Ibovespa abre em queda de 1%, digerindo as decisões de política monetária
O Ibovespa abriu em leve queda nesta quinta-feira (17), ainda digerindo as decisões de política monetária na última quarta-feira (16). Enquanto o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) prevê que as taxas de juros nos Estados Unidos não devam subir até 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) disse que não pretende reduzir o grau de estímulo monetário.
Por volta das 10h15, a cotação do Ibovespa caía 0,98%, para 98.698,64 pontos. O Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25% e disse que não deve elevá-la até 2023, condizente com a afirmação de Jerome Powell, presidente da instituição, quando disse no fim do mês passado que estava disposto a permitir que a inflação aumente um pouco mais do que o nível considerado normal.
O objetivo da instituição é estimular a economia, que foi fortemente impactada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). No segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu 32% na comparação anualizada. O Fomc, no entanto, diminuiu a previsão de queda da economia para este ano, saindo de 6,5% para uma queda de 3,7%.
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Além disso, a SUPER QUARTA foi complementada com o Copom interrompendo o ciclo de cortes da taxa básica de juros da economia (Selic) após nove reduções consecutivas. A Selic continuará em 2% ao ano, menor patamar da série histórica, e, nominalmente, próxima à previsão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, segundo o Boletim Focus, deverá encerrar 2020 na ordem e 1,94% — mas ainda fora da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A autoridade monetária também destacou na sua decisão que não tem a pretensão de elevar a Selic “a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico estejam suficientemente próximas da meta”. O BC ainda reforçou que há um pequeno espaço para um novo corte de juros.
O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) também atualizou suas percepções e expectativas para a economia do país, que está em recessão. Nesta quinta-feira, o relatório da autoridade monetária central japonesa disse que já enxerga certa trejetória de recuperação após um perído conturbado causado pela pandemia.
O BoJ havia dito anteriormente que a economia estava em uma situação muito grave. O relatório, no entanto, informou que a economia “começou a se recuperar com a retomada gradual da atividade”, embora as condições permaneçam severas devido aos efeitos à crise.
No cenário político, segue no radar do mercado a intimação da Polícia Federal ao presidente Jair Bolsonaro a depor no inquérito que apura a denúncia do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre uma suposta interferência no órgão.
O ofício da PF solicitou que o mandatário prestasse depoimento nos dias 21, 22 e 23 de setembro, às 14 horas. Bolsonaro, como resposta, com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pediu para prestar o depoimento por escrito, baseado em uma decisão de 2017 que permitiu o então presidente Michel Temer a fazer o mesmo.
Giro corporativo
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que existem cinco companhias interessadas na privatização dos Correios, citando quatro delas: o Magazine Luiza (MGLU3), a Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e FedEx.
Segundo o ministro, o Congresso Nacional deve decidir como ficaria o controle acionário e as obrigações da companhia que participar do processo de privatização da estatal. Faria também criticou a greve nacional estipulada pelos funcionários da estatal. Para ele, não é com greve que “se consegue aumento”. As informações foram reveladas em live em suas redes sociais na última quarta-feira.
A BRF (BRFS3) comunicou o mercado, na noite da última quarta-feira (16), que precificou, uma oferta de senior notes, no exterior, no valor de US$ 500 milhões. As senior notes consistem em títulos de dívida. A companhia informou que a demanda dos investidores excedeu em cerca de dez vezes o montante inicialmente ofertado pela empresa.
A companhia informou que irá usar parte dos recursos líquidos obtidos com a oferta de títulos de dívida no exterior para quitar parte de suas dívidas, o que poderá incluir, em sua totalidade ou parcialmente, senior notes com vencimento em 2022, com vencimento em 2022, com vencimento em 2023 e as com vencimento em 2024, todas de emissão da BRF.
Mercados no exterior
Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:
- Nova York (S&P 500) futuro: -1,71%
- Londres (FTSE 100): -0,51%
- Frankfurt (DAX 30): -0,76%
- Paris (CAC 40): -0,92%
- Milão (FTSE/MIB): -1,56%
- Xangai (SSE Composite): -0,41% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -0,67% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quarta-feira com uma queda de 0,62%, a 99.675,680 pontos.