Ibovespa cai em dia sem NY, aos 119 mil pontos; Vale (VALE3) recua e GPA (PCAR3) dispara 10%
Em dia de baixa liquidez, com o feriado nos EUA, o Ibovespa fechou em baixa de 0,50%, aos 119.076,37 pontos, chegando a mínima de 118.830,47 pontos e a máxima de 119.677,86 pontos. Assim, o volume financeiro foi de R$ 12,5 bilhões.
O dia foi de variações contidas para o Ibovespa, em viés moderadamente negativo. Sem contar com catalisadores domésticos, em sessão de agenda fraca aqui sem a referência de Nova York no feriado da Independência dos Estados Unidos.
“Ainda que sem muita ênfase, tivemos um dia de correção para o Ibovespa, que tem flertado com os 120 mil pontos, mas sem conseguir se sustentar acima desse nível. E hoje foi uma sessão sem liquidez internacional, com o feriado nos Estados Unidos”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
No ambiente doméstico, apesar da leitura um pouco acima do esperado para a produção industrial em maio, divulgada de manhã pelo IBGE, alguns pontos de atenção para os investidores contribuíram para o comportamento defensivo ao longo desta terça-feira. “Em Brasília, há muita discussão neste pequeno período que falta para o recesso de meio de ano, e muitas matérias de interesse econômico à espera de votação, como a do Carf, que está ‘empatando’ outras pautas – além do arcabouço fiscal, que voltou para a Câmara, e a reforma tributária”, diz Spiess.
Ele destaca que a relativa “pacificação” do mercado nas últimas semanas, com retirada de prêmios e fechamento da curva de juros, decorreu de melhor ancoragem das projeções para a inflação, com base também na expectativa suscitada pela futura passagem do arcabouço fiscal – e, em um segundo momento, a aprovação de reforma tributária. “É preciso virar essa página do arcabouço e passar para a reforma tributária”, acrescenta o analista, chamando atenção para a correlação que prevaleceu nesta terça-feira de baixo volume, com alta do dólar, queda da Bolsa e avanço dos DIs futuros.
Diante da resistência ao projeto de lei do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), líderes partidários consideram que a matéria não deve ser analisada hoje em plenário, como previsto inicialmente. A mudança no calendário pode atrasar a votação de outras pautas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária e o novo arcabouço fiscal, reportam de Brasília os jornalistas Giordanna Neves e Iander Porcella, do Broadcast.
Enquanto as bolsas de Nova York permaneceram fechadas, o Ibovespa hoje caiu, apesar da alta de 0,23% nas ações preferenciais da Petrobras (PETR4) e de 0,24% nas ordinárias.
Os papéis da Vale (VALE3) tiveram queda de 0,50%, enquanto as ações da Companhia Brasileira de Distribuição (GPA), dona do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), dispararam quase 10% nesta terça-feira (4).
Os investidores repercutiram a notícia do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, de que o bilionário colombiano Jaime Gilinsky, que ofereceu uma proposta pela compra do Éxito, está no Brasil na busca de convencer investidores do GPA a se alinharem com ele.
O que movimentou o Ibovespa hoje?
O Ibovespa operou em leve queda no dia de hoje (4) acompanhando as bolsas europeias e futuros americanos, que também corrigem nesta sessão.
Segundo Lucas de Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, com exceção da Alemanha, que teve uma queda mais acentuada por causa da queda das exportações, os mercados em sua maioria corrigiram levemente pela falta de liquidez global, em dia de feriado de 4 de julho nos EUA.
Petrobras (PETR4) e Prio (PRIO3) operaram em alta principalmente com a alta no preço do barril de petróleo, que avançou hoje. Apesar da falta de liquidez e queda do Ibovespa hoje, esses papéis conseguiram trabalhar no campo positivo.
Por outro lado, a forte alta da Braskem (BRKM5) ocorreu em razão do convite da empresa para a Unipar (UNIP6) iniciar um duo diligence visando oferta final por fatia da companhia.
A Vale (VALE3) acompanhou a estabilidade no minério de ferro e baixa liquidez global. Rede D’Or (RDOR3) também seguiu a baixa do Ibovespa hoje e a queda majoritária do setor.
“Após dias consecutivos de quedas nos juros e no dólar pudemos observar uma reação de ambos os ativos, puxados também pela leve queda do Ibovespa. Porém, apesar das altas de hoje tanto no dólar quanto nos juros, principalmente nos vértices intermediários, os ativos na Bolsa seguiram em tendência de baixa”, explicou o especialista.
Nos juros, Caumont observa um movimento de correção de mercado pós-fechamento de curva, com um IPCA-15 melhor do que o esperado e Boletim Focus com Selic que passou de 12,25% para 12% ao ano.
“A gente vem acompanhando um forte fechamento da curva completa, principalmente nos vértices médios e longos. Então, vimos correção hoje após o fechamento que tivemos. A gente começa a ver mais estabilidade na curva de juros e menor volatilidade. Vamos dar uma estacionada cada vez maior na curva com menor volatilidade e direcional mais bem definido. A questão da queda de juros já está mais próxima e a inflação está chegando na faixa superior da meta. Com isso, a gente consegue ter mais estabilidade e o mercado está mais previsível”, conclui o especialista.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa terminou o pregão de ontem (3) em alta de 1,34%, aos 119.672,78 pontos.