Ibovespa inicia em alta; fala de Bolsonaro e eleições nos EUA no radar

O Ibovespa abriu em leve alta nesta quinta-feira (8), a exemplo das bolsas globais que operam no azul. Por volta das 10h15, o maior índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) apresentava um avanço de 0,24%, para 95.756 pontos.

A cotação do Ibovespa varia conforme o humor dos investidores, que permanecem de olho no contexto político econômico do Brasil. O mercado vê com otimismo o mais novo voto de confiança do presidente Jair Bolsonaro para o ministro da Economia, Paulo Guedes. O mandatário, no entanto, vê uma “lealdade mútua” com o ministro, dizendo que a última palavra para a economia é dele ou de Guedes.

“Me surpreende por vezes o mercado por declaração de um ministro ou de um funcionário de segundo escalão falar alguma coisas e aquilo passar a ser uma verdade. Bolsa cai, dólar sobe. A palavra final na Economia não é de uma pessoa, é de duas pessoas: eu e Paulo Guedes. Eu não tomo decisões sem ligar para o respectivo ministro”, afirmou o presidente.

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No aspecto fiscal, principal ponto de atenção do mercado nas últimas semanas, chama atenção as informações de que a indefinição sobre o comando da Câmara dos Deputados a partir do ano que vem está emperrando a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Dessa forma, é levantada a preocupação de que o governo não terá base legal para pagar suas despesas a partir do começo de 2021. Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, a comissão ainda votará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem, primeiro passo para o exame do Orçamento.

Outro ponto de destaque do dia fica por conta da relação do Brasil junto a seus parceiros comerciais europeus. Na última quarta-feira, o Parlamento Europeu decidiu interrompeu as negociações do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul em função das preocupações com a política ambiental do Brasil. O governo brasileiro, em resposta, disse que a manifestação tem “cunho político”, sem efeitos reais no tratado que vem sendo costurado há duas décadas.

No front exterior, o mercado norte-americano analisa o debate entre os candidatos a vice-presidência dos Estados Unidos: Kamala Harris, integrante da chapa do democrata Joe Biden, e Mike Pence, vice-presidente de Donald Trump. No evento realizado na última quarta-feira, mais civilizado que o ocorrido entre os cabeças de chave na última semana, Harris foi considerada a vencedora sobre Pence.

O debate foi focado no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), onde Harris conseguiu se aproveitar falando que Trump tinha conhecimento sobre a gravidade da doença desde janeiro, mas não alertou a população. Os Estados Unidos são o país mais impactado pela pandemia, que já vitimou 211,84 mil estadunidenses.

Destaques corporativos

Um executivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse à agência “Reuters” que o banco de fomento espera concluir a venda de cerca de R$ 2 bilhões em debêntures da Vale (VALE3) até o início do ano que vem.

O BNDES comunicou em setembro a contração de bancos para coordenar a operação com ativos da mineradora, como parte de sua estratégia para se desfazer dos títulos detidos por seu braço direto de investimentos, BNDESPar, e se voltar principalmente para pequenas empresas e infraestrutura.

Os acionistas do Magazine Luiza (MGLU3) aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quarta-feira (7), o desdobramento das ações da empresa de um para quatro. A medida havia sido anunciada no mês passado, com o intuito de “tornar o patamar de preços para os papéis mais acessível aos investidores e, consequentemente, aumentando também a liquidez das ações“.

Caso as ações da varejista fossem desdobradas com base no preço de fechamento do pregão da última quarta-feira, o ativo MGLU3 abriria a sessão negociado a R$ 22,23. Somente neste ano, em meio à crise gerada pela pandemia, os papéis da empresa apresentam uma valorização de 86,80%.

Mercados globais

Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:

  • Nova York (S&P 500) futuro: +0,61%
  • Londres (FTSE 100): +0,62%
  • Frankfurt (DAX 30): +0,82%
  • Paris (CAC 40): +0,57%
  • Milão (FTSE/MIB): +0,53%
  • Hong Kong (Hang Seng): -0,20% (fechada)
  • Xangai (SSE Composite): (fechada, feriado nacional)
  • Tóquio (Nikkei 225): +0,96% (fechada)

Última cotação do Ibovespa

De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta-feira com uma queda de 0,09%, a 95.526,258 pontos.

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Jader Lazarini

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