelmente.

Investidores avaliam, em nota o Bradesco, que será difícil cumprir a meta de crescimento estipulada, dado o quadro econômico chinês atual e a frustração, por ora, com as medidas de estímulos.

Entre as ações de maior liquidez na B3, poucas conseguiram evitar baixa, com destaque para Bradesco (BBDC4 +1,07%, BBDC3 +0,51%) e Banco do Brasil (BBAS3 +0,69%).

O dólar encerrou o pregão no positivo: 0,17%, a R$ 4,9557, depois de oscilar entre R$ 4,9404 e R$ 4,9617.

Em dia de prosseguimento do ajuste negativo no petróleo, ainda que em grau moderado, as ações PETR3 e PETR4 da Petrobras acompanharam o sinal da commodity e fecharam, respectivamente, em baixa de 0,61% e 0,30%. Na ponta perdedora do Ibovespa, as maiores baixas foram da Vibra (VBBR3, -5,50%), Braskem (BRKM5, -4,74%) e Pão de Açúcar (PCAR3, -4,17%). No lado oposto, figuraram Cogna (COGN3, +5,43%), CVC (CVCB3, +5,39%) e BRF (BRFS3, +4,18%).

O que movimentou o Ibovespa hoje

No cenário micro, a Vibra cedeu terreno mesmo após “divulgação de um bom balanço, mas com perda de market share em relação ao mesmo período em 2022″, observa Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, destacando também a perda de Braskem na sessão, em “correção técnica após subir mais de 20% desde fevereiro”.

No campo positivo nesta terça-feira, destaque para Cogna. “A XP alterou recomendação, de neutra para compra, com alvo acima de R$ 4” para a ação, e “o mercado também tem forte expectativa quanto aos resultados do quarto trimestre de 2023, da empresa, que devem ser divulgados em 20 de março”, acrescenta Fernandes. E para Azul, que subiu 3,87%, entre as maiores ganhadoras do dia, com a possibilidade de que venha a apresentar oferta por parte ou mesmo integralidade da concorrente Gol.

No quadro mais amplo, “o dia foi de pessimismo global e de ajuste nos preços das commodities, acompanhado pelas ações subjacentes, muito por conta da conclusão do primeiro dia do Congresso Nacional do Povo, na China, com a meta projetada de 5% de crescimento para o PIB”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

“A economia chinesa ainda precisa de muito estímulo, e o mercado está cético: o governo chinês tem prometido muito, mas não tem entregue tanto, no sentido enfático que o mercado tem pedido há bastante tempo”, acrescenta o analista. “Tivemos assim nomes das commodities – de energia e do setor metálico – pesando hoje mais sobre a cotação do Ibovespa.”

Spiess acrescenta que a cautela se estende, na semana, a outros fatores importantes no cenário externo, como a decisão sobre juros na zona do euro, pelo Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, e no dia seguinte, sexta, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, referente a fevereiro, importante, como sempre, para a calibragem da orientação sobre a política monetária americana.

Por outro lado, o analista destaca a recuperação nas ações de small caps, parte das quais mais exposta ao ciclo doméstico, favorecidas no momento pelo relativo fechamento na curva de juros, em diferentes vértices, aqui e fora. “Há dois motivos principais para isso, hoje: aqui, a revisão, para baixo, do IPCA nas projeções do Focus e, nos Estados Unidos, a queda dos juros de 10 anos, na sequência da desaceleração do PMI de serviços, com efeito para a curva americana”.

Dessa forma, o índice de consumo (ICON), mais correlacionado a juros e demanda doméstica, subiu hoje 0,89%, enquanto o de materiais básicos (IMAT), com exposição a preços e demanda formados no exterior, caiu 0,78% na sessão.

“Em geral, o dia no Ibovespa foi de movimentos bem contidos para bolsa como para juros e câmbio, com os dados do dia basicamente em linha, e grande expectativa para a divulgação, na sexta-feira, do mais recente relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, assim como para fala, ao Congresso, do Jerome Powell, presidente do Federal Reserve”, diz Lucas Serra, analista da Toro Investimentos.

Com Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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