O Ibovespa fechou em alta de 2,06%, aos 110.564,66 pontos, nesta quinta-feira (1º).
Um dos destaques positivos do Ibovespa hoje, pelo segundo dia consecutivo, foi a BRF (BRFS3), com valorização de mais de 4% com a promessa de uma injeção bilionária de capital.
Nas bolsas mundiais, alta de 0,05% no S&P enquanto o Dow Jones cai 0,35%.
Nas commodities, alta de 0,03% no petróleo Brent, a US$ 72,62. O minério de ferro, por sua vez, sobe 5,7% a US$ 107,49. A Petrobras (PETR4) teve forte alta no primeiro pregão do mês: 2,5%. A Vale (VALE3) também decolou, com avanço de 2,6%.
No radar de indicadores, o PIB do primeiro trimestre de 2023 cresceu 1,9% na comparação o trimestre anterior, chegando a 4,0% em relação aos três primeiros meses de 2022.
“O crescimento forte do primeiro trimestre surpreendeu e deve provocar aumento das projeções para o ano, principalmente pelo fator do carrego estatístico. Porém, os juros altos, a dissipação dos efeitos do impulso da agropecuária e o cenário externo incerto devem desacelerar o PIB, que deve fechar o ano com crescimento ao redor de 2%”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
O crescimento acima do esperado do PIB do Brasil nos três primeiros meses do ano – acima do esperado – estimula ganhos de algumas ações ligadas ao consumo e de bancos na B3.
Segundo Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, o mercado deve reagir de forma positiva, especialmente a Bolsa, visto que sofreu ajuste negativo nos últimos dias. Além disso, acrescenta, uma expectativa de crescimento maior atrai investimento para Brasil. “Hoje temos commodities para cima que também devem atrair capital financeiro de estrangeiros refletindo no dólar”, avalia Velloni.
“Aqui, o PIB surpreendeu e isso está resvalando na Bolsa, há melhora de sentimento. Só que o driver não é só o que se refere a Brasil. A definição de juros nos Estados Unidos é o que determina a liquidez”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista em investimentos da Blue3 Investimentos. Ontem, alguns dirigentes indicaram que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode não elevar taxas na reunião de junho.
Ainda segue no radar dos investidores a aprovação, na Câmara, a Medida Provisória (MP) que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. Foram 337 votos favoráveis, 125 contrários e uma abstenção. “A aprovação da MP que reestrutura os ministérios não altera a percepção de dificuldades na articulação do governo, mas ameniza tensões mais iminentes”, avalia o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Além da influências das commodities, as ações da Vale e da Petrobras devem ficar no centro das atenções por conta de noticias ligadas às empresas. A mineradora, em conjunto com outras companhias do segmento e credores, chegou a um acordo vinculante, que estabelece os parâmetros da reestruturação da dívida da Samarco.
Já o Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta a revisão dos elementos estratégicos para o Plano Estratégico 2024-2028 (PE 2024-28), focando em um “um futuro mais sustentável, na busca por uma transição energética justa e segura no País.
Em relação às notícias divulgadas nos meios de comunicação, a estatal confirma que se reuniu com executivos do fundo Apollo e da Adnoc, ocasião em que foi discutida a posição da Petrobras no setor petroquímico brasileiro, que está no momento em processo de análise no âmbito da elaboração do seu Plano Estratégico 2024-28.
No setor privado norte-americano, houve a geração de 278 mil empregos em maio, ante projeção de 162 mil vagas, conforme a pesquisa ADP. Já do outro lado do planeta, o S&P Global/Caixin indicou que o setor industrial voltou a se expandir em maio. O resultado vem um dia após o PMI oficial da indústria chinesa apontar para retração.
“Depois da aprovação do texto sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, o fantasma do calote começa a sair do radar. Só que o aumento para quase o dobro nas vagas pela ADP tira um pouco o fôlego do mercado, gerando insegurança nos mercados em relação às apostas para os juros americanos”, avalia Esteves, da Blue3.
Notícias que movimentam a bolsa de valores hoje
- Petrobras aprova novo plano estratégico
- EDP Brasil (ENBR3) diz que OPA deve ocorrer em 11 de julho
- Americanas dá novidades sobre resultado do 4T22
Fechamento de Capital da EDP
A EDP Brasil (ENBR3) comunicou que deferiu o pedido de registro de oferta pública para a aquisição de ações (OPA) da companhia, fazendo com que ela deixe a bolsa.
Com isso, foi disponibilizado o edital da oferta da EDP.
A oferta já era esperada, já que meses antes o controlador, de Portugal, havia mostrado interesse na aquisição de 100% do capital.
Plano Estratégico da Petrobras
A Petrobras (PETR4) aprovou sua revisão para seu próximo plano estratégico, que deve vigorar de 2024 a 2028. A decisão foi comunicada pela estatal ainda na manhã desta quinta-feira (1º).
O novo plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de 6% a 15% em baixo carbono, ante 6% do plano anterior.
Os elementos do plano visam preparar a Petrobras para o compromisso com um “futuro mais sustentável, na busca por uma transição energética justa e segura no país, conciliando o foco atual em óleo e gás com a busca pela diversificação de nosso portfólio em negócios de baixo carbono”, disse a empresa em nota.
Os investimentos devem ser financiados pelo fluxo de caixa operacional, em níveis equivalentes às outras companhias do setor.
Além disso, devem ser frutos de parcerias permitam compartilhar riscos e expertise.
Ainda em março, a diretoria executiva da Petrobras desenhou novas estratégias para seus segmentos de atuação.
Resultado da Americanas
A Americanas (AMER3) afirmou que o balanço do quarto trimestre de 2022 (4T22) pode ser divulgado até o dia 31 de agosto. Na última quarta-feira (31), a varejista reforçou que os números seguem sendo auditados devido às inconsistências contábeis que culminaram no pedido de recuperação judicial da companhia.
Em documento arquivado na CVM, a gestão da empresa reforçou que o processo de auditagem visa assegurar que as demonstrações financeiras reflitam adequadamente os números do negócio, além da apuração sobre o que motivou as inconsistências contábeis.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão da quarta-feira (31) em queda de 0,58%, aos 108.335 pontos.
Com Estadão Conteúdo
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