Ibovespa vai aos 110 mil pontos e acumula leve alta na semana; Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Gerdau (GGBR4) sobem
A Bolsa brasileira ganhou força nesta semana e fechou suas negociações em alta de 0,15% neste parâmetro. No caso do Ibovespa hoje desta sexta (26), o avanço foi de 0,77, aos 110.905,51 pontos, com um volume financeiro de R$ 21,8 bilhões. Além dos ganhos da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), as companhias aéreas se destacaram positivamente nas últimas horas. O índice acumula leve alta de 0,15%.
O índice conseguiu encadear a quinta semana de alta, em intervalo positivo que retrocede a 24 de abril. Saiu então de patamar inferior a 104 mil pontos, a 103,9 mil, para nível bem próximo dos 111 mil, cerca de 7 mil pontos adiante.
Embora em alguns pontos do intervalo os avanços tenham sido muito discretos, em recuperação gradual para o índice, desde trecho entre janeiro e fevereiro do ano passado o Ibovespa não colhia cinco semanas sem quebra de ganhos. No mês, o Ibovespa sobe 6,20%, colocando a 1,07% à alta de 2023. O nível de fechamento desta sexta-feira foi o maior desde 1º de fevereiro, então aos 112 mil pontos.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, explica que o Ibovespa hoje começou o dia em forte alta, chegando a ultrapassar os 111 mil pontos. Contudo, ao longo do dia, esse movimento se enfraqueceu e a Bolsa retornou para a casa dos 110 mil pontos.
“Na minha opinião, a Bolsa segue animada por causa da melhora das expectativas de inflação nos Estados Unidos e no Brasil, que deve vir no começo de junho mais controlada, ou pelo menos ter menos pressão, em razão das vias de aprovação no Congresso do arcabouço fiscal“, argumenta o especialista.
Esses movimentos também impactaram o dólar hoje: a cotação à vista voltou a ficar abaixo dos R$ 5 e encerrou o dia em R$ 4,9887, queda de 0,93%. Os principais indicadores das Bolsas dos Estados Unidos fecharam o dia da seguinte forma:
- Dow Jones: ganho de 1%, aos 33.093,34 pontos;
- S&P 500: alta de 1,31%, aos 4.205,46 pontos;
- Nasdaq: crescimento de 2,19%, aos 12,975,69 pontos;
“A renegociação do teto da dívida americana continua sendo uma preocupação dos investidores. O assunto se tornou uma questão de primeira ordem do Congresso americano, da qual só vão descansar após a definição da solução do provável aumento do teto da dívida, para que haja margem de negociação, e os EUA não incida em um pouco provável calote histórico”, explica o profissional.
“A situação é boa para Bolsa, câmbio e curva de juros”
“Com o petróleo na faixa de US$ 70 a US$ 80 por barril como agora, Petrobras vai bem, considerando que suas ações seguem muito descontadas em relação aos ‘peers’ internacionais, com o Ebitda que a empresa tem. Vale está muito amassada: depende demais da demanda chinesa e, com a incerteza sobre o nível de atividade no país, uma recuperação do preço do minério, que tem se mantido ali pelos US$ 100, fica condicionada a anúncio de medidas de estímulo à economia pelo governo de lá, o que não tem ocorrido”, diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.
Por outro lado, ele ressalta o bom momento doméstico, com a confirmação de inflação mais acomodada no IPCA-15 e a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, ambos nesta semana: uma combinação positiva em momento no qual as projeções de mercado já vinham embutindo expectativa mais favorável para os índices de preços e os juros.
“A situação é boa para Bolsa, câmbio e curva de juros, que vem fechando, ajudando em especial as ações de consumo”, diz. “Até meados da próxima semana, quando deve vir a definição sobre o teto da dívida americana, ainda há espaço para a Bolsa andar. Mas definido isso, dependerá de novos gatilhos – e o comportamento dos juros tem sido um fator importante.”
A percepção do mercado é de que cortes na Selic virão no segundo semestre, com a desaceleração dos índices de inflação e segurança maior em torno da disposição do governo em não deixar que os gastos públicos fujam ao controle, embutida no arcabouço fiscal. E de que os juros das principais economias (EUA e zona do euro) estejam perto do pico, ainda que o processo de redução das taxas de referência, como os Fed funds, leve mais tempo para ser iniciado por lá, como se espera.
“Mercado ainda otimista com relação à regra fiscal, e a gente observa isso especialmente na curva de juros, com todos os vértices hoje em queda, refletindo dissipação de preocupações em torno da condução das contas públicas”, diz Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos.
No entanto, considerando o espaço já recuperado pelo Ibovespa no mês, o quadro das expectativas do mercado para o desempenho do índice no curtíssimo prazo ficou um pouco mais conservador no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, em relação ao levantamento da semana passada. A previsão de alta para o índice, porém, segue majoritária. Entre os participantes, 50,0% esperam ganhos e 37,50%, estabilidade. Para 12,50%, a Bolsa terá uma semana de perdas. No último Termômetro, a expectativa para esta semana era de avanço para 57,14% e de variação neutra para 42,86%, sem nenhuma resposta indicando baixa.
Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje
Na lista das maiores altas do Ibovespa hoje, os papéis da CVC (CVCB3) lideram o ranking. O movimento ocorre após a chegada de Carlos Wollenweber ao posto de CFO – nesta semana, Leonel Andrade renunciou ao posto de CEO da empresa.
As áreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) subiram forte hoje devido à medida provisória que as isentou da cobrança de PIS/Cofins até 2026. No setor de commodities, o mais importante da Bolsa brasileira, além dos papéis da Vale e Petrobras, a Gerdau (GGBR4) cresceu com valorização do minério de ferro e do petróleo brent.
No ranking das maiores quedas do Ibovespa hoje, um dos destaques negativos é a Hapvida (HAPV3). Ontem, os papéis subiram cerca de 11%, mas terminam este dia em queda com um movimento de correção, segundo Alves. “Os demais papéis têm quedas leves, em um dia estável para a Bolsa por conta do dia que antecede o feriado do Memorial Day nos EUA, que acontece na segunda (29), e tira o apetite do investidor estrangeiro em tomar mais risco em dia de Bolsa fechada nos EUA”, complementa.
Confira as maiores altas e baixas do Ibovespa hoje:
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
bovespa hoje: Veja a cotação desta sexta (26)
O pregão do Ibovespa desta sexta (26) terminou em alta de 0,77, aos 110.905,51 pontos.
Com informações do Estadão Conteúdo