Ibovespa futuro abre em leve baixa, puxado pelo exterior

O Ibovespa futuro abriu em queda nesta sexta-feira (30), pressionado por uma tendência de baixa dos mercados internacionais nesta semana. Por volta das 9h20, o contrato futuro do maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) apresentava uma baixa de 0,34%.

Os mercados futuros de Nova York operam em queda em função da proximidade das eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para a próxima terça-feira (3). O processo eleitoral tradicionalmente traz forte volatilidade para as bolsas mundiais, o que não é diferente no Ibovespa futuro — o mercado à vista opera em queda de quase 5% na semana.

O processo eleitoral também traz o receio às bolsas mundiais por uma possível demora na contagem dos votos e o precedente que isso pode abrir para uma tensão política. Além disso, as eleições também são uma condicional para o novo pacote de estímulos econômicos à famílias e empresas nos Estados Unidos, que está sendo negociado entre os democratas e a Casa Branca. Donald Trump disse que o pacote, estimado na casa de US$ 1,9 trilhão, sairá somente após as eleições.

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Ainda no cenário externo, chama atenção dos investidores o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos Estados Unidos, que registrou mais um recorde de infecções na última quinta-feira (29), e na Europa, onde França e Alemanha já estipularam novos bloqueios.

O mercado teme que as novas medidas de contenção à pandemia impactem a frágil tentativa de recuperação da economia europeia. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 12,7% no terceiro trimestre, em comparação aos três meses anteriores. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira.

Além disso, o Eurostat, escritório de estatísticas do bloco europeu, divulgou dados de desemprego, que ficou em 8,5% na zona do euro e em 7,5% na União Europeia (UE) em setembro. No mesmo período de 2019, de acordo com os números divulgados, as taxas eram de 7,5% e de 6,6%, respectivamente.

No front interno, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estaria financiando estudos para que “ministro gastador” pudesse enfraquecê-lo. “A Febraban é uma casa de lobby muito honrada, o lobby é muito justo. Mas tem que estar escrito na testa, ‘lobby bancário’, que é para todo mundo entender do que se trata”, afirmou o ministro.

Em resposta, a federação declarou, em nota, que sempre se posicionou pela necessidade de sustentabilidade fiscal como pressuposto da retomada econômica. A entidade também disse que sempre foi a favor da manutenção do teto de gastos.

Por volta das 9h25, os contratos de juros futuros baseados no Depósito Interfinanceiro (DI) negociados na B3 para janeiro de 2022 apresentavam uma queda de 0,57%, a 3,46%. Os papéis para janeiro de 2023 caem 0,40%, para 5,02%; para janeiro de 2025 recuam 0,29%, para 6,76%; para janeiro de 2027, operam com baixa de 0,40%, para 7,53%.

Por volta do mesmo horário, o dólar norte-americano era negociado na venda a R$ 5,77, com uma leve alta de 0,09%, no maior patamar dos últimos meses.

O Ibovespa futuro é um contrato derivativo do mercado financeiro negociado sobre a expectativa do valor, em pontos, que o mercado à vista terá em uma data posterior. Além de indicar o possível destino do índice quando o sino de abertura do mercado tocar, os negociadores podem comprar ou vender esse contrato em determinada pontuação para o índice em uma data futura.

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Jader Lazarini

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