O Ibovespa teve um dia positivo em 100% do pregão desta segunda-feira (14) e fechou em alta de 1,39%, aos 129.453,91 pontos, após máxima (+1,78%) aos 129.955,35 pontos, alcançada no período da tarde. O giro financeiro totalizou R$ 21,5 bilhões, com alta difundida por todos os setores: de 87 ações da carteira teórica, 75 fecharam em alta.
A isenção temporária das tarifas recíprocas dos Estados Unidos a bens tecnológicos, que foi lida pelo mercado financeiro como mais um recuo do presidente Donald Trump, desencadeou um apetite a risco generalizado que impulsionou as bolsas mundo afora. “A decisão reduziu o temor dos investidores quanto à guerra comercial“, afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.
Dispositivos e componentes eletrônicos – como smartphones, computadores, células solares, telas de TVs, pen drives, cartões de memória e SSDs – foram temporariamente isentos das tarifas recíprocas anunciadas em 2 de abril, sendo que grande parte destes são produzidos pela China, cuja tarifa retaliatória foi elevada a 145%.
“O setor representa de 25% a 30% do comércio bilateral entre China e os Estados Unidos”, destaca o especialista em renda variável da Melver, Ian Toro, enfatizando que a alta da Bolsa brasileira ocorreu, portanto, na esteira de ventos externos relacionados à política tarifária dos EUA.
O Bank of America (BofA) considera um “sinal positivo” a decisão de os EUA adiarem a aplicação das tarifas recíprocas sobre smartphones e computadores importados da China, embora o setor de semicondutores não tenha sido isento de forma definitiva, com possível anúncio de tarifas ainda nesta semana.
No fim do pregão o desempenho do índice foi melhor do que o das bolsas de Nova York, principalmente pelo respaldo da Vale (VALE3, +1,30%) e outras ações do setor de mineração e siderurgia. O minério de ferro subiu 0,28% em Dalian, a US$ 96,8 por tonelada, e avançou 0,80% em Cingapura, a US$ 97,90.
Ibovespa: confira os destaques do dia
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Bolsas de NY têm alta em menor ritmo
As bolsas de Nova York fecharam em alta, também impulsionadas pela notícia de isenção tarifária para bens de consumo de tecnologia, mas em ritmo mais modesto: o Dow Jones subiu 0,78%, aos 40.524,79 pontos; o S&P 500 avançou 0,79%, aos 5.405,97 pontos; e o Nasdaq teve alta de 0,64%, aos 16.831,48 pontos.
Apesar do anúncio de isenção para produtos de tecnologia na sexta-feira, o presidente alertou que tarifas sobre chips podem ser anunciadas na próxima semana, indicando que o alívio para o setor pode ser temporário. Entre as big techs, a Apple subiu 2,21%, beneficiada pela medida em relação a celulares e computadores.
“Eu entendo que acabou o encanto. Mesmo que Trump tenha falado que vai taxar menos, a desconfiança é muito grande, não sabemos se amanhã ele vai ou não mudar de ideia. Essa postura dele, de certa forma, traz muita incerteza”, concluiu Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, sobre as altas consideradas “fracas” por parte do mercado.
Com Estadão Conteúdo
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