Ibovespa termina semana com ganhos de 2,1%; Banco do Brasil (BBAS3) fecha em alta e BB Seguridade (BBSE3) recua

O Ibovespa terminou o pregão desta sexta (19) em alta de 0,58%, aos 110.744,51 pontos. O volume financeiro movimentado foi de R$ 31,6 bilhões. Na semana, o principal índice da Bolsa brasileira cresceu 2,1%. Enquanto as ações do Banco do Brasil (BBAS3) encerraram o pregão em alta, os papéis da BB Seguridade (BBSE3) foram pelo lado oposto e amargaram mais uma queda.

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“Em um dia que começou em queda, o Ibovespa virou para alta, subiu e buscou os 111 mil pontos para fechar a semana em alta moderada de pouco mais de 2%”, destacou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, ao analisar os números do Ibovespa hoje.

De acordo com o especialista, os investidores ficaram de olho nas movimentações na economia norte-americana nas últimas horas. “Em Nova York, a bolsa cai repercutindo a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell. Ele afirmou que a instituição ainda busca política monetária suficientemente restritiva. Powell disse que ainda não sabem se as taxas estão suficientemente restritivas, mas que ainda não foi decidido o quanto de restrição é adequada, acrescentando que ‘avaliação será contínua, reunião após reunião (do Fomc)'”.

Na minha visão, isso mostra que o Fed segue preocupado com a inflação, vendo como é importante a vigilância sobre os juros, o que torna pouco provável um corte de juros ainda em 2023, reforçando sim a possibilidade de novas altas, caso seja necessário.

“A esperança fica com as condições de crédito mais rígidas estarem pressionando a economia real. Com o crédito escasso e caro, além do momento bancário dos EUA mais delicado, é difícil imaginar que as empresas aumentem a tomada de risco por conta das condições econômicas um pouco mais adversas, e esse movimento por si só por ajudar também no controle da inflação, reduzindo a necessidade de altas mais fortes pelo Fomc”, reforça Alves. No cenário internacional, os principais números das Bolsas dos Estados Unidos foram os seguintes:

  • Dow Jones: queda de 0,33%, 33.426,43 pontos;
  • S&P 500: perda de 0,15%, aos 4.191,91 pontos;
  • Nasdaq: recuo de 0,24%, aos 12.657,90 pontos.

O dólar fechou em alta de R$ 0,56%, mas permaneceu abaixo da barreira psicológica dos R$ 5 e ficou em R$ 4,9958. Na semana, a moeda norte-americana subiu 1,47%.

A relativa redução de temores em torno do aumento do teto da dívida americana – mesmo com a falta de avanço real na discussão – e, por aqui, mais clareza quanto ao formato final do arcabouço fiscal, que deve ser votado na semana que vem na Câmara, além de dados positivos como o IBC-Br divulgado nesta sexta-feira, contribuem para a retomada do apetite dos investidores por ações, mesmo com a Selic ainda a 13,75% ao ano. Mais acomodado, o dólar, um indicador de ingresso de fluxo para Bolsa em momentos de apreciação do real – como o recente -, deu sinais hoje de que tende a convergir para R$ 5, em alta de 0,56% no fechamento, a R$ 4,9958.

“Otimismo tem ajudado na recuperação da Bolsa, e a leitura de hoje sobre o IBC-Br, considerado um dado antecedente do PIB, trouxe indicação positiva para o crescimento econômico”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos, que vê espaço para o Ibovespa caminhar para 114 mil pontos, nível gráfico em que deve encontrar resistência mais forte.

“Veio melhor do que o esperado (IBC-Br), mostrando que o índice teve expansão de 2,41% no trimestre encerrado em março, indício de que devemos ter um bom desempenho do PIB no primeiro trimestre. Apesar do resultado negativo em março (-0,15%, na margem), a queda do IBC-Br no mês foi amenizada pelo crescimento acima do esperado nos setores de serviços (0,9%), indústria (1,1%) e varejo (0,8%)”, aponta em nota Rafael Perez, economista da Suno Research. A leitura oficial sobre o PIB do primeiro trimestre será divulgada em 1º de junho pelo IBGE.

“Os dados de atividade vêm surpreendendo positivamente nos últimos meses, revelando maior resiliência dos principais setores. Além disso, o agronegócio e o consumo das famílias tiveram papel fundamental no crescimento acima do esperado, nesse início de ano”, acrescenta o economista.

Assim, essencialmente, “o Ibovespa repercutiu hoje a melhora da perspectiva para o PIB, favorecendo em especial as ações dos setores de construção e varejo, mesmo em dia de elevação na curva de juros e também no câmbio”, diz Felipe Leão, especialista do Valor Investimentos. Lá fora, hoje, se por um lado houve ruído em torno do teto da dívida – com os republicanos suspendendo as conversas, referindo-se aos democratas na Casa Branca como “irracionais” -, por outro a fala macia do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, quanto à possibilidade de pausa na elevação dos juros trouxe algum conforto, acrescenta o analista, em meio a restrições nas condições de crédito nos Estados Unidos.

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Maiores altas e baixas no Ibovespa hoje

No setor financeiro, as ações do Banco do Brasil cresceram 2,06% e chegaram na casa dos R$ 44,09. Enquanto isso, a BB Seguridade caiu 1,34%, aos R$ 30,90.

“A BB Seguridade seguiu pressionando o índice após reportar resultado abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma performance financeira melhor da empresa, e isso tem feito as ações caírem nos dois últimos pregões”, destacou o especialista.

No lado positivo, o destaque do dia ficou com as ações da MRV (MRVE3), que subiram 7,55%. O Credit Suisse promoveu o papel de neutro para outperform, equivalente à compra.

“Um setor todo que ganhou destaque hoje, seguindo o movimento de forte alta de ontem, é o de frigoríficos, com destaque para Minerva (BEEF3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), com ganhos puxados pelos bons resultados que foram divulgados e também pela queda no preço do boi gordo, do milho, e da soja, o que deve melhorar a margem operacional dos próximos resultados e que impulsiona as cotações no curto prazo“, analisou.

Confira as principais altas e baixas do Ibovespa hoje:

Ibovespa hoje: Veja a cotação desta sexta (19)

O pregão do Ibovespa desta sexta (19) terminou em alta de 0,58%, aos 110.744,51 pontos.

Com Estadão Conteúdo

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Erick Matheus Nery

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