O Ibovespa opera em queda de 1,45% nesta quinta-feira (1), aos 110.809 pontos, por volta das 15h, em meio a queda de varejistas, construtoras e também da Petrobras (PETR4).
A movimentação do Ibovespa acontece após a divulgação de um PIB mais fraco no Brasil, enquanto os investidores estão de olho no exterior.
O Ibovespa hoje se descola das bolsas de Nova York, que seguem em alta, com S&P 500 variando +3,09% e Nasdaq, +4,41%. As bolsas europeias também permanecem positivas.
O mês de dezembro começou com a cotação do Ibovespa em queda, indicando que o rali de fim de ano não será fácil. Nem mesmo a alta do petróleo, em meio ao avanço do relaxamento de restrições contra a covid-19 na China, e das bolsas do ocidente após dados dos Estados Unidos anima.
“Começou mal, mas pode melhorar”, afirma Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, para quem o recuo do índice Bovespa sugere ser mais um ajuste à alta na véspera.
Outro ponto que pesa é a que a divulgação de nomes para a Economia no futuro governo ficará para semana que vem, assim como espera-se a conclusão da PEC da Transição. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) fraco do Brasil no terceiro trimestre não ajuda. O PIB cresceu (0,4%) ante o segundo trimestre, menos do que a mediana de 0,6% das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast.
Na B3, as ações ligadas ao ciclo econômico reagem negativamente, ao passo que os juros futuros avançam.
“O PIB decepcionou um pouco. Por mais que se esperasse desaceleração, o mercado está aguardando notícias positivas, dado o numero de negativas notícias. O que mais surpreendeu é a parte de serviços, que continuou crescendo, enquanto o agro teve resultados ruins pela dinâmica do setor”, avalia Oliveira, da One.
Para Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB investimentos, “a grande decepção talvez tenha sido o agronegócio.”. O PIB do agro caiu 0,9% no terceiro trimestre ante o segundo, tendo o maior recuo desde o período de julho a setembro de 2021 (-5,6%).
Apesar do PIB mais fraco que o esperado e por se tratar-se de um dado do ‘passado’, Cruz ainda não vê motivos para mudanças consideráveis nas projeção de crescimento do País. “Entendo que estamos olhando para o retrovisor, mas sabemos que do segundo trimestre para o terceiro houve enfraquecimento da atividade”, diz.
“O quarto trimestre deve rondar a estagnação, talvez algo mais fraco do que o projetado lá atrás. Porém, não significa que provocará grandes revisões nas projeções, pois boa parte do que será feito em 2023 ainda está indefinido pelo governo de transição”, afirma o economista da RB.
Ontem, o índice Bovespa subiu 1,42%, aos 112.486,01 pontos. “Fechou muito próximo do objetivo de ultrapassar os 113 mil pontos, quando pode ganhar maior tração”, observa em nota o economista Álvaro Bandeira. O ganho veio na esteira da sinalização do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que a PEC da Transição terá de ser desidratada para passar no Congresso Nacional.
Notícias que movimentam o Ibovespa hoje
- Prévia do Ibovespa: B3 exclui Positivo (POSI3) da carteira teórica para janeiro a abril/23
- PIB do Brasil registra quinta alta seguida e cresce 0,4% no 3T; número fica abaixo do esperado
- Paranapanema (PMAM3) entra com pedido de recuperação judicial
Prévia do Ibovespa: B3 exclui Positivo da carteira teórica para janeiro a abril/23
A B3 excluiu as ações da Positivo da primeira carteira teórica do Índice Bovespa válida para o período entre janeiro e abril de 2023, segundo informações divulgadas nesta quinta (1º). Não houve a inclusão de nenhum papel, e com isso, a composição do Ibovespa hoje passa a contar com 91 ações.
A saída da empresa de tecnologia do índice já era esperada pelo mercado. Em relatório divulgado recentemente, a XP já falava na grande probabilidade de que a ação da Positivo saísse da carteira, uma vez que o Índice de Negociabilidade (IN) do papel superou o limite de 90% por uma margem ampla nas simulações da corretora.
O maior peso do índice se mantém como Vale (VALE3), com participação de 15,384%, fatia ainda maior do que os 14,194% atuais. Itaú Unibanco (ITUB4) aumentou sua participação no índice dos atuais 5,992% para 6,133%, ocupando a posição de segundo ação de maior peso no índice.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre de 2022 registrou sua quinta alta seguida, com um avanço de 0,4%, em comparação com o segundo trimestre. Segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta quinta (1º), em valores correntes, a economia brasileira movimentou R$ 2,544 trilhões entre julho e setembro. Contudo, o resultado ficou abaixo do esperado pelos analistas.
PIB do Brasil registra quinta alta seguida e cresce 0,4% no 3T; número fica abaixo do esperado
Os destaques do terceiro trimestre da economia brasileira foram para os setores de serviços e da indústria, que cresceram 1,1% e 0,8%, respectivamente. Do outro lado, a agropecuária recuou 0,9%, e o comércio também diminuiu, com um resultado negativo de 0,1%.
“Esse é um cenário que já vínhamos observando na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. O resultado reflete a realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços”, destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, em comunicado à imprensa.
Paranapanema entra com pedido de recuperação judicial
Segundo a Paranapanema, por meio do plano de recuperação judicial, que será apresentado à apreciação da Assembleia Geral de Credores, a empresa planeja “reestabelecer seu equilíbrio econômico-financeiro e honrar os compromissos assumidos com seus diversos stakeholders e, em um futuro próximo, retomar seu crescimento, dentro das reais possibilidades operacionais e financeiras”.
Além da recuperação judicial da Paranapanema, a empresa ainda comunicou que, por conta dos desafios enfrentados atualmente, decidiu descontinuar a divulgação de projeções ao mercado.
Maiores altas do Ibovespa
- Embraer (EMBR3): 2,51%
- Taesa (TAEE11): +2,20%
- Engie EGIE3: +1,80%
- PetroRio (PRIO3): +1,64%
- Positivo (POSI3): +1,63%
Maiores baixas do Ibovespa
- BRF (BRFS3): -6,90%
- Cielo (CIEL3): -4,38%
- Magazine Luiza (MGLU3): -4,11%
- IRB (IRBR3): -2,67%
- Raízen (RAIZ4): -3,95%
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da quarta-feira (1) em alta de 1,42%, na máxima de 112.486,01 pontos.
(Com informações de Estadão Conteúdo)