Ibovespa sobe 0,57% com avanço de Petrobras (PETR4); Banco do Brasil (BBAS3) tem alta de 2,29% e Casas Bahia (BHIA3) lidera baixas
O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (1º) em alta 0,57%, na máxima do dia, aos 128.481,02 pontos. A mínima do pregão foi de 127.283,98 pontos, enquanto o volume financeiro diário somou R$ 23,7 bilhões.
A incerteza sobre bancos regionais americanos acabou resultando em enfraquecimento global do dólar e demanda por Treasuries – aqui, a moeda à vista cedeu 0,44%, a R$ 4,9156, nesta quinta-feira.
Notadamente no começo da tarde – quando o Ibovespa renovou mínima da sessão a 127.283,98 pontos, acompanhando então a piora de sentimento em NY, com os índices de ações por lá também nos respectivos pisos do dia -, o movimento no câmbio respondeu ao enfraquecimento dos rendimentos dos Treasuries: o qual, por sua vez, refletiu as preocupações sobre os bancos regionais americanos, na esteira de balanço do New York Community Bancorp que resultou em busca por proteção nos títulos americanos – ativos, por excelência, considerados livres de risco.
O desempenho positivo do Ibovespa seguiu em linha com o avanço das Bolsas de Nova York:
- Dow Jones: +0,97%, aos 38.519,97 pontos;
- S&P: +1,25%, aos 4.906,25 pontos;
- Nasdaq: +1,30%, aos 15.361,64 pontos.
No quadro mais amplo, passada a manutenção da taxa de juros de referência dos EUA na faixa de 5,25% a 5,50% e também o corte da Selic, de 11,75% para 11,25% ao ano, ambos conforme esperado, os investidores ponderam a direção da política monetária e o diferencial de juros. A expectativa é de que o Copom siga reduzindo a taxa brasileira em meio ponto porcentual nas “próximas reuniões” e que o Fed deverá segurar a taxa americana onde está ao menos até maio – encerrando, ao menos no momento, a discussão de mercado sobre eventual antecipação para março.
O especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, Anderson Silva, destacou o avanço da Petrobras (PETR4), que acompanhou a valorização do petróleo no exterior e retomou máximas históricas depois de rumores de um cessar fogo entre Israel e Hamas, o que fez com que a ação ficasse mais volátil mais cedo.
“Depois de um grande movimento de alta no final de 2023, o mercado tem espaço para correção. Esse movimento dificulta a vida de quem quer especular com possível alta, porém, ajuda quem deseja aumentar posições a preços mais baratos”, observa Silva, acrescentando que o Ibovespa, com a correção vista em janeiro, continua a ser negociado com P/L ainda “longe da média e de suas máximas”.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) encerraram o dia com ganhos de 2,77%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 1,90%. Por outro lado, as ações da Vale (VALE3) recuaram 0,46%.
No setor bancário, o Banco do Brasil (BBAS3) brilhou, ao subir 2,29%, a R$ 57,74, entre as principais altas do índice. O Santander (SANB11), com +1,68%, a R$ 29,13, se recuperou depois da queda da quarta, dia em que apresentou balanço que decepcionou o mercado. Mas o Bradesco (BBDC4) recuou 0,20% (R$ 15,32) e o Itaú (ITUB4) perdeu 0,21% (R$ 32,69).
Os principais destaques de alta do Ibovespa hoje foram GPA (PCAR3) e CVC (CVCB3), que se valorizaram 6,91% e 5,16%, respectivamente.
As ações da Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) sobem depois que as empresas anunciaram conversas sobre uma possível fusão. As duas juntas criariam uma companhia de aproximadamente R$ 13 bilhões.
As empresas disseram que pode haver uma “unificação das bases acionárias em uma única companhia com governança compartilhada”, o que animou o mercado financeiro.
Entre as quedas do Ibovespa estão as ações de Casas Bahia (BHIA3), com -2,92%, e 3R Petroleum (RRRP3), com -2,45%, que permanecem em seu movimento de baixa.
Maiores altas do Ibovespa
- GPA (PCAR3): +6,91%
- CVC (CVCB3): +5,16%
- Carrefour (CRFB3): +3,36%
- Petrobras PN (PETR4): +2,77%
- BRF (BRFS3): +2,72%
Maiores quedas do Ibovespa
- Casas Bahia (BHIA3): -2,92%
- 3R Petroleum (RRRP3): -2,45%
- Marfrig (MRFG3): -2,23%
- Alpargatas (ALPA4): -2,10%
- Bradespar (BRAP4): -1,98%
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Segundo Anderson Silva, no primeiro pregão depois da “super quarta”, o mercado ainda digere a decisão do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom).
O especialista destaca que os mercados dos Estados Unidos ainda se recuperam depois de um discurso mais hawkish do presidente do BC americano Jerome Powell, que não trouxe indicativos de uma baixa mais próxima dos juros.
Diante dessas incertezas, os investidores estão buscando oportunidades em companhias que podem apresentar valorização relevante diante das quedas dos juros. Com essa perspectiva, estiveram entre as maiores altas do Ibovespa hoje ações como GPA (PCAR3) e CVC (CVCB3).
“Na minha visão, é importante enfatizar que 2024 não será um ano fácil. Depois de um grande movimento de alta no final de 2023, o mercado tem espaço para correção. Esse movimento dificulta a vida de quem quer especular com uma possível alta do mercado, porém ajuda quem quer aumentar cada vez mais as suas posições a preços mais baratos. É importante lembrar que o IBOV está negociando com um P/L de 7,66x bem longe da média e de suas máximas”, explicou Anderson Silva.
Além disso, a queda dos juros futuros reflete a perspectiva dos cortes futuros na taxa básica de juros, a Selic, que o Banco Central já vem indicando realizar em 0,5 p.p.
Já o dólar continua seu movimento lateral diante das incertezas do cenário macroeconômico. “Acredito que, sem um apontamento claro do controle da inflação pelos EUA, e dado ao volume crescente de exportações do Brasil, esse deve ser o novo patamar de negociação da moeda, entre R$ 4,85 e R$ 4,95”, afirma o especialista.
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa terminou a sessão de ontem (31) em alta de 0,28%, aos 127.752,28 pontos.
