Ibovespa volta para os 109 mil pontos, em dia de perdas em NY e queda da Vale (VALE3); Petrobras (PETR4) e bancos sobem
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça (23) em queda de 0,26%, aos 109.928,53 pontos – desde o último dia 18, o principal índice da Bolsa brasileira estava acima dos 110 mil pontos. Nas últimas horas, o pregão registrou um volume financeiro de R$ 24,2 bilhões. A forte alta das ações da Petrobras (PETR4) não foi suficiente para neutralizar os impactos da queda dos papéis da Vale (VALE3).
“Essa semana está tipicamente volátil com a expectativa para a votação do arcabouço fiscal e também com os números do IPCA-15, que saem na quinta (25) e podem mexer bastante com o nosso mercado. O teto da dívida americana também segue em impasse”, analisou Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Um dos principais motivos para a queda das ações da Vale no Ibovespa hoje é a queda do minério de ferro. “Ela tem uma correlação forte com o movimento do minério de ferro e, por isso, está caindo hoje”, detalhou Fernandes.
A bolsa chegou a subir bem, mas já devolveu tudo, pois mais uma vez não foi resolvido o impasse do teto da dívida americana e não deram uma previsão sobre quando vão resolver.
No cenário internacional, o dólar terminou o pregão com uma leve alta de 0,03%, aos R$ 4,9722. Os índices das bolsas dos Estados Unidos terminaram o dia da seguinte forma:
- Dow Jones: queda de 0,69%, aos 33.055,57 pontos;
- S&P 500: perda de 1,12%, aos 4.145,67 pontos;
- Nasdaq: recuo de 1,26%, aos 12.560,25 pontos.
De forma geral, “o sentimento externo continua negativo com a demora para definição do aumento do teto da dívida americana, e hoje também com índices de atividade mais fracos (PMI) na zona do euro – exceção positiva para o Japão, onde não chegou a fazer preço, na Ásia”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
“Aqui, existe uma percepção mais favorável sobre o fiscal, com a expectativa de que o arcabouço avance com celeridade, sem grandes transformações no texto. Passando o arcabouço, a expectativa se volta para a reforma tributária, e para uma agenda que possa melhorar o segundo semestre”, acrescenta o analista, observando que a recente moderação na curva de juros doméstica contribuiu para o apetite por ações na B3.
“O fechamento da curva de juros e a recuperação do mercado acionário têm embutido o otimismo para a aprovação do arcabouço. As sondagens mostram avanço do apoio na Câmara, em uma votação que exige maioria absoluta”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.
Maiores altas e baixas do Ibovespa hoje
Na lista das maiores altas do Ibovespa hoje, um dos destaques foram os papéis da Petrobras (PETR4). “Como a mudança de política de preços acabou vindo um pouco melhor do que o mercado esperava, apesar de estar bem incerto ainda como será o calculo, o fluxo comprador na petroleira se dá pela forte alta no petróleo que observamos hoje além da questão do Ibama, que permitiu com que a petroleira apresente recurso para tentar explorar a Foz do Amazonas, que tinha sido negada”, comentou o especialista.
Ao longo do dia, as ações da Suzano (SUZB3) chegaram a crescer 3% devido ao aumento do preço da celulose para os clientes da Ásia. No final do dia, o papel terminou em alta de 1,7%.
Os bancos também se destacaram: Banco do Brasil (BBAS3) subiu 2,35%, Itaú (ITUB4) avançou 0,80%, Bradesco (BBDC4) ganhou 0,82%. Só Santander (SANB11) caiu: 0,57%.
No lado das maiores quedas do Ibovespa hoje, os frigoríficos tiveram um dia delicado por causa da decretação da emergência zoosanitária por causa dos casos de gripe aviária. As ações da Marfrig (MRFG3) e da BRF (BRFS3) terminaram o dia na lista negativa.
Confira as maiores altas e baixas do Ibovespa hoje:
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Ibovespa hoje: Veja a cotação desta terça (23)
O pregão do Ibovespa desta terça (23) terminou em queda de 0,26%, aos 109.928,53 pontos.
Com Estadão Conteúdo