Ibovespa manterá o fôlego após alta de 4,9% em janeiro?
Em janeiro, o Ibovespa acumulou uma alta de 4,9%, trazendo assim algum alento aos investidores em meio a um cenário macroeconômico ainda incerto. Contudo, em relatório, o Itaú BBA diz ser improvável a continuidade de um movimento positivo no índice.
Os analistas afirmam que, “apesar dos valuations extremamente comprimidos ao fim de 2024 parecessem merecer alguma correção, não houve qualquer mudança relevante nas principais variáveis macroeconômicas que seja capaz de justificar uma percepção de cenário mais benigno”.
Assim, o Itaú BBA não aposta em um movimento de recuperação estrutural do Ibov em fevereiro, uma vez que acredita que a alta de janeiro foi apenas uma correção.
“Em janeiro, o Ibovespa subiu 4,9%, principalmente sustentado pelas empresas ligadas ao setor doméstico – que têm, em média, beta elevado e, por isso, tendem a apresentar movimentos mais acentuadas do que o seu benchmark (neste caso, o Ibovespa). Em outras palavras, ações com beta alto sobem mais do que o Ibov quando o índice sobe; e caem mais do que o Ibov quando o índice cai”, explicam os analistas.
Nessa linha, as maiores altas do Ibovespa em janeiro foram CVC (CVCB3), 43%; Azul (AZUL4), 30%; e Cogna (COGN3), 29%, todas ligadas à economia doméstica.
O relatório também cita a leitura, por parte do mercado, de que a nova administração presidencial nos Estados Unidos estaria adotando um tom mais ameno em relação às tarifas sobre produtos importados.
“Diante disso, vimos um movimento de enfraquecimento do dólar frente a outras moedas e uma visão ligeiramente mais construtiva dos investidores internacionais para os mercados emergentes, o que pode ter levado a um aumento do apetite pelas ações brasileiras”, afirma.
Para o mês de fevereiro no índice Bovespa, tendo em vista o cenário pouco animador, os analistas do Itaú BBA seguem preferindo alocações mais defensivas, pelo menos até que sejam identificados indícios de uma melhora convincente nas perspectivas econômicas.
“A despeito disto, reconhecemos que movimentos pontuais de alta das ações em espaços curtos de tempo, assim como o observado em janeiro, podem ocorrer outras vezes ao longo do ano. Afinal, os atuais níveis de valuation estão tão depreciados que até melhoras aparentemente pouco relevantes de cenário podem levar a esticadas expressivas nos preços das ações”, completa o BBA sobre o Ibovespa.