O Ibovespa futuro abriu em alta nesta manhã, atento ao cenário externo. As bolsas mundiais operam em leve queda, de olho nas eleições no estado da Geórgia, que devem determinar se o controle do Senado norte-americano continua com os republicanos ou passa para os democratas.
O mercado futuro do maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), por volta das 9h15, apresentava um avanço de 0,44%. O Ibovespa futuro também é movido pela divulgação de dados econômicos internacionais, como o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro, além do noticiário político.
No que se refere ao cenário externo, as atenções são voltadas ao Senado dos Estados Unidos. Nos últimos 30 anos, o estado da Geórgia foi um reduto republicano. No entanto, na eleição presidencial de novembro de 2020, o estado escolheu o democrata Joe Biden, e sua vice Kamala Harris, para liderarem o país pelos próximos quatro anos.
Os candidatos republicanos David Perdue e Kelly Loeffer disputam as cadeiras com os democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock. Caso ambos os democratas vençam, o Senado ficaria dividido entre 50 democratas e 50 republicanos. O voto da vice-presidente Harris valeria como desempate, dando a maioria para os democratas, trazendo a “onda azul”.
O evento é de grande importância para a política norte-americana, uma vez que traduz a tônica da relação do próximo presidente com o Legislativo. Com o Senado majoritariamente democrata, Joe Biden teria maior liberdade de colocar suas propostas em prática.
O PMI Composto Markit da zona do euro de dezembro, por sua vez, atingiu 49,1 pontos, frente a projeção de 49,8 pontos. O de Serviços Markit pontuou 46,4 no mês passado, ante a projeção de 47,3 — no mês anterior, havia sido de 41,7.
Às 10h, será divulgado o PMI Composto e de Serviços Markit no Brasil. Às 14h30, serão divulgados os dados do fluxo cambial mensal. Também segue no radar do mercado a divulgação da ata da última reunião do FOMC, às 16h.
Ibovespa futuro em meio ao cenário político
Os investidores também digerem as falas do presidente Jair Bolsonaro, dadas na última terça-feira (5). Em uma conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que “não consegue fazer nada” porque o Brasil “está quebrado”.
“O Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus potencializado pela mídia que nós temos, aí, essa mídia sem caráter que nós temos, tá certo?”, disse o presidente. Em resposta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que o comentário do presidente é “grave e desalentador”.
Voltando ao cenário internacional, o Índice DXY, mais conhecido como índice do dólar, opera em leve queda de 0,22% na manhã desta quarta-feira (6). O pregão desta manhã é marcado, mais uma vez, pela força do euro frente à moeda norte-americana.
O índice do dólar é uma das ferramentas dos investidores para a interpretação da moeda estadunidense em relação ao restante do mercado. Com uma cesta de moedas, o Índice DXY entra em tendência de alta quando o dólar dos Estados Unidos está mais forte em comparação com as outras moedas.
Por volta as 9h30, o dólar comercial norte-americano era negociado na venda a R$ 5,2477, com uma variação negativa de 0,23%.
As taxas de juros futuras, por sua vez, acentuam o avanço nesta manhã. Às 9h34, os contratos de juros futuros baseados no Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na B3 para janeiro de 2022 apresentavam uma variação positiva de 1,20%, a 2,94%. Os papéis para janeiro de 2023 subiam 1,74%, para 4,39%; para janeiro de 2025 tem uma alta de 1,38%, para 5,88%; para janeiro de 2027, operam com um avanço de 1,38%, para 6,60%.
O Ibovespa futuro é um contrato derivativo do mercado financeiro negociado sobre a expectativa do valor, em pontos, que o mercado à vista terá em uma data posterior. Além de indicar o possível destino do índice quando o sino de abertura do mercado tocar, os negociadores podem comprar ou vender esse contrato em determinada pontuação para o índice em uma data futura.
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